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Terça-feira, 7/5/2002
Nada será como antes

Julio Daio Borges




Digestivo nº 80 >>> Não é todo dia que o Clube da Esquina faz 30 anos. A cantora Vânia Bastos foi atrás da efeméride e preparou um CD em homenagem a aquele pessoal de Minas. Com texto introdutório de Fernando Brant, um dos letristas do Clube, o disco acabou se convertendo no símbolo oficial da passagem destas três décadas. Além do beneplácito de Brant, uma das faixas conta com a participação de Milton Nascimento (o líder do Clube, segundo o encarte), fora algumas fotos do arquivo pessoal de Wagner Tiso e Nivaldo Ornelas. As gravações são quase “a capela”, dada a contenção do piano de Luiz Avellar. O respeito supremo às melodias e às harmonias originais não provocou releituras “modernamente” desagradáveis (como é de praxe), mas também não acrescentou muito ao já conhecido. Talvez fosse esse o desejo dos realizadores: remeter diretamente ao álbum de 1972 e, mais uma vez, reavivar a antiga chama. Ainda que uma Vânia em trajes de gala destoe enormemente do despojamento daqueles dois garotos descalços e estropiados, as lembranças afloram à mente de quem ouve. Havia muita juventude e muito sonho naquelas canções de Lô Borges, Bituca, Ronaldo Bastos, Fernando Brant, Flávio Venturini e Márcio Borges. Sentimentos que todavia ecoam, embora as novas gerações já estejam surdas (de tanto barulho) para poder escutar. Na música, os mineiros lamentavelmente não tiveram a mesma sorte dos baianos.
>>> Vânia Bastos canta Clube da Esquina - Abril Music
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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