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Quarta-feira,
13/2/2013
O Twitter da Y Combinator
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 488 >>>
O link é a moeda de troca da Web. A noção de hyperlink deu origem à "teia" que todos nós conhecemos. Tim Berners-Lee, com a invenção da Web (que redundou no browser), quis facilitar a vida de quem tinha de digitar os endereços para chegar nos "destinos" da internet. Com o hyperlink, ou simplesmente link, bastava clicar e, pronto, você era transportado para o "local" do endereço (ou site). Mas o link ficou tão comum que essa história se perdeu no ar... E nunca se passou tantos links, atualmente, como nas redes sociais. Especialmente no Twitter, cujos 140 caracteres, quase inevitavelmente, se compõem de um ou mais links. Mas, pense bem ― você, que está no Twitter ―, quantos links realmente fazem a diferença? Poucos, não é mesmo? A maioria dos perfis, no Twitter, basicamente replica o que está em evidência. Os chamados trending topics, ou termos mais comentados, alimentam os microposts ou seria o contrário? A verdade é que a maior parte das chamadas "postagens" cai na vala comum da banalidade. Principalmente no Brasil, onde o Twitter, para os donos de celular, é um repositório de estados de ânimo, frustrações ou desejos nem tão recônditos. Será que algum dia a internet brasileira terá um perfil, no Twitter, como o da Y Combinator? Especializada em pequenos investimentos em startups, a Y Combinator já identificou talentos como Dropbox, Reddit e Justin.tv. A Y Combinator prepara essas iniciantes, ou startups, para os investidores, em Mountain View, no Vale do Silício. E alimenta os pequenos empreendedores com muito arroz e feijão. Nesse cardápio, além de uma escola para empreendedores (sim, isso existe), estão os links vitaminados do perfil da Y Combinator no Twitter. Nunca, jamais, você vai encontrar, por exemplo, um link para a mídia mainstream. O Twitter da Y Combinator ainda acredita que os maiores tesouros estão na Web "profunda". Na cauda longa que pouca gente acessa, mas que eles acabam trazendo à tona. Muitos links sobre a própria internet, evidentemente. Sobre programação; sobre linguagens. Mas, também, curiosidades. Histórias do mundo da tecnologia. E, naturalmente, empreendedorismo. Suas lendas. E seus mitos. Quando aparece um micropost da Y Combinator, é impossível não parar pra ver. Seu caráter não óbvio, seu fundo de pesquisa e sua capacidade de mexer com o senso comum justificam o tempo despendido. Alguns sites pensam a internet. Alguns blogueiros pensaram a internet. E, hoje, podemos dizer que o perfil da Y Combinator no Twitter, igualmente, pensa a rede mundial de computadores. Nunca deixa o nível cair. Não apela. (Nem precisa.) Quando o Twitter, no Brasil, for menos "reflexo", suspiro, tiroteio, quem sabe permitamos o surgimento de um perfil menos imediatista, como o da Y Combinator. Mesmo sabendo que ter uma Y Combinator ― de tijolo e concreto ― são outros quinhentos... (Quinhentos anos?)
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Julio Daio Borges
Editor
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