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Quinta-feira,
19/10/2006
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Redação
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Blogs de jornalistas reloaded
Impressionante, até para mim, a repercussão do meu "Por que os blogs de jornalistas não funcionam". Publiquei, fui viajar, continuei recebendo e-mails e acompanhando as citações na blogosfera... Confesso que, daquilo que está fora do Digestivo, perdi o controle.
Foi um texto escrito em meio a outros. Há muito que eu queria analisar os "novos" blogs de jornalistas, mas não tive paciência para ir caso a caso (aliás, como alguns me cobraram...). Eu sentia que, por princípio, havia algo errado. Enumerei os pontos e fui investigando...
Não publiquei imediatamente e, quando fui passar a limpo, achei um tanto quanto raivoso (como o Anderáos observou...). "Podei" algumas passagens, suprimi palavrões - mas o tom inicial continuou. Se certas atitudes dos jornalistas em relação à internet não me irritassem tanto, eu conseguiria soar bem mais suave e ser levado mais a sério (até pelos próprios)...
No conteúdo, não acho que tenha me equivocado e, apesar das dúvidas quanto à forma, mantenho todos os pontos. É certo que jornalistas não lêem blogs de verdade (porque muitos - quase todos - não lêem inglês...). A lincar, eles até podem aprender, mas têm um longo caminho na convivência com os leitores (e com suas respostas). O interesse vai condená-los: são mercenários. Coisa que a internet não perdoa...
Pensei que muitos jornalistas fossem se enfurecer comigo mas, para minha surpresa, me mandaram e-mails concordando. Não escrevi por um motivo nem por outro; apenas considerei que essas falhas precisavam ser apontadas - e por quem mais senão por mim? Não é pretensão; é experiência.
Como a grande maioria sabe, não fui contaminado por nenhuma redação física, embora considere que faça jornalismo aqui. Como disse um amigo, até quis publicar em papel e "seguir carreira", digamos assim, mas de repente percebi que não precisava mais... Sou de uma geração à qual o papel nunca concederia tamanha liberdade, tamanha independência e tamanha autonomia - quanto a internet, até agora, concedeu.
Tem os seus riscos - mas tem as suas recompensas. E eu só posso dizer o que digo (e como digo) porque, justamente, não tenho vínculo com o jornalismo tradicional. Nem passado; nem futuro. Não tenho vínculo "passado" porque construí uma carreira inteira na internet; e não tenho vínculo "futuro" porque toda a minha relação com o papel parte do princípio de que ele tem de me aceitar agora como sou (com qualidades e defeitos). É o meu preço. (Muitos pagam.)
Fora essas ruminações que não acrescentam muito mais ao já dito, me senti instado a redigir este comentário quando li uma pequena entrevista do meu xará, Hungria, publicada dois dias depois do meu texto. Conclui que falamos a mesma língua: eu, aqui; ele, lá, no Blue Bus (percebeu isso ainda o Heberth Xavier...).
Ao perguntarem a ele, Julio, se a mídia estava "perdida" em relação às novas tecnologias, respondeu que "não completamente mas quase". Depois, afirmou que "os veículos do futuro serão outros" e que "os atuais estão em fase terminal" ("que ainda se prolonga, mas terminal"). Por último, que os executivos de mídia (eu diria, os jornalistas) têm tanto "medo" de perder seu lugar ("suas posições") que vão perder "por esse mesmo motivo"...
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Julio Daio Borges
19/10/2006 à 00h16
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Nebulosidade
Para mim eleição é igual a domingo com tempo instável.
Você acorda esperançoso que o tempo estará bom. Abre a janela e lá vem decepção, depois, otimismo, com alguns raios de sol, e por fim, conformismo, enquanto a dúvida paira entre colocar uma calça ou uma bermuda.
Tudo que é instável, por óbvio, pode mudar a qualquer momento. Desse jeito, você pode passar frio de uma hora para outra, ou calor de uma hora para outra... O que será pior?
Exemplo de otimismo seria, com o tempo nublado, você sair de casa, dirigir-se ao Parque Villa-Lobos, em São Paulo, e ouvir música clássica, executada pela Orquestra Sinfônica, como aconteceu no último domingo de setembro. Aos poucos ir percebendo que a cada minuto que passa o tempo está mais frio. Assim, o corpo vai ficando gelado, em contraste com o calor passado com os executores daquela linda orquestra. Bem que política poderia ser assim.
Exemplo de pessimismo seria você levantar na semana seguinte, domingo nublado, e ter que ir votar nos candidatos brasileiros. Dessa vez, a cada minuto na fila para votar você vai percebendo que aquele tempo nublado está abrindo, depois que está sol lá fora, e por fim chega à conclusão de que seu voto não vale nada, os políticos são todos iguais e que você poderia estar na praia ou no clube.
