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Segunda-feira,
21/4/2008
Vida, Vício, Virtude, pela Casa do Saber
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 364 >>>
Com a morte dos velhos ideais do século XX, como se orientar num mundo destituído de transcendência, uma vez que as filosofias, sacrificadas no processo, ficaram igualmente para trás? O materialismo venceu; mas a revolução, não. Descrente com a política, o homem do século XXI não sonha mais com anseios coletivos e volta-se para si próprio. A satisfação de seus desejos resta como único imperativo, colocando em segundo plano o encontro com o outro, os projetos conjuntos, a marcha, para um "futuro melhor", dentro da História. Condenada a um eterno presente, que se repete cotidiana e mecanicamente, a humanidade se dedica a pequenas satisfações imediatas, pois desconhece até a possibilidade de satisfação plena. Descolado do tempo, caminhando na escuridão, resignado em seu labirinto, o homem contemporâneo sofre, permanentemente, sem entender por quê... Foi desta forma que Franklin Leopoldo e Silva abriu o ciclo "Vida, Vício, Virtude", uma iniciativa da Casa do Saber, com a Casa Fiat de Cultura, Artepensamento e SESCSP. No Sesc Paulista, desde o último dia 14 (até 7 de maio), outros nomes da filosofia, do humanismo e da cultura do Brasil vão refletir sobre temas tão amplos quanto "o vazio do pensamento": Marcelo Coelho (sobre a amizade), Eugênio Bucci (sobre a intolerância), Marilena Chaui (sobre a liberdade) e Renato Janine Ribeiro (sobre a intemperança). Quando a espiritualidade é abalada, faz-se necessário um novo iluminismo? Sem objetivos à vista, é iminente um retorno ao ponto de partida? Se a mídia se perdeu no seu ritmo frenético e se a academia se fechou em seu hermetismo, ciclos como "Vida, Vício, Virtude" procuram retomar, em sociedade, a reflexão.
>>> Vida, Vício, Virtude
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Julio Daio Borges
Editor
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