Sexta-feira,
24/12/2004
Cinema em 2004
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 207 >>>
A sétima arte esteve bem em 2004, ao menos para quem segue a tão ardente “questão autoral”, lançada e defendida pela Nouvelle Vague. Continua valendo? Caducou? Os diretores ainda dão as cartas? Bem, isso pelo menos foi verdade em momentos memoráveis do ano, como a seqüência Kill Bill (1 e 2), de Quentin Tarantino, a dobradinha dos Irmãos Coen (Matadores de Velhinha e Gosto de Sangue), o retorno de David Mamet (com Val Kilmer, em Spartan), mais uma obra-prima de Pedro Almodóvar (A Má Educação) e, para finalizar, – o ainda muito longe da unanimidade – The Dreamers, de Bernardo Bertolucci. No caminho da consagração, houve ainda os 21 Gramas de Iñárritu e o lançamento em DVD de Meninos e Lobos, entronizando tanto Clint Eastwood (direção) quanto Sean Penn (atuação). E se alguém se deixou arrastar, à sala de cinema, por algum ator, não deve ter perdido Alguém Tem que Ceder, com Diane Keaton e Jack Nicholson, em sua melhor forma (este, mais uma vez). Os documentários continuaram levando muitas das glórias: não seção “choque anafilático”, estão os Friedmans; e na musical, os Doces Bárbaros, cuja “estréia” aconteceu no Vivo Open Air. No embalo documental mas, vá lá, de reconstituição histórica, apresentaram-se: o campeão de bilheteria nacional, Cazuza; a viagem (rito de passagem) de Ernesto “Che” Guevara, com assinatura do internacional Walter Salles; e o low-profile Sylvia (em DVD), refazendo a trilha de vida e morte da poetisa americana. Já na falsa linha de “reconstituição histórica”, foram assistidos Tróia e A Paixão de Cristo (ambos considerados polêmicos e ambos, hoje, já devidamente esquecidos). O Senhor dos Anéis encerrou a saga e arrebanhou todas as estatuetas em Hollywood. E o Ripley, mesmo com John Malkovitch, teve uma continuação muito aquém da versão original. O Estadão diz que o cinema brasileiro vendeu menos ingressos em 2004; e os jornais norte-americanos dizem a mesma coisa sobre os longas nos EUA. Precocemente, está sendo anunciado um novo formato (para além do DVD), enquanto os realizadores brasileiros brigam com a intenção do Governo de criar uma agência reguladora. Em 2005, novas emoções estão previstas no écran...
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Julio Daio Borges
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