Na Grécia antiga, para ilustrar, seria o que chamamos de bom tempo. Sol. Lá, votar não era obrigação. A vida do homem grego era a política e a política era a dialética, a discussão, forçando um pouco, a luz dos cidadãos.
Já no Brasil, política é igual a nebulosidade.
Democracia é igual a neblina.
Você não vê direito o que está acontecendo; sabe, mas não sabe; e, para piorar, tudo é escondido atrás da burocracia estatal e dos velhos ou novos coronéis. Ninguém nunca sabe de nada, esse é o lema.
O que importa é o "preço do arroz". Desse jeito, claro, a quantidade de assistencialismo é proporcional ao número de votos.
É a obrigação que move as massas, desinteressadamente, às urnas. Pensamentos ligeiros poderiam transmitir a idéia que é a falta de inteligência, talvez de estudo ou informação, que faz o povo brasileiro eleger sempre os mesmos.
Não concordo. Talvez falte crítica.
Mas, na verdade, estamos em um marasmo cívico e o que sobra é a descrença, conformismo e medo de mudança.
Triste!
Tomemos uma atitude.
Votemos de bermuda!
É disso que o Brasil precisa!
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Daniel Bushatsky
18/10/2006 às 09h45
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Ainda sobre o debate
É impressionante como o Lula sabe tudo que aconteceu no governo FHC, mas não sabe nada do que acontece no dele...
Giovanna, cujo Todas As Cores De uma Artista linca pra nós.
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Julio Daio Borges
18/10/2006 às 08h55
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Da paciência dos livros
"Qual romance começa com as palavras 'Numa noite de primavera de 1890'? Onde li que o rei Salomão usou uma lente de aumento para saber se a rainha de Sabá tinha pernas peludas? Quem escreveu aquele livro singular, Fligh into Darkness, do qual só recordo a descrição de um corredor sem janelas, tomado por pássaros esvoaçantes? Em qual história li a frase 'no despejo de sua biblioteca'? Qual livro tinha uma vela acesa na capa e desenhos a lápis no papel creme? Em algum lugar de minha biblioteca encontram-se as respostas a estas questões - mas esqueci onde.(...)
"Não tenho nenhum sentimento de culpa diante dos livros que não li e talvez jamais lerei; sei que meus livros têm uma paciência ilimitada. Vão esperar por mim até o fim de meus dias."
Alberto Manguel, em A biblioteca à noite (Companhia das Letras, 2006, 304 págs.), dando um alento aos viciados em livros.
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Rafael Rodrigues
17/10/2006 à 00h13
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A orelha do livro!
Faltando poucos dias para o lançamento, o livro ainda não saiu da gráfica. A Editora Sulina, no entanto, garante que tem tudo sobre controle. Alta ansiedade! Enquanto espero, fico digerindo a orelha do livro, que é uma delícia:
No Brasil é mais provável que um escritor acabe virando taxista, do que um taxista venha a tornar-se um escritor. Mauro Castro, no entanto, é um taxista capaz de contrariar esta lógica. Quem acompanha sua coluna no jornal Diário Gaúcho, ou seu blog na Internet, já conhece a capacidade deste profissional do volante de verter para o papel as incríveis histórias do cotidiano de um motorista de praça.
Mauro Castro, no Taxitramas, ansioso com o lançamento de seu livro, dia 18 agora, em Porto Alegre.
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Rafael Rodrigues
16/10/2006 à 01h39
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Nobel de Literatura: vencedor
O vencedor do Prêmio Nobel de Literatura deste ano foi o escritor turco Orhan Pamuk. Sinceramente, não conheço sua literatura e não havia ouvido falar dele até então. Falha minha.
Orhan tem dois livros publicados no Brasil: Meu nome é Vermelho, pela Companhia das Letras e O castelo branco, pela Record.
Ainda este mês sai, também pela Companhia das Letras, Neve (488 págs.), oitavo romance de Pamuk. Desde já incluído na minha lista de futuras aquisições.
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Rafael Rodrigues
13/10/2006 às 17h00
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Primeiro Amor
E não é que, em meio a tantas montagens incensadas em torno do centenário do dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989), a mais interessante delas até agora vem sem alarde ou fogos de artifício? É Primeiro Amor, um monólogo do ator Marat Descartes sobre o romance homônimo, com direção de Georgette Fadel.
Um dos textos mais intrigantes de Beckett, escrito em 1945, o curto romance traz um homem angustiado em torno de reflexões sobre sua vida, sobre o amor, sobre sua relação com o mundo. É uma de suas grandes discussões sobre a impossibilidade do contato, sobre a falência do discurso - em pleno ano da bomba.
