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Quinta-feira, 9/1/2003
Baby, you're no good

Julio Daio Borges




Digestivo nº 116 >>> A seqüência de "A Máfia no Divã" surgiu como uma surpresa de verão. Ninguém esperava. De fato, o filme original, em que tudo se resolve, não deixa muita margem para uma continuação - e, por tabela, limita "A Máfia Volta ao Divã". De Niro, que parece querer desfazer sua imagem de carrancudo, solta-se ainda mais nesta segunda parte. Basta imaginá-lo enlouquecido, no presídio (onde o primeiro filme acaba), cantando, dançando e interpretando as peças de "West Side Story", musical de Leonard Bernstein. É provavelmente uma das maiores concessões dentro de uma carreira considerada rigorosa. Curiosamente, porém, De Niro convence muito mais quando embarca no velho mafioso durão, ridicularizado pelo seu entorno, do que quando banca o palhaço ou o machão desconsolado. O exagero de suas interpretações prejudica esta nova incursão da "Máfia no Divã", convertendo-a, por momentos, num infantil "para todas as idades". Billy Cristal é o mesmo de sempre. Nunca muda; seja no Oscar, seja nas telas - identificando-se habilmente com o homem comum, nem muito brilhante, nem muito estúpido. Algumas piadas, obviamente, se repetem. Até porque o público espera por isso. Há também um destaque maior conferido a personagens tidos, no original, como secundários. Um deles é Jelly, que agora tem muito mais autonomia, espaço e idéias próprias. O capanga submisso eleva-se a consultor para assuntos aleatórios. Igualmente o filho e a atual mulher (eles se casam no primeiro episódio) de Crystal. Ela aprimora-se nas suas crises de ciúme e ataques histéricos, e ele ensaia um "début" no hall dos mafiosos, para desespero do pai. O balanço, afinal, não é dos mais positivos. Quem viu "A Máfia no Divã", e se considera um aficionado, deve ver "A Máfia Volta ao Divã". Quem não viu nenhum, veja o primeiro. É o que basta.
>>> Analyse That
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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