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Segunda-feira,
31/10/2005
Oh, vê como o universo resplancede!
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 251 >>>
Para quem evita o Theatro Municipal a todo custo, vale lembrar que o acesso a ele melhorou muito. Pelo menos nos eventos do Mozarteum Brasileiro, em que é possível usufruir de um serviço de valet parking (que vale!) logo na porta do teatro e retirar, na saída, o carro no mesmo lugar. Antes, nem pensar: era preciso disputar a tapa espaços na calçada do Municipal, enquanto “guardadores de carro” colecionavam notas de “dez real” sem a menor responsabilidade de estar lá, algumas horas depois, quando o espetáculo se encerrava (aliás, como é praxe). Com essa tranqüilidade, foi possível “fruir” a apresentação do Trio Jean Paul, pela Temporada 2005 do Mozarteum. Como se não bastasse, ouviu-se nada mais nada menos que o Trio para piano e cordas nº 1, op. 49 em ré menor, de Mendelssohn-Bartholdy, considerado “o mais belo trio já composto”, na época de sua primeira audição. E o Trio Jean Paul encarou o desafio do mestre Beethoven, logo de saída, ao executar justamente seu Trio para piano e cordas nº 2, op. 70 em mi bemol maior. E teve como intermediário, entre Mendelssohn e o gigante de Bonn, Frank Martin, falecido em 1974, para dar aquele toque necessário de modernidade. Eckart Heiligers, ao piano, inclusive deu bastante trabalho a seu auxiliar, um jovem aspirante que virava atentamente, da partitura, as folhas. O sincronismo com Ulf Schneider, ao violino, e Martin Löhr, ao violoncelo, esteve mais que perfeito. Surpreendendo mesmo àqueles que já viram a cena milhares de vezes: por que os músicos eruditos não precisam contar antes do primeiro compasso – como os populares, no seu conhecido “1, 2, 3, 4” – e, mesmo assim, nunca erram o andamento (nem se atrapalham)? É uma questão pueril talvez para o Trio Jean Paul. E mesmo que o Theatro Municipal não tivesse mostrado a receptividade (leia-se a infra-estrutura) de agora, tudo teria sido compensado.
>>> Trio Jean Paul - Mozarteum Brasileiro
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Julio Daio Borges
Editor
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