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Terça-feira, 16/10/2001
I don’t know what to say, you don’t care anyway

Julio Daio Borges




Digestivo nº 52 >>> É assim que o New Order abre o disco que marca seu retorno como banda, intitulado Get Ready. Embora tenha se consagrado no final dos anos 80 como expoente da música eletrônica, o New Order resolveu voltar ao rock. (Vale lembrar que o trio Sumner, Hook e Morris se consolidou com o Joy Division, ao lado de Ian Curtis, muito antes dos sintetizadores.) Os vocais de Bernard ainda estão lá, inimitáveis, o baixo de Peter ainda conduz a parte harmônica e a bateria de Stephen ainda faz as marcações no contratempo. É, em suma, um bom álbum, mas não chega a inaugurar um novo paradigma na música pop, como o cultuado Substance, o duplo de 1988. As composições perdem a sua vocação dançante, tendendo quase sempre às “british guitars” que anteciparam em quase uma década a geração Seattle. Fora a música, há um esforço para fugir dos rótulos. Principalmente na capa e na contracapa do CD, onde não existe qualquer indicação do nome da obra ou do artista. Uma brincadeira que vai encher a paciência dos fãs e das pessoas que forem procurar Get Ready descompromissadamente. Na dúvida, resta o recurso de ler na “lombada” ou nas bordas do disquinho. Mantendo a proposta “clean”, de que os quatro integrantes são adeptos, não foram incluídas transcrições das letras. As fotos do encarte têm um aspecto puramente plástico, quase arquitetônico, evitando propositalmente o lado “verbal” da vida. A audição se encerra e o julgamento, não. Será que Get Ready traz algum atrativo para os não-iniciados? A acolhida, ou não, do público trará a resposta.
>>> http://neworder.sonicnet.com/
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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