DIGESTIVOS
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Sexta-feira,
1/2/2002
O Conselheiro também come (e bebe)
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 67 >>>
Quanta diferença. Enquanto a maioria dos donos de restaurante vê o seu negócio como uma mina de ganhos fáceis e imediatos, Frédéric Serre e Luci Haddad entregam-se de corpo e alma ao “Crêpe de France” – que se converte, portanto, em uma iniciativa humanista, mais do que num projeto meramente gastronômico. Tudo começou quando a artista plástica e designer, com larga experiência em turismo na Maison de la France, encontrou o chef nascido em Valence, certificado pela Académie de Grenoble em Cuisine Classique. Corria o ano de 1997, e a decisão comum foi de montar uma crêperie no Brasil. Depois de uma viagem de pesquisa e peregrinação pela França, a dupla retorna a São Paulo, instalando-se na Vila Uberabinha, num local calmo e sossegado, evocando a tranqüilidade do interior da Bretanha. Não por acaso, acontece da rua se chamar Marcos Lopes, a mesma que hoje liga a Afonso Bráz à Hélio Pelegrino, o mesmo que ontem foi o primeiro restaurateur da metrópole. Ninguém desconfiava que dentro daquela casinha discreta, que se estende para dentro do quarteirão, Frédéric e Luci fariam um verdadeiro trabalho de formação – desde os garçons até a clientela, de modo que todos hoje conhecem a História e as histórias por trás das Galettes de Sarrasin, das Crêpes de Froment e do Cidre Bretão. As primeiras são o que nós, brasileiros, vulgarmente chamamos de “crepe salgado”; em seguida, obviamente, os “crepes doces”; e, por fim, a bebida que é tradicional e que deve obrigatoriamente acompanhar a refeição, como no costume bretão: o vinho espumante, feito de suco de maçã, servido numa canequinha simpática e extremamente convidativa. Acontece, porém, que as nossas noções (adquiridas a partir do “crepe brasileiro”, que não passa de uma panqueca) são insuficientes para descrever toda a riqueza de ingredientes e recheios que compõe os pratos do “Crêpe de France”. A experiência de se estar lá, entre os “embaixadores da Bretanha” (assim reconhecidos pela própria), é inesquecível e não deve ser postergada. É como um sonho bom, que se torna realidade. Vida longa ao “Crêpe de France”. Vive la Bretagne.
>>> Crêpe de France - Rua Marcos Lopes, 271 – Tel.: 3044-0679
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Julio Daio Borges
Editor
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