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Quarta-feira,
25/10/2006
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Redação
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Editor, corrija por favor!
Um péssimo hábito da maioria dos jornais é não dar a menor pelota para correções de informação enviadas por seus leitores. E com a qualidade de muitas redações pela hora da morte, correções são necessárias e enviadas. Não estou falando de mudar a opinião de um colunista, não. Estou falando de fatos errôneos, de números incoerentes, ou de notícias baseadas em lugares-comuns que não refletem a realidade.
Este ano resolvi tirar a prova dos nove. Normalmente ignoro uma reportagem quando percebo que existem nela fatos incorretos ou de conhecimento ultrapassado. Basta ler a maioria das reportagens sobre a China ou a Índia. Como tenho acesso a informações muito atualizadas desses países, aqui na Califórnia, rapidamente encontro os furos... No mau sentido do termo.
Pois bem, este ano diligentemente escrevi para a redação do jornal que meus pais assinam. Um grande jornal do Rio de Janeiro. Foram cerca de dez cartas, já com correções em assuntos distintos, que vão desde casamento indiano a política, ciência ou mesmo acidentes de avião da Gol. Tomei cuidado para escrever as cartas sem insultar ninguém ou mesmo ser agressivo. A maioria delas tinham no máximo dois parágrafos, com as fontes de todas informações (a última teve cinco, porque, a cada parágrafo, havia uma informação dúbia ou incorreta). Adivinhem quantas cartas foram publicadas? Uma? Duas? Ou mesmo uma nota do editor corrigindo a informação no rodapé da página três? Que nada... Zero! É isso aí, pessoal.
Para esses jornais, pelo visto, a reputação, a pequena política do repórter, é mais importante do que a informação, do que a notícia mesma. Não à toa, têm feito tradução de artigos do NY Times, da New Yorker, com duas semanas de atraso, e que são apresentados como grande novidade...! Não vou nem comentar a seção de ciência, que é uma tradução da Reuters... Por algum motivo estranho, eu sabia quem era o Nobel de Física antes de sair no jornal (quatro dias antes para ser mais exato)!
Por isso, me parece cada vez mais óbvio: quando traduzir um texto se tornar mais barato do que comprar um jornal, e isso já está quase lá (com os softwares de tradução automática), as redações da maioria dos jornais brasileiros irá simplesmente acabar... Porque a função de editor, e de jornalista, que são, respectivamente, garantir a qualidade e a correção da publicação, e desencavar informações atualizadas, me parecem praticamente extintas.
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Ram Rajagopal
25/10/2006 às 12h59
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Digestivo Revista Eletrônica
Algumas perguntas, sobre o Digestivo, sempre voltam. Então eu acho que é importante publicar as respostas. Aqui vai uma série, elaborada pela Camila Martucheli, sobre o fato do Digestivo ser uma "revista eletrônica". Com os blogs muito em voga, com as comunidades e com a crise de identidade dos portais, ficou meio relegada a segundo plano a noção de "site", e de revista eletrônica... Assim, tento esclarecer alguns pontos, com base na experiência do Digestivo, é óbvio. - JDB
1. Por que o Digestivo é definido como uma revista eletrônica?
Porque tem seções e porque tem editorias, digamos assim. O Digestivo começou como uma newsletter com editorias, mas era eu quem escrevia em todas (a exemplo dos "Digestivos", de hoje). Meses depois, convidei Colunistas; um ano mais tarde, convidei Ensaístas. Os Editoriais surgiram para organizar as mensagens dos Leitores, para tirar dúvidas freqüentes e para comunicar das novidades que o site implementava (Promoções, Parcerias...). A seção Comentários, só dos Leitores, foi uma conseqüência dos minifóruns (embaixo das Colunas, dos Ensaios, dos Digestivos...). Recentemente, inauguramos a seção Entrevistas... Por isso, falo em revista eletrônica. Pelas seções.
2. Os Comentários dos internautas podem virar notícia?
O que é "virar notícia" na internet? É cair na Rede e virar comentário em blogs? Se for, pode... Os Comentários dos Leitores do Digestivo Cultural estavam originalmente associados a textos. Por exemplo: existe uma Coluna agora defendendo o voto nulo. Os respectivos Comentários estão embaixo - na mesma página. Há algum tempo, porém, nós notamos que os Comentários poderiam ter autonomia fora de seu contexto - poderiam atrair novos Leitores. Desde então, muita gente entra no site para ler primeiro os Comentários. E muita gente, muita gente mesmo, chega no site através dos Comentários - que são indexados, como os textos das demais seções, no Google. Nosso cuidado com os Comentários é grande: aprovamos um a um.
3. No Blog, quem são as pessoas que postam? Quem pode postar?
No Blog, quem posta são os Colunistas - e os Colaboradores da seção Colunas. Ou seja: os Colunistas fixos, que publicam de quinze em quinze dias, e os Colaboradores esporádicos (que publicam normalmente nos Especiais). Geralmente, "autores novos" ou gente que o Digestivo lançou - os jornalistas da grande imprensa (ou os escritores ou afins) ficam na seção Ensaios; e não postam no Blog. (Faltou "definir" os Colunistas: são, quase sempre, Leitores que aparecem para Colaborar. Os Colaboradores mais assíduos se tornam Colunistas.)
4. Qual a proposta do Blog no Digestivo Cultural?
O Blog veio para complementar as demais seções. Ao contrário dos Digestivos, finalizados uma vez por semana, e das Colunas, com Colunistas a cada quinze dias, o Blog é mais dinâmico, pode sair a qualquer hora, e a idéia é que seja atualizado diariamente (ou várias vezes por dia). Acabou se consolidando como um espaço para textos curtos (mais curtos do que os das Colunas), para dicas de links (normalmente de outros blogs que lincam pra nós) e para coberturas externas...
5. Como é a seleção dos Ensaístas? Há uma rotatividade ou são sempre os mesmos?
Começou com jornalistas amigos do Digestivo - que estavam já na imprensa-impressa, mas que, ao mesmo tempo, simpatizavam com o trabalho feito no site e que queriam estar conosco de alguma forma. Desses Ensaístas originais, digamos assim, continuaram enviando matérias o Sérgio Augusto, o Luís Antônio Giron, o Daniel Piza... Fora esses, gostamos de reproduzir, nessa seção, grandes textos que encontramos na imprensa, em outros sites e até em livros - sempre de nomes já conhecidos. Desde o começo, eu não quis misturar o pessoal da imprensa estabelecida com os "autores novos" (das Colunas). É o negócio da revista eletrônica, de novo. Das seções...
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Mapa do Site
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Julio Daio Borges
25/10/2006 às 11h59
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A imagem do Brasil em Turistas
O filme Turistas nem estreou e já está dando o que falar. Passado no Rio de Janeiro, famoso por ser a Cidade Maravilhosa, a trama mostra as férias de um grupo de amigos norte-americanos que quer muita diversão num paraíso natural. Após uma noitada de muita festa, regada a mulatas e muita caipirinha, eles acordam numa praia qualquer sem documentos e muito menos dinheiro. O "paraíso" se torna um inferno quando eles percebem que caíram no temido golpe do "Boa Noite, Cinderela".
Quem assiste ao trailer, fica com a impressão de que apesar da beleza natural, o Brasil é povoado somente por pessoas maliciosas e aproveitadoras. Há um homem suspeito que lembra um índio. Mulheres e homens (inclusive os norte-americanos) dançando sensualmente e adorando a grande "orgia". Após o golpe, o grupo de amigos acorda desnorteado na praia e recebe ajuda de moradores. Após serem abrigados em uma casa simples, os jovens passam a ser torturados e a lutar para sobreviver numa selva fechada e sem comunicação.
"Parece o paraíso. Mas em um país em que tudo vale... tudo pode acontecer", é com esta frase torpe e preconceituosa que o trailer é apresentado. Eu, como brasileira, senti-me profundamente atingida e estou indignada. Como assim um país em que tudo vale? Pelo jeito, é esta a imagem que o nosso belíssimo país vai continuar exportando, o da prostituição e do "oba-oba".
A polêmica surgiu ao se questionar se o filme prejudicaria o turismo no país, em especial no Rio de Janeiro. Honestamente, se eu assistisse a um filme como aquele, falando de um país específico, eu, no mínimo, evitaria ter que passar por lá. O problema não é mostrar a violência no Rio, até porque todos nós (e os estrangeiros também) conhecemos os perigos da Cidade Maravilhosa. A questão é a forma odiosa e canalha como o assunto é abordado. O Brasil não é feito apenas de futebol, mulher, carnaval e violência. Temos que aