DIGESTIVOS
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Quarta-feira,
23/3/2005
Geração Coca-Cola
Julio
Daio Borges
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Digestivo nº 219 >>>
Entre os atuais revivals dos anos 80, existe uma versão carnavalizada e sem compromisso que passou por São Paulo quase em forma de caravana. Estamos falando da festa coordenada por Leo Jaime, no Directv Music Hall, quando, por coincidência, Kid Vinil completava 50 anos. Foi em fevereiro. Os roqueiros parece que se convenceram de que são pálidas imagens do que um dia foram (se é que foram), e resolveram juntar forças para promover uma noite festiva e animada nas principais capitais nacionais. Além do Vinil, que, em “Sou boy”, berrava a letra inaudível de que ninguém mais lembrava (em “Tique tique nervoso”, menos ainda), empunhavam seus instrumentos e suas vozes, o já citado Leo Jaime, que devia se contentar que ainda se lembrassem de seus refrões (“Sônia”, “Rock estrela”, “As 7 vampiras”...), Leoni, Roger, Ritchie e Evandro Mesquita. Tirando o último, ninguém teve a cara-de-pau de dizer que sua banda original estava ali (respectivamente, Kid Abelha/Heróis da Resistência, Ultraje a Rigor, Vimana e Blitz). Fora a nostalgia – quem não cantaria junto “Dublê de corpo”, “Inútil”, “Menina veneno” e “Você não soube me amar”? –, o show serviu para mostrar porque Cazuza, Renato Russo e Herbert Vianna foram tão diferentes dessa turma (embora não fossem tanto). O prêmio miss simpatia ficou para Kid Vinil, que, com sua cancha de rádio, assumiu perfeitamente a posição de mestre-de-cerimônias. O Oscar para ator mais conservado foi para Evandro Mesquita, sem nenhum cabelo branco e conseguindo arrepiar os fios como na época do new wave. O de animação, para Ritchie, o mais bem resolvido com seu legado (como o de todos, não muito brilhante, diga-se de passagem). O de “gente fina”, para Leoni low-profile “Garotos”. O “quem te viu, quem te vê” para Roger, esquálido. E o “você não mudou em nada, eu também não, que bom” para Luciana Vendramini, que, para o delírio geral, resolveu rebolar no palco. Sem Paulo Ricardo. Até para provar que voltar, sem muito marketing, pode ser um grande negócio. Inclusive respeitável.
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Julio Daio Borges
Editor
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