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Terça-feira, 21/11/2000
A escrita do mundo

Julio Daio Borges




Digestivo nº 10 >>> José Maria Eça de Queirós está entre nós. Foi montada, no Memorial da América Latina, a exposição da Biblioteca Nacional, que comemora o centenário da morte do romancista português mais popular entre os brasileiros. O melhor da família, nas palavras de Machado de Assis. Subdivide-se em quatro períodos: os anos de formação; o despertar para o realismo; as peregrinações pelo mundo; e a volta a Portugal. Pontuada por trechos de cartas, artigos de imprensa e outros apontamentos variados, a mostra revela um Eça extremamente rigoroso, crítico inclemente de seus livros, descrente de antigas posições e de antigos engajamentos. Ainda que incréu, ainda que um vencido da vida, Eça marcaria gerações e gerações de escritores no Brasil, dado o seu apego à forma e aos francesismos de todo tipo. Ainda que esparramados por toda a sorte de registros, seus depoimentos de testemunha ocular da História, em fins do século XIX, são dos mais lúcidos e confiáveis que hoje temos. Merecem revisitação.
>>> Centenário do Eça
 
>>> Julio Daio Borges
Editor
 

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