Digestivo nº 10 >>>
De repente, ocorreu a Ettore Scola filmar um dos turnos de um restaurante, desde a abertura, a chegada dos primeiros fregueses, até o fechamento, a saída dos últimos habitués. Entre um pedido e outro, entre um prato e outro, entre um garçom e outro, Scola rege uma sinfonia de histórias paralelas. Afinal, uma refeição, um jantar, uma mesa pode ser o palco ideal para um drama, uma comédia, uma tragédia, um épico, um monólogo. É assim que ele amarra uma mãe e uma filha, um homem casado e sua jovem amante, um par de namorados e uma gravidez inesperada, uma família desestruturada e uma mulher fatal, um ator e um diretor de teatro, um contínuo e um charlatão, homens de negócio e transgressores, um recém-formado e sua orgulhosa progenitora, uma beldade e seu séquito de admiradores. Todos supervisionados e assistidos por Vittorio Gassman, não por acaso, il maestro, e por Fanny Ardant, eternamente bela, a dona do restaurante. "O Jantar" prova que ainda é possível fazer cinema, a partir da vida, simples e corriqueira como ela sempre foi. Não inova, não surpreende, não choca. É, porém, completo, como deve ser toda grande obra.
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