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Segunda-feira,
22/5/2006
Tempo di valsa
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 280 >>>
A Sala São Paulo teve uma noite radiante. Foi a abertura da 25ª Temporada do Mozarteum Brasileiro, logo nos primeiros dias de maio, com a Orquestra Sinfônica WDR de Colônia, sob a regência de Semyon Bychkov, acompanhado pela solista Sayaka Shoji ao violino. Se a tônica da WDR era, como nas orquestras alemãs, a precisão, a tônica do maestro Bychkov, um russo de São Petersburgo, era a paixão. Um casamento que rendeu frutos desde a execução, respeitosa e vibrante, do nosso hino nacional – logo na abertura, com um belo arranjo mais carregado em percussão. Coincidência ou não, o programa seguiria, com seu início efetivo, através da abertura Carnaval, op. 92, de Dvorák. E o público da Sala parecia reverberar a estréia da peça, lá no século XIX, pois terminou encantado com a riqueza de timbres e com as possibilidades da orquestra, que se afirmavam. Mesmo sendo uma apresentação vigorosa e inquestionável em seus poderes, a WDR e Bychkov não pareciam querer dar uma demonstração de força – era uma performance mais para o lado da celebração, com essas potências todas se elevando. E digamos que o intento se realizou com Glazunov, e seu Concerto para violino em lá menor, op. 82, com a interpretação virtuosística da violinista japonesa Sayaka Shoji. Embora a peça do compositor russo não fosse assim tão conhecida da platéia, Shoji mostrou porque venceu o Concerto International Paganini aos 16 anos: esbanjou técnica em seu Stradivarius “Joachim” e, depois de insistentes aplausos, cedeu ao bis. Semyon Bychkov, à frente da WDR, ainda faria a Sala São Paulo valsear com as Danças Sinfônicas, op. 45, de Rachmaninov. Não resistiria, igualmente, ao bis e, com sua cabeleira simpática e trajes alegremente bufantes, deixaria um sorriso satisfeito como lembrança desta abertura da Temporada 2006 do Mozarteum Brasileiro.
>>> Mozarteum Brasileiro
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Julio Daio Borges
Editor
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