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Quarta-feira,
7/9/2005
O Conselheiro também come (e bebe e se hospeda)
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 243 >>>
Não é novidade que Campos do Jordão se transformou num fenômeno durante as férias de julho. Não é novidade há muitos anos. É, na verdade, um consenso tão grande que hoje existe um esforço, consciente, para trabalhar melhor o “fenômeno” e fazer de Campos do Jordão, justamente, uma atração durante o ano todo. “Nós queremos que julho seja apenas mais um dos bons meses em Campos do Jordão”, proclamou Flávio Ventura, secretário de turismo da cidade, em meados de agosto, quando do lançamento do “Roteiro Gastronômico do Queijo & Vinho e da Cozinha de Primavera da Montanha”. Apesar do título longo, trata-se do esforço, concentrado, da prefeitura, da ASSTUR (Associação de Hotelaria e Gastronomia), do Convention Bureau, e especialmente de vinte restaurantes, mais alguns hotéis, de Campos do Jordão, no sentido de “descentralizar” os eventos, ao longo do ano, desonerando – por assim dizer – o mês de julho. Focando no seu principal mercado consumidor, que é São Paulo, e tomando por base as características que fazem de Campos do Jordão, por exemplo, um lugar para se passar o Natal e o Ano Novo, a comissão envolvida nesse esforço foi, no caso, estudar o que se realiza anualmente em Gramado (onde, particularmente, o “Natal” é um sucesso já há alguns anos) – por meio de uma visita técnica que, desde 2004, resultou no que se chama Natal da Montanha, sob coordenação de Miriam Lobel. Entre os seus muitos atrativos, Campos do Jordão, e a presente comissão, confiam no seu charme, no seu romantismo e até na sua tradição, por ser uma cidade de inverno, com arquitetura, hotelaria e gastronomia típicas, praticamente encostada na metrópole paulistana. E mais do que opções estritamente turísticas, estão previstas feiras comerciais, atraindo executivos e empresas (inclusive de diferentes nacionalidades), convenções e até eventos esportivos, logicamente, de inverno. Depois da pujança econômica dos anos 90, e do conseqüente baque nestes anos 2000, Campos do Jordão, como todo pólo de turismo elitizado, quer se preservar da canibalização que outros centros, próximos à capital paulista, sofreram com a queda de renda, de exigência e, subseqüentemente, de público. A diferença é que, mais do que políticas públicas, Campos do Jordão tem empresários conscientes e bem-informados assumindo o timão. Nisso reside o futuro sucesso de seu “Calendário Anual de Gastronomia da Montanha” – e de outras iniciativas igualmente bem-montadas.
>>> Campos do Jordão | O Conselheiro em Campos: Dia 1 e Dia 2
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Julio Daio Borges
Editor
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