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Quarta-feira,
17/12/2008
Prelúdio, de Júlio Medaglia
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 394 >>>
Depois da consagração na TV no vácuo do tropicalismo, décadas atrás, o maestro Júlio Medaglia preferiu se resguardar, numa postura low-profile em programas de rádio, fora algumas intervenções cômicas em atrações para jovens e entrevistas bombásticas para a imprensa (quando invariavelmente desqualificava a música popular contemporânea). Na Cultura FM, pela manhã, assumia um ar nostálgico, relembrando, por exemplo, os gloriosos tempos da Rádio Nacional, lamentando que a indústria tivesse optado pelo popularesco e mantendo uma postura desiludida mesmo diante de talentos como Leandro Carvalho. Portanto, é surpreendente que esse mesmo Júlio Medaglia ― desesperançado, frio, distante ― tenha se convertido, agora, no principal incentivador de jovens musicistas eruditos, na televisão de São Paulo. Medaglia rege e apresenta, na TV Cultura, o Prelúdio, que encerrou sua quarta edição agora e que se autodenomina "o único show de calouros de música clássica da televisão brasileira". A referência, claro, vem desde Ary Barroso até Silvio Santos, que lançaram e igualmente gongaram estreantes na TV e no rádio por anos a fio. O nível da disputa no Prelúdio, porém, é incomparável. Os jovens talentos, que lá se apresentam, parecem alienígenas no planeta de Faustão, Gugu e quejandos. Medaglia, de repente, tem outro desafio: como preservar (e garantir um futuro para) seus pupilos? O Prelúdio revelou, como em tantas outras áreas artísticas, a ponta do iceberg: talentos existem. Contudo, qual é o caminho depois de encontrá-los e de revelá-los para todo o Brasil?
>>> Prelúdio
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Julio Daio Borges
Editor
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