DIGESTIVOS
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Segunda-feira,
4/11/2002
Baixarias
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 106 >>>
Jonas Bloch, Rogério Cardoso e Flávio Galvão. Três Homens Baixos. Um elenco e um título que impõem certa respeitabilidade. Ou não? Entre os atores: o primeiro é pai de Debora Bloch; o segundo, quase um espécime em extinção, da escola de Grande Otelo; o terceiro, praticamente sinônimo de televisão brasileira. E "Três Homens Baixos" evoca, em princípio, as "Três Mulheres Altas", de Edward Albee. Pois é. Mas nem tudo o que "parece", efetivamente, "é". Infelizmente, a montagem "Três Homens Baixos" descamba para o besteirol, para a chulice e para o humor rasteiro, que envergonhariam qualquer dramaturgo com um mínimo de amor-próprio (quanto mais um com pretensões a Albee). E para um trio tão experimentado, quanto Jonas, Rogério e Flávio, não é exatamente um desafio, muito menos um jeito de ganhar dinheiro, tampouco uma forma de atrair a atenção da mídia. O que é então? Fica a pergunta. A história é óbvia: a dos três amigos de escola que marcam encontros anuais sempre no mesmo bar. A estrutura, manjadíssima: força um "efeito catártico", de modo que cada personagem vai se abrindo para as demais. As revelações, antiqüíssimas: um é, lógico, "bicha"; o outro é, não muito difícil de adivinhar, "brocha"; e o último, qualquer um imaginaria, "corno". A partir daí, insere-se uma porção de "situações engraçadas" que, supostamente, prendem o público. Nada contra ser pouco original. Mas apelar para a mesmice a ainda descer ao nível dos piores humorísticos da tevê? Rogério Cardoso não precisava se fantasiar de Carmen Miranda; Flávio Galvão não precisava posar de rapazola viril; e Jonas Bloch não precisava reproduzir trejeitos e afetações típicas. Para completar, o Teatro Bibi Ferreira está muito sujo e descuidado. Que os encenadores e realizadores tenham mais respeito e atenção com o espectador da próxima vez.
>>> "Três Homens Baixos" - Teatro Bibi Ferreira - Av. Brigadeiro Luis Antonio, 931 - Tel.: 3105-3129
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Julio Daio Borges
Editor
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