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Quarta-feira,
26/11/2008
Sex and the City, o filme
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 391 >>>
Antigamente eram os homens que não entendiam as mulheres, que se disputavam por elas, que sonhavam com elas, idealmente. Existe algo de muito estranho num mundo em que as mulheres disputam os homens a tapa, semanalmente, na TV. E esse é o mundo de Sex and the City. Um mundo que choca o homem médio, que não se sentia tão valorizado, assim de repente, que sempre ansiou por ouvir as conversas de banheiro (mas não imaginava que fossem isso), e que, para sua eterna surpresa, passa a ser mercadoria, no limite, "homem-objeto". Existe algo de profundamente falso no único homem que protagonista o filme Sex in the City, ele é um "homem-troféu", na embalagem, aparentemente, perfeito, mas, como o próprio roteiro revela, oco, cobertura de bolo sem recheio, covarde, pusilânime, um títere, a antítese da masculinidade, enfim. Mas, para o choque da audiência masculina (100%), é ele quem a protagonista escolhe, no final... Não há com o que se revoltar, porém — as mulheres-protagonistas, inclusive as das nossas revistas, vão continuar se estapeando por um marido, por uma gravidez, ou por algo que lhes devolva... a feminilidade perdida. Jabor chamou-as, anos antes, de "mulheres-liquidificador", porque, de tanta plástica, e de tanto silicone (botox não havia ainda), eram como ciborgues intimidadores, que afugentavam os homens, em vez de atrai-los... Deformaram sua aparência, deturparam seus princípios, depois ficam chorando de incompreensão, pelos cantos... A oferta de sexo (do título) aumentou, é certo, mas, quando os relacionamentos se transformam num verdadeiro duelo, quem quer sobreviver a essas mulheres-testosterona?
>>> Sex and the City
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Julio Daio Borges
Editor
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