Terça-feira,
5/12/2000
Mercúcio parla
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 12 >>>
Mino Carta, um dos últimos baluartes do jornalismo assinado no Brasil, foi ao Roda-Viva falar de Castelo de Âmbar, seu romance-biografia-reportagem. Impressiona que um homem de sua envergadura moral ainda precise reafirmar seus feitos e, pior, confirmá-los pela boca de seus colegas de profissão. O Mino dos ternos bem talhados, das idéias organizadas e das palavras escolhidas surge como uma figura espectral, como um fantasma, como uma alma penada - e perdida. Seus julgamentos são categóricos, suas colocações, irrefutáveis, seus veredictos, apocalípticos. No entanto, a muralha de silêncio à sua volta faz dele um parvo, um bobo, um naïf. Como todos os de sua geração não deixa discípulos. No máximo um Bob Fernandes ou um Paulo Henrique Amorim. Seus mandamentos, notáveis, contudo, ficam: fidelidade à verdade factual; exercício do espírito crítico; fiscalização do poder. Otimista, prevê um Brasil livre dos medalhões de Machado, daqui a 100 anos.
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Julio Daio Borges
Editor |
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