DIGESTIVOS
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Quinta-feira,
4/4/2002
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Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 76 >>>
“Onze Homens e Um Segredo” foi virtualmente ignorado (o que, às vezes, é pior do que ser escorraçado) pela crítica, embora esteja há um bom tempo em cartaz e tenha sido apontado, nos salões privados, como uma boa opção de entretenimento. Claro, o filme é hollywoodiano in extremis: povoado por uma constelação de astros e estrelas, pega carona naquela mistura de cassino com glamour e foras-da-lei, requentando a fórmula (de 1960) com tecnologia de ponta e uma trama original o suficiente para agüentar até o próximo mês. Mesmo assim, é divertido e vale à pena ser assistido. Afinal, é isso que as pessoas (afugentadas pelo cinema nacional, pelas reestréias pós-Oscar e pelos alternativos europeus) querem ver. Se faltam argumentos para convencer os mais recalcitrantes, não custa lembrar que a direção fica a cargo de Steven Soderbergh, o mesmo do mundialmente celebrado “Traffic” (de 2000). O elenco conta ainda com Matt Damon, o precoce e sobrevalorizado “Gênio Indomável” (de 1997, apesar de um pouco obscurecido desde então). Óbvio que é necessário atravessar os clichês que, ano a ano, rendem milhões a Julia Roberts, Brad Pitt e George Clooney, mas suas performances não aborrecem os mais exigentes (até porque eles aprenderam alguma coisa com Guy Ritchie e os Irmãos Cohen). Andy Garcia, que não chegou a latin lover (como Antonio Banderas) e que andava meio fora do circuito mainstream, encarna o “bad boy” (contra o qual todos devem torcer). Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr. continuam insuperáveis, mas há que se considerar que, em 50 anos, os objetivos da sétima arte e das platéias mudaram muito.
>>> Ocean's Eleven
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Julio Daio Borges
Editor
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