DIGESTIVOS
>>> Notas >>> Música
Sexta-feira,
28/11/2003
Age of Innocence
Julio
Daio Borges
+ de 1500 Acessos
|
Digestivo nº 151 >>>
Houve um tempo em que o mundo era do Iron Maiden. Não, não foi no Rock in Rio I (1985). Foi no final dos anos 80, início dos anos 90, época em que se comemorava os Ten Wasted Years – com uma coleção de 10 CDs que passava a carreira em retrospecto, num mar de faixas inéditas. Bruce Dickinson poderia se dar ao luxo de regravar “Prowler” e “Charlotte The Harlot” (dois clássicos na voz de Paul Di'Anno), interpretar “covers” (como “Massacre”, do Thin Lizzy) e ainda lançar um disco solo. Era o auge. E “Tattooed Millionaire” (1990) seria o canto do cisne do Iron Maiden. Janick (pronuncia-se “Ianick”) Gers tocou guitarra como nunca mais conseguiu no conjunto. Bruce podia compor (inclusive “alfinetadas” em seus companheiros de showbiz, como o povo do Mötley Crüe); brincar com David Bowie (“All the Young Dudes”); estender os agudos à maneira de Ian Gillan (na turnê, estava incluída “Black Night”, do Deep Purple). E o Iron Maiden podia rir das acusações de ter usado teclados no álbum “Seventh Son Of A Seventh Son” (1988). Mas esse tempo passou. E Adrian Smith saiu, para nunca mais voltar na mesma forma. E Bruce Dickinson saiu, e voltou – apesar das disputas de ego com Steve Harris. E Janick Gers ficou (esse deveria ter ido embora). Na verdade, o rompimento com Derek Riggs (o autor de todas as capas e o criador do “Eddie”) era um mau presságio. Uma sucessão de “ao vivos” e discos de estúdio nunca mais fizeram o mesmo barulho. (Houve até, parece, outro “Rock in Rio” – só que em DVD.) Então comprar “Dance of Death” (2003), com inspiração na orgia de Stanley “Eyes Wide Shut” Kubrick, tem de ser obrigatoriamente um ato de nostalgia. Nas fotos, Dickinson parece menor que os outros (sempre foi). Os trajes de couro deveriam ser sumariamente abandonados. Há “sombras” de mulheres em toda parte... Alguém escrevendo sobre Robert Plant disse, uma vez, que preferia quando ele cantava sobre fadas. Hoje temos forçosamente de concordar; embora as “fadas” do Iron Maiden sejam outras.
>>> Dance of Death - Iron Maiden - EMI
|
|
Julio Daio Borges
Editor
Quem leu esta, também leu essa(s):
01.
E se você me desse um beijo? (Literatura)
02.
Still Life (Talking) (Internet)
03.
Uma relação orgânica com a rede (Internet)
04.
O Fino da Fina (Música)
05.
Sem música, a existência seria um erro (Música)
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
|
|
|