DIGESTIVOS
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Quarta-feira,
21/2/2001
Nasci no dia do medo, na hora de ter coragem
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 21 >>>
Para a reparação de uma das maiores injustiças e de um dos maiores oblívios da música brasileira, foi relançado, em CD, o primeiro álbum de Tom Zé. Com data de dezembro de 1968, não fica absolutamente atrás de nenhum disco de estréia de qualquer um dos medalhões da chamada Tropicália (nomeadamente Gilberto Gil, Caetano Veloso e os Mutantes). Está, talvez, muito mais desenvolvido na crítica social à Paulicéia, e no amálgama que reuniu ritmos brasileiros, influências do pop internacional e pretensões de eruditismo, citadamente em São São Paulo (São oito milhões de habitantes / Aglomerada solidão / Por mil chaminés e carros / Gaseados a prestação), Não Buzine Que Eu Estou Paquerando (Eu sei que você anda / Apressado demais / Correndo atrás de letras / Juros e capitais / Um homem de negócios / Não descansa, não), Namorinho de Portão (O Papai, com cuidado / Já quer saber / Sobre o meu ordenado / Já pensa no futuro), Curso Intensivo de Boas Maneiras (Primeira lição: deixar de ser pobre / Que é muito feio / Andar alinhado / E não freqüentar, assim, qualquer meio), Glória (Como um grande chefe de família / Ele soube sempre encaminhar / Seus filhos para a glória / Glória, glória eterna / ... / Mas aguardando o dia do juízo / Por segurança foi-lhes ensinando / A juntar muito dólar / Dólar, dólar na terra).
>>> http://www.tomze.com.br/
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Julio Daio Borges
Editor
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