DIGESTIVOS
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Terça-feira,
12/8/2003
Sem título
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 141 >>>
Alberto Beutenmüller, crítico de arte, cansou de ver os jovens se debatendo para tentar entender o pós-modernismo e lançou “Viagem pela Arte Brasileira”, seu manual didático, pela editora Aquariana. Alberto passeia pelos movimentos e pelos principais nomes de nosso País, desde a “arte rupestre” até as “tendências atuais”. O texto é fluido, para se ler cada capítulo ou verbete em alguns minutos. O volume tem uma apresentação ágil, que vai conquistar o leitor de hoje, com ilustrações oportunas e um pequeno encarte, no final, com as obras mais relevantes em detalhe. Partindo do princípio que as inquietações da juventude atual se manifestam mais veementemente a partir do modernismo, Beutenmüller reserva quase metade das páginas ao século XX e às suas manifestações. O que é correto, pois o leigo normalmente se vê assaltado por dúvidas numa Bienal, num museu de arte contemporânea ou numa exposição sobre o que se fez nas últimas décadas ou no último século. Dificilmente o embate se dará com o acervo do Brasil colonial ou imperial. Mesmo assim, é fundamental saber o que se fez nesse tempo – principalmente no que se refere ao nosso barroco (um dos mais esplendorosos de que se tem notícia) e aos registros de viajantes que por aqui passaram, mais notadamente holandeses e franceses. Terminamos descobrindo que houve até impressionismo no Brasil e que o nosso legado mereceu inclusive um “Breve Dicionário”. Nele, Alberto esclarece conceitos como o de “academicismo” ou de “neoclassicismo”, enquanto abarca movimentos como o “tropicalismo” (sim, não foi só na música) e o “romantismo”, passando por grupos como o “Santa Helena” e o da “Geração 80”. Enfim, vai agradar a gregos e troianos – ao mesmo tempo em que vai salvar os estudantes da ignorância perpetrada pelos meios de comunicação.
>>> “Viagem pela Arte Brasileira” - Alberto Beutenmüller - 135 págs. - Editora Aquariana
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Julio Daio Borges
Editor
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