DIGESTIVOS
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Quarta-feira,
19/7/2006
Sociologia de um gênio
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 288 >>>
Irineu Franco Perpétuo é conhecido nosso de emissões radiofônicas, pela Cultura FM, e de incursões pela imprensa-impressa, como na última edição da Bravo!, comentando o Festival de Inverno de Campos de Jordão. Pois quem andou pela Casa do Saber, em tempos de Copa, teve a oportunidade de conhecê-lo em pessoa. Irineu Franco Perpétuo esteve ministrando um curso sobre as óperas de Mozart, com forte apelo multimídia, colocando em destaque as adaptações para cinema. Deu, em realidade, um ótimo exemplo de como DVDs, CDs e livros podem ser usados para conferir maior dinâmica a um curso de música erudita – ainda que a fala do professor dispute, cabeça a cabeça, com versões inesquecíveis como a de Bergman, para A Flauta Mágica, e a de Milos Forman, em Amadeus, para As Bodas de Fígaro. Os alunos tiveram a oportunidade, ainda, de conviver um pouco com as memórias do libretista (e parceiro do gênio de Salzburgo) Lorenzo da Ponte, com as cartas do próprio Mozart (e de seu pai, Leopold) e com os apontamentos de gente como Norbert Elias e Soren Kierkegaard, sobre um dos pontos altos do classicismo vienense. Como tem acontecido nas aulas da Casa, consideradas breves para temas inesgotáveis e profundos, o ciclo de Irineu Franco Perpétuo, além de iluminar um ponto ou outro, serviu mais como fonte de referência para neófitos e mesmo iniciados. Perpétuo regeu em silêncio, cantarolou com respeito e disparou observações precisas no momento certo – separando trechos, comparando-os com outros (de outras obras) e sempre evidenciando como os comentadores podem enriquecer uma produção como a de Mozart. No fim, concluiu que, ao morrer aos 35 anos, Wolfgang havia composto óperas clássicas que, na mesma idade, Wagner e Verdi ainda não haviam composto. Por quê? A resposta esperamos que venha em novos cursos do mesmo professor sobre os dois...
>>> Casa do Saber
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Julio Daio Borges
Editor
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