Marat e Georgette tecem um Primeiro Amor em que não há obstáculos para que o genial texto flua livremente. As lacunas são preenchidas com precisão. A iluminação é muito interessante e por vezes parece interagir no espetáculo.
Um trabalho limpo, livre de amarras. Um grande ator em pleno exercício de suas condições. Uma direção consciente de que seu trabalho ali é dar vazão ao texto por meio de um ator que não se perca em virtuosismos ou adornos desncessários. Justa homenagem a Beckett.
Para ir além
Primeiro Amor - Espaço dos Satyros 1 - Pça. Franklin Roosevelt, 214 - República - Tel. (11) 3258-6345 - R$ 20 - Sexta e sábado, 24h - 55 min. - Até 28/10.
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Guilherme Conte
13/10/2006 à 00h01
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Dia do Sabino
Hoje, dia das crianças, é também o dia do Sabino, do Fernando Sabino, nascido há exatos 83 anos.
Conhecido por seu bom humor e por sua sagacidade, Fernando Sabino era - e continua sendo, claro - um grande contador de casos. Abaixo, alguns "causos" do escritor mineiro:
Equívocos
"Concordo com Hemingway, quando diz que toda relação pessoal entre o escritor e o leitor nasce de um equívoco ou gera um [outro] equívoco. Reconheço, como uma espécie de fatalidade, que sou vítima habitual de equívocos.
Ainda outro dia fui me registrar num hotel em Parati e a mocinha, ao ver meu nome, me perguntou se eu era parente do escritor. Disse-lhe que era o escritor. E ela:
- Você também escreve?
Mostrei-lhe o meu retrato na contracapa de um livro. Ela se limitou a dizer com ironia:
- Até parece, não é?
Quando afinal começou a acreditar, ficou me olhando como se eu fosse uma assombração, antes de conseguir perguntar, olhos arregalados:
- Você não morreu, não?
Quase lhe pedi perdão por continuar vivo."
Sabiá
"Antes de dar partida [na Editora Sabiá, a segunda - e última - que Sabino e Rubem Braga montaram juntos], desta vez tivemos o bom senso de procurar alguns entendidos - e recolhemos ensinamentos preciosos de outros editores: meu velho amigo Jorge Zahar, a quem devo o ensinamento de que editora é jogo, daí o seu fascínio; Ênio Silveira, da Civilização Brasileira, outro velho amigo, a quem devo a primeira edição de O encontro marcado; José Olympio, a quem devo a primeira edição de A Marca. Este foi tão enfático em nos recomendar cuidado que por pouco não fundamos a Editora Cuidado.
Mas Rubem queria Sabiá, e Sabiá ficou sendo. A Editora Brughera já tinha este título registrado e gentilmente nos cedeu.
Fizemos tanta onda com essa história de sabiá que Borjalo, depois de pegar um sabiá numa arapuca em sua casa, sugeriu pela TV Globo que mandassem sabiás para o Rubem. O sabiá da crônica começou a receber sabiá de presente de tudo quanto é lado. A certa altura chegou seriamente a me propor que, em vez de editar livros, passássemos a negociar com passarinhos."
Quatro amigos
"(...) posso afirmar que, se eu não tivesse conseguido mais nada na vida, esta relação tão duradoura de quatro amigos já teria sido o melhor que eu poderia desejar neste mundo. Espero que tenha sido assim também para eles [Sabino se refere a Otto Lara Resende, Hélio Pellegrino e Paulo Mendes Campos, amigos de toda uma vida]. É o que nos faz recuperar a criança dentro de nós, e sinto que me permitirá morrer em paz. Já tenho até meu epitáfio:
'Aqui jaz Fernando Sabino.
Nasceu homem, morreu menino'"
Nota do Autor (do Post)
Trechos extraídos de O tabuleiro de damas (Record, 1999, 224 págs.)
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Rafael Rodrigues
12/10/2006 às 12h10
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Nobel de Literatura: apostas
Todo mês de outubro é a mesma coisa: Prêmio Nobel. Nos últimos dias a Academia Sueca tem anunciado os ganhadores do Nobel em várias categorias. O Nobel de Literatura deve ser anunciado em breve.
Aproveitando o gancho, fiz uma pequena enquete para colher opiniões sobre quem poderia ser o ganhador do prêmio de literatura deste ano. Obviamente que, como disse o escritor Antonio Dutra, que fez enquete semelhante ano passado, "alguns nomes se repetem na lista dos escritores-candidatos". É verdade. Nomes como o do americano Philip Roth, o escritor albanês Ismael Kadaré, a norte-americana Joyce Carol Oates, o israelense Amos Oz, e a contista canadense Alice Munro.
Começando pelo jornalista e escritor Marcelo Moutinho, organizador do antológico Prosas Cariocas e com o livro de contos Somos todos iguais nesta noite no prelo, que resolveu apostar suas fichas em autores de língua portuguesa, sendo ambos poetas: Ferreira Gullar, "pelo conjunto da notável obra, evidentemente" - justifica, e Herberto Helder, "Poeta lusitano de primeiríssima" - conclui. Gullar também ganha o voto de Moutinho por seu papel importante na discussão sobre arte em geral...
Augusto Sales, no blog Paralelos, quase que fazendo um bolão literário.
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Rafael Rodrigues
12/10/2006 à 01h49
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Pocket Plus!
Não foi fácil escolher. Entre doze títulos, poderia comprar apenas três. Isso, para um viciado em livros, é quase que pedir a morte. Ok, estou exagerando, mas foi uma escolha muito difícil.
Para ser mais claro: estou falando da editora L&PM, que lançou recentemente uma nova coleção de livros pocket. Pocket Plus, o nome da coleção. São títulos muito bons, em edição um pouco mais simples e muito simpática, a um preço bem camarada.
Entre os títulos, estão: Uma temporada no inferno, de Arthur Rimbaud; Tristessa, de Jack Kerouac; Cartas a um jovem poeta, de Rainer Maria Rilke.
Eu acabei escolhendo O gato por dentro (2006, 102 págs.), de William Burroughs (de quem já ouvi falar bastante, mas até então não tinha lido obra alguma); Sobre a brevidade da vida (2006, 84 págs.), de Sêneca; e O diamante do tamanho do Ritz e outros contos (2006, 136 págs.), de Francis Scott Fitzgerald.
O primeiro é uma declaração de amor aos gatos, animais que o escritor americano aprendeu a amar e que tiveram uma influência muito grande em sua vida, especialmente nos últimos anos. Nos textos sem título, alguns curtos e muito pessoais, como se fossem posts de blog, William Burroughs dá uma mostra do escritor que foi. E continua sendo, pois a literatura é imortal:
"O livro dos gatos é uma alegoria, na qual a vida passada do escritor se apresenta a ele como uma charada felina. Não que os gatos sejam marionetes. Longe disso. Eles são criaturas vivas que respiram, e quando se tem contato com qualquer outro ser, isso é triste: porque você vê as limitações, a dor e o medo e a morte final. É isso que significa contato. Isso é o que vejo quando toco um gato e percebo as lágrimas escorrerem por meu rosto."
Sobre a brevidade da vida traz ensinamentos do filósofo espanhol (sim, sim, Sêneca nasceu na Espanha!), através de cartas que envia a Paulino, supostamente sogro do filósofo.
"Nenhum homem sábio deixará de se espantar com a cegueira do espírito humano. Ninguém permite que sua propriedade seja invadida, e, havendo discórdia quanto aos limites, por menor que seja, os homens pegam em pedras e armas".
(Alguma semelhança com a atual realidade não é mera coincidência.)
Na capa de O diamante do tamanho do Ritz e outros contos, há a seguinte frase: "Fitzgerald era melhor escritor do que todos nós juntos", de John O'Hara, um dos maiores escritores norte-americanos do século XX. O'Hara nasceu em 1905 e publicou seu primeiro romance em 1934. Portanto, pode colocar todos os autores contemporâneos a ele em "todos nós juntos". E aí você terá uma noção da importância de Fitzgerald. Se você já não tem, claro.
O conto que dá título ao livro é uma mistura de conto fantástico e "quase horror", digamos assim, pois não chega a tanto. A família Washington vive isolada de tudo e de todos em algum lugar do oeste dos EUA. Lá eles têm uma fonte inesgotável de dinheiro: um diamante do tamanho do hotel Ritz-Carlton. Um segredo guardado a sete chaves que o chefe dos Washington mantém a qualquer custo. Para que os filhos não deixem de ter amigos, ele permite que colegas de seus filhos sejam convidados a entrar na fortaleza da família e passar as férias por lá. Já a volta, não é tão garantida assim... O jovem John T. Unger, novo amigo de Percy Washington, filho do todo-poderoso Braddock Washington, descobre isso e precisa encontrar um meio de escapar daquele lugar e assim salvar sua vida.
A coleção Pocket Plus é uma ótima novidade no mercado editorial, pois alia boa qualidade de edição, excelente qualidade de títulos e preço acessível. É o fim daquela coisa de que "ler é caro". Se você conhece alguém que andava falando isso, pode mandar ele ou ela procurar uma outra desculpa...
Para ir além
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Postado por
Rafael Rodrigues
11/10/2006 à 00h17
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