Quinta-feira,
9/5/2002
Great power, great responsibility
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 81 >>>
É apenas uma questão de dias até que o Homem-Aranha chegue até nós. Vem escoltado por uma tentacular campanha de promoção da Sony (Music) e da Columbia (Pictures), como nunca se viu antes; quebrando recordes por onde quer que passe. Nada indica que com o Brasil seja diferente: aqui também terá a maior bilheteria da História, já no primeiro fim de semana. O filme vem sendo anunciado em trailers, como nenhum outro predecessor; está previsto para estrear em mais 500 salas em todo território nacional. Tem tudo para ser o arrasa-quarteirão deste século XXI. Inclusive argumento; atores competentes; e, principalmente, embasbacantes efeitos especiais. Com a supressão das cenas do World Trade Center, os vôos rasantes do Aranha pelas ruas de Nova York se converteram numa bela homenagem ao Manhattan Skyline. Graças a uma técnica revolucionária (creditada a um desses geninhos da computação gráfica, John Dykstra), a câmera acompanha o tarzan da selva de pedra, com seus cipós em forma de teia, como se fosse a sua própria sombra; promovendo mergulhos vertiginosos e profundos, aproximando o espectador da experiência da queda livre. Panorâmicas que, por si só, já valem o ingresso. No que se refere à adaptação, os fãs de quadrinhos podem ir sossegados: um dos produtores executivos é nada mais nada menos que Stan Lee, criador do Spider-Man há exatos quarenta anos; sem contar que Sam Raimi, o diretor, costumava dormir sob um quadro do Aranha, que pediu para pintarem no seu aniversário, quando criança. Tobey Maguire está suficientemente cativante e charmosamente desajeitado, como Peter Parker; e Kirsten Dunst deu uma Mary Jane Watson bonita à altura, mas não tão maliciosa (ainda que isso não comprometa). Willem Dafoe administra bem os conflitos de personalidade do vilão; e o casal, Cliff Robertson e Rosemary Harris, acolhem o jovem Peter com a ternura idílica dos tios (no caso, também pais de criação). Além da movimentação típica dos filmes de aventura, há no Homem-Aranha muito humor. É, portanto, apesar do barulho, diversão completa. E digna de ser vista.
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Julio Daio Borges
Editor |
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