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Segunda-feira,
4/1/2010
Além do Mais em 2009
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 448 >>>
A crise assombrou o Brasil no primeiro semestre, para ser "esquecida" durante o segundo, principalmente depois da escolha do Rio de Janeiro como a sede das Olimpíadas de 2016, seguida pela consagração do País na capa da Economist. Mesmo assim, em 2009 continuamos lendo obras importantes como o Cisne Negro (Record), de Nassim Nicholas Taleb, e O Crash de 2008, cuja tradução lançou a editora Aracati. Também Outliers (Sextante), de Malcolm Gladwell, mereceu nossa leitura atenta em 2009. E seu anunciado contraponto, Desafiando o Talento (Globo), de Geoff Colvin. Um aposta na "teoria das 10 mil horas", ao estudar os gênios, e o outro na "prática deliberada", ao estudar grandes realizadores. E por falar em ambos, continuamos interessados n'A Cabeça de Steve Jobs (Ediouro), de Leander Kahney — que, além de ser um livro fundamental, manteve-se na lista dos mais vendidos durante meses (algo raro de acontecer). Ainda na seara dos gênios, a maior autoridade viva sobre darwinismo, Richard Dawkins, passou pelo Brasil, na Flip, e, para os mais incrédulos, fez questão de "matar Deus" ao vivo (com tradução simultânea). Realizadores brasileiros, aliás, ganharam entrevistas antológicas de Cristiane Correa (e foram, merecidamente, um hit, no reino dos vídeos da internet). Ainda que o grande acontecimento, em termos de YouTube, tenha sido a transmissão exclusiva, e ao vivo, de um show do U2. Nossa televisão — abandonada até em sua versão "a cabo" — teve como "melhores momentos", justamente, as reprises dos 40 anos da TV Cultura. E até Colin Powell teve os seus 15 minutos "a mais" de fama, ao falar sobre liderança. Mas quem mereceu nossa leitura, ao falar de poder, foi Robert Greene. Os Donos do Poder (Globo) — by the way —, de Raymundo Faoro, fez 50 anos e mereceu edição comemorativa. Assim como Formação Econômica do Brasil (Companhia das Letras), de Celso Furtado. Lynn Hunt contou uma bela história dos direitos humanos, enquanto Richard Koch, mais na linha da "autoajuda", nos ensinou a conseguir 80% dos resultados só com 20% do esforço. Melhoramos?
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Julio Daio Borges
Editor
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