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Quarta-feira,
5/11/2008
Temporada Hannah Arendt
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 388 >>>
Sem nenhuma razão especial, estamos vivendo uma "temporada" Hannah Arendt no mercado editorial brasileiro. Primeiro foi a biografia escrita por Laure Adler, e editada em português, pela Record. Depois, mais recentemente, foi o livro A Promessa da Política, reeditado pela Difel. Logo na seqüência — ou, então, por coincidência — o dossiê Hannah Arendt, na revista Cult. E, agora, a Companhia das Letras relança Homens em Tempos Sombrios, em edição de bolso, enquanto lança Compreender: Formação, Exílio e Totalitarismo, um livro de ensaios, neste final de outubro, início de novembro. O primeiro — que na França ganhou o título de Vidas Políticas — aborda contemporâneos célebres da autora, sobreviventes de períodos críticos durante o século XX, como a Primeira e a Segunda Guerras. Entre admirações como Rosa Luxemburgo e personalidades bastante próximas — como seu orientador e amigo da vida inteira, o filósofo Karl Jaspers —, Hannah Arendt passa por Hermann Broch, Bertolt Brecht, tenta ser o mais objetiva possível sobre Martin Heidegger e tem um de seus grandes momentos falando de Walter Benjamin. (Celso Lafer, ex-aluno da pensadora, completa com um posfácio interessantíssimo.) Já Compreender, com introdução do sempre cuidadoso Jerome Kohn, é mais amplo, não trata apenas de figuras humanas, recorre também a temas abstratos, mas escapa um pouco da filosofia, em ensaios mais numerosos e breves. Além de seus preferidos (e dos assuntos de sua preferência), desfilam Kafka, o existencialismo, Voegelin e até Kierkegaard. Hannah Arendt nunca é uma perda de tempo — ainda mais numa época em que o fôlego se perdeu e a brevidade reina absoluta...
>>> Homens em Tempos Sombrios | Compreender: Formação, Exílio e Totalitarismo
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Julio Daio Borges
Editor
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