DIGESTIVOS
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Segunda-feira,
7/6/2004
O que é que o baiano tem?
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 178 >>>
Dorival Caymmi não deve acreditar que está com 90 anos. Sua fama corre. Até a neta registrou na biografia. Não havia mulher, casada ou solteira, que resistisse ao seu charme. Até Chatô admirou. Stella Caymmi, quando do lançamento do livro, teve de negar veementemente que seu avô tivesse papado Carmen Miranda. Havia a possibilidade. Sem contar as algazarras registradas por Jorge Amado. O marido de Zélia Gattai fez de Caymmi um seresteiro em “Dona Flor e seus dois maridos” (1966). Ele acompanhava Vadinho em suas farras. Em verdade, são tantas as lendas em torno de Dorival Caymmi que é melhor acreditar apenas na do Abaeté, composta por ele. Como essa, as outras são provavelmente ficção. Ou não. O fato é que seus filhos, quase tão célebres quanto o pai na música, decidiram homenageá-lo com um disco. Nana diz que foi idéia dela; Dori faz os arranjos; e Danilo faz bonito (sua especialidade, aliás). O CD é corretíssimo, mas falta a ele a alegria que só se vê nos palcos. Como se viu no do Tom Brasil Nações Unidas. O trio estava bem-humorado. Dori contou, entre outras coisas, que a “Marina” (“Marina, morena, Marina, você se pintou...”) era ele o tempo todo: “Uma Marina velha, gorda, de bigode”. Na meninice, ficava de mal do velho Caymmi, que para se vingar retribuiu em forma de canção (“Desculpa, Marina, morena, mas eu tô de mal, de mal com você...”). Nana reclamou do calor (também sua especialidade); anunciou que reportaria as últimas novidades da sua saúde frágil, mas acabou não falando nada. Stella, a autora, cantou as letras todas da primeira fila. Na estréia do Rio, via-se o compositor, igualmente na platéia, ao lado de Caetano Veloso. Segundo os filhos, em tom de brincadeira, nunca gostou de interpretações que não fossem as suas. E com razão. Deve ter aberto uma exceção para Nana, Dori e Danilo. Afinal, seu repertório quase sempre vale as regravações. Quanto mais as boas.
>>> Para Caymmi, de Nana, Dori e Danilo - Warner
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Julio Daio Borges
Editor
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