DIGESTIVOS
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Quarta-feira,
19/9/2001
Day after day, alone on the hill
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 50 >>>
Amanhecidos do pesadelo, os EUA iniciam a contagem (estimativa) de seus mortos e feridos. Vozes se fazem ouvir por entre os escombros, como fantasmas, numa "catacumba" de pessoas enterradas vivas. A mais alta tecnologia dos celulares cruza o oceano, enquanto seres humanos padecem em meio ao desabamento (primitivo) de duas, três, quatro... - quantas forem as montanhas de concreto. De repente, a civilização com mais "meios" de todos os tempos, encontra-se numa das situações mais precárias da História, digna do homem das cavernas. Mas o "american people" está longe de ser a única vítima. O World Trade Center é, além de tudo, o retrato de uma Babel moderna, em que múltiplas nacionalidades costumavam conviver profissionalmente. E nenhuma outra construção "posta abaixo" (nem mesmo Times Square ou Wall Street) faria a Terra parar de rodar, como o WTC fez. Sem falar que o ocorrido tem todo um simbolismo digno de uma catástrofe bíblica, do Antigo Testamento. Os mestres de cerimônia dos cultos ecumênicos, aliás, já perceberam isso, evocando os "velhos profetas" em alto e bom som. Quando o Homem se vê diante de um acontecimento irreal, que não consegue entender nem explicar, volta-se para Deus. (Deus? Que Deus? O Deus do capitalismo ou o Deus da guerra?) George W. Bush traveste-se de Moisés norte-americano, junto com seu fiel escudeiro, Colin Powell (ou seria o contrário?). Agora vão ter de abrir caminho pelo mar - e libertar seu "povo" de uma humilhação sem precedentes, que coloca os EUA num transe hipnótico, dadas a persistência e a velocidade com que são repetidas imagens e palavras. De delírios coletivos assim é que nascem as declarações de guerra, e os movimentos mais sangrentos da humanidade (vide nazismo, stalinismo e maoísmo). Quem acredita em Nostradamus ou na Era de Aquário, anda se esbaldando em interpretações. Parece que, entre as profecias, está a de um conflito que, uma vez encerrado, traria mil anos de paz. Obviamente, àqueles que "sobrarem". Junto com as baratas.
>>> Folha Online
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Julio Daio Borges
Editor
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