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Terça-feira, 24/12/2002
Música em 2002

Julio Daio Borges




Digestivo nº 113 >>> O ano de 2001 se encerrou com o U2 e a sua "Elevation Tour" (em DVD). Este ano, por sua vez, se encerra com a retrospectiva recém-lançada pela mesma banda (em CD): "The Best of 1990-2000". Mas voltando ao começo de 2002, janeiro abriu esplendorosamente com Elis Regina e os "20 anos de saudade". Também com Ed Motta, e o seu "Dwitza", conquistando a Europa - e mantendo a tradição internacionalista da MPB. A Revivendo homenageou, e viu partir, o autor de "Ai, que saudades da Amélia", Mário Lago, aos 90 anos. A Biscoito Fino firmou o pé: primeiro, com o resgate (que não tem preço), por Humberto Franceschi, das gravações da Casa Edison; depois por fechar o ano com todo o brilhantismo da "Maricotinha ao Vivo". Passou ainda pelas obras de seus fundadores: Olivia Hime reeditou as poesias de Manuel Bandeira e, ao mesmo tempo, explorou as canções praieiras de Dorival Caymmi; Francis Hime, dentre outras coisas, viu suas partituras serem belamente executadas por 25 outros pianistas. Já a Trama lançou pelo menos três álbuns de monta: Paulinho Nogueira e a sua versão para as primeiras composições de Chico Buarque de Holanda; Pedro Mariano, em "Intuição", seu melhor momento; e Max de Castro, com a "Orchestra Klaxon". Ainda houve tempo para Jair de Oliveira, ex-Jairzinho, e para o selo Poptones. Intermediando os monstros sagrados e as novas gerações, esteve Lenine, sempre grande, com "Falange Canibal", pela BMG. Francisco Alves foi celebrado, em seu centenário, novamente pela Revivendo e por Luís Antônio Giron, que nos brindou com suas aulas de crítica musical. Nelson Motta, o homem das "Noites Tropicais", fez a trilha sonora da Casa Cor 2002. Seu amigo Sérgio Mendes teve relançado "Você Ainda Não Ouviu Nada!", com Tom Jobim e Moacir Santos. O choro fez aniversário, no seu dia nacional, e mereceu também uma compilação. Nando Reis saiu dos Titãs, Cássia Eller morreu e Ana Carolina se afirmou em turnê pelo Brasil. Adriana Calcanhoto se converteu ao minimalismo e o RPM tentou inutilmente mais um revival. Gilberto Gil comungou com Bob Marley, e Elvis esteve, mais uma vez, nas paradas. O rock segue vivo, graças a "Under A Pale Grey Sky", do Sepultura, e aos shows do Rush no País. A Kuarup fez 25 anos, a Rob Digital deu o ar da graça e a Revista do Rádio ressuscitou, para evocar nosso passado. E também para lembrar que temos ainda um grande futuro, sempre, em música.
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>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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