DIGESTIVOS
>>> Notas >>> Música
Terça-feira,
4/2/2003
Estatutos da gafieira
Julio
Daio Borges
+ de 1700 Acessos
|
Digestivo nº 119 >>>
Dentre os muitos méritos da gravadora Biscoito Fino, está o de haver tirado uma geração inteira de intérpretes e compositores da toca (ou até do ostracismo, se quiserem). Desde os fundadores, Francis e Olivia Hime, até os filhos (ou pais) da bossa nova, Miúcha, Joyce, Bethânia, entre outros mais. Agora chegou a vez de Billy Blanco: parceiro de Tom Jobim na sua fase inicial. (Também de Sebastião Tapajós e de Baden Powell.) Com quase 80 anos, apóia-se em filho, netos e uma legião de admiradores para forjar "A bossa de Billy Blanco" (CD recém-lançado). O tom é de homenagem; a seleção é de grandes êxitos; e as fotos, de um álbum de família. Lá está Billy com Marta Rocha, Angela Maria, Ary Barroso e Pixinguinha. Talvez como um alerta para novos, ou novíssimos, fãs. Irrepreensível como todo projeto que sai da prensagem da BF, o disco peca apenas pelo caráter oficialesco em excesso. É comum quando artistas se colocam diante do cânone, e têm de enfrentá-lo face a face. Assim, as primeiras oito faixas não são mais que respeitosas - uma troca de gentilezas entre, por exemplo, Billy Blanco Jr. e Paulo Jobim (os herdeiros do espólio de "Teresa da praia", embalada pelo par). Do mesmo modo (solene), Leila Pinheiro, Ney Matogrosso e Lucinha Lins. A coisa começa a melhorar com Olivia Hime (que toma certas liberdades, em "Viva meu samba") e com Erasmo Carlos (em "Mocinho bonito", depois de passar por revisão crítica, no momento em que lança também sua "caixa"). Anna Lemgruber é a voz que surpreende, abrindo alas para a gaita de Maurício Einhorn. O instrumentista de maior destaque, porém (apesar de Maurício e de Carlos Bala), é, sem dúvida, Marcos Nimrichter, atacando tanto de piano quanto de acordeom. Sobra espaço, ainda, para os filhos de Baden, Marcel e Philippe, e para o fechamento com um Billy Blanco mais solto e menos estático. "A bossa de Billy Blanco", portanto, vale pelo resgate da obra, e por momentos de menor contenção. O resto são performances corretas, porém inócuas.
>>> "A bossa de Billy Blanco" - Billy Blanco - Biscoito Fino
|
|
Julio Daio Borges
Editor
Quem leu esta, também leu essa(s):
01.
A aquisição do Washington Post por Jeff Bezos (Além do Mais)
02.
Abraços Partidos, de Pedro Almodóvar (Cinema)
03.
Jorge Drexler, no Bourbon Street, em 2009 (Música)
04.
Pré Pós Tudo Bossa Band no Sesc Pinheiros (Música)
05.
Bisscchhhh!! (Música)
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
|
|
|