Sexta-feira,
2/11/2001
O Conselheiro também come (e bebe)
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 55 >>>
A história do Obará, Recanto da Bahia, se confunde com a de seu proprietário, que há 30 anos veio de Pernambuco para São Paulo. O restaurante, que antes se chamava Oxalá, virou ponto de referência na rua Maria Antônia, e é o único que traz certas especialidades da culinária baiana: o Abará, como entrada, não pode ser encontrado em qualquer outro lugar da cidade; a Moqueca de Cajú, como prato principal, exótica e saborosa, não tem equivalentes em outro cardápio; as Batidas, “para equipar” (como diz o barman), são invenções da casa, ou foram transmitidas de pai para filho (atenção para os nomes: Umbigo de Freira, Gogó de Ema, Atrás do Saco). É a própria Família Silva quem administra o local, recebendo os clientes com muita presteza e uma atenção fora do normal. A decoração é simples e o visitante sente-se transportado para algum canto do Nordeste, desde a música até a sobremesa (pudim de côco ou aipim). Completando a ambientação, frutas raras, nas mais variadas formas, desde sucos até licores, até compotas. Os garçons são todos “filhos da terra”, naturais de lá mesmo, – e o melhor de tudo –, têm anos de praça, entendem do riscado. Vale reforçar que a comida baiana não é para qualquer um. É preciso ter estomago forte para encarar um vatapá, um bobó, um caruru ou um sarapatel sem se balançar ou pedir, literalmente, água. Acontece que a experiência é indescritível. Pessoal, intransferível. E nada como se aventurar com quem, há décadas, sabe do que está falando.
>>> Obará - Rua Maria Antonia, 72 - Tel.: 256-8062
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Julio Daio Borges
Editor |
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