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Segunda-feira,
9/1/2006
Além do Mais em 2005
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 261 >>>
2005 viu crescerem e proliferarem as iniciativas culturais de centros não formalmente ligados à academia. Em Campinas – flertando com a Unicamp – a programação exaustiva (e incomparável) do CPFL, de Augusto Rodrigues. Em São Paulo – flertando com a USP? – a Casa do Saber, no Itaim e em Higienópolis. Pela última (que não nega nem afirma o apelido de “Daslusp”), passaram, entre outros, em 2005: Colm Tóibín, João Adolfo Hansen, Antonio Medina Rodrigues, Luiz Felipe Pondé, Sérgio Rizzo e Tereza Aline Pereira de Queiroz... No meio termo entre um centro cultural e gastronômico, o Chakras expôs Ivald Granato e Antonio Peticov; lançou, ainda, um CD duplo e fez cantar Patricia Marx (revoltada com o revival dos Anos 80). A gastronomia, em si, teve bons momentos no ano: a altíssima, com o La Tambuille (que, a propósito, nunca sai entre os dez mais da Vejinha) e com o Emiliano (ainda indeciso, gastronomicamente falando, por conta de seu hotel); e a alta, com o Emporium Plaza (na linha inovadora da enogastronomia) e o Deloonix (inspirado, mas apenas inspirado, no raw food). No reino das novidades: a interessante invenção do Ateliê do Café (acredite se quiser, uma ramificação do criativo Grupo DPaschoal). Saindo da alquimia (mágica) e voltando, mais uma vez, para o mundo das idéias, mais especificamente as científicas, Richard Dawkins ajudou Nietzsche a matar Deus neste início de século, com O Capelão do Diabo (a reunião, quase que dominante, de suas contendas com os padres). A Igreja ainda esbravejou, por anos, contra a Lei da Biossegurança, mas foi derrotada no Congresso por obra e graça do Movitae. George Steiner merecia, então, fechar o ano com um apelo aos Mestres. Que eles – os verdadeiros – nos iluminem em 2006.
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Julio Daio Borges
Editor
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