Quarta-feira,
14/1/2004
Brasil de todos os pecados
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 157 >>>
“Nossa História” é um projeto ambicioso da Biblioteca Nacional. Sob o comando de Pedro Corrêa do Lago (que acumula o cargo de Secretário do Livro e da Leitura, depois da morte de Waly Salomão, e que foi visto posando ao lado de Rubem Fonseca, de quem é genro e o qual acompanhou na premiação do “Rulfo”, no México), a revista tem um conselho editorial de altíssima qualidade (incluindo Evaldo Cabral de Mello, José Murilo de Carvalho e Lilia Moritz Schwarcz), sendo editada por Luciano Figueiredo, com a consultoria de Marcos Sá Corrêa. Depois de tantos nomes, o leitor só espera que não seja mais um projeto editorial faraônico – à maneira dos do nosso jornalismo, que Mino Carta tão bem classificou como “milionário, bilionário – num país pobre”. “Nossa História” tem um cuidadoso projeto gráfico, com imagens escolhidas e até documentos de valor (como a Lei Áurea, nesta primeira edição), e, para o espanto dos circunstantes, tem conteúdo como pouquíssimas publicações nas bancas. Ao contrário de 99% das nossas revistas, precisa de muito mais que uma “sentada” ou “folheada” (como, por exemplo, a escassa “Veja”). “Nossa História” não chama o leitor de débil mental e fala de um tão alto nível que uma das maiores preocupações dos editores é não transformá-la num periódico de viés acadêmico. Para isso, contribuem Elio Gaspari (que cedeu um capítulo da sua “biografia” da Ditadura), Jorge Coli (que faz uma análise artística da “primeira missa”) e Eduardo Bueno (que torce o nariz de muitos historiadores, por ser jornalista, mas que se vira bem). O grande desafio é conquistar um povo que, historicamente, tem fama de “desmemoriado” – falando, justamente, da História do Brasil.
>>> Nossa História
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Julio Daio Borges
Editor |
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