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Quinta-feira,
21/11/2002
Algo em común
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 109 >>>
Está provavelmente havendo um renascimento do cinema na América Latina. Além do Brasil, que se acompanha mais de perto, exemplos de boa cinematografia também chegam da Argentina e do México (para ficar, apenas, nos maiores expoentes). Para que se tenha uma idéia, e para quem perdeu o impagável "Nove Rainhas" (2000), está neste momento em cartaz "O Filho da Noiva" ("El Hijo de la Novia", 2001). Ainda que uma parceria com o cinema espanhol, confirma nossa tese alvissareira, ao contar, mais uma vez, com o magnífico ator Ricardo Darín (um dos protagonistas de "Nove Rainhas"). Ricardo, ou melhor, "Rafael" é proprietário de um restaurante familiar em Buenos Aires, cercado por fornecedores, credores, clientes, um pai aposentado, uma namorada jovem, uma filha adolescente e uma ex-mulher histérica. Infarta, é claro - e resolve mudar de vida. Até aí o velho clichê da crise, que muda tudo e que fornece uma "nova perspectiva". Lógico, a história já foi contada mil vezes - mas não na Argentina de agora, não nesta nossa época, não "do nosso jeito". Esse é o grande mérito de Juan Jose Campanella, diretor e roteirista: assistimos a um cinema contemporâneo, sobre problemas contemporâneos, com pessoas contemporâneas, que vemos nas ruas. (Ainda que isso não seja, exatamente, o Brasil.) E o melhor de tudo: sem apelar para sexo, violência e miséria - ou seja, os velhos "choques de realidade" de sempre. "O Filho da Noiva" é um filme sobre a sensibilidade humana, sobre o idealismo, sobre o sonho tolo de felicidade. Mas e daí? Por isso mesmo, um filme sobre seres humanos, para seres humanos, pelos seres humanos. Coisa rara hoje em dia. A América Latina deve ser mais que a impositiva pecha terceiro-mundista.
>>> El Hijo de la Novia
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Julio Daio Borges
Editor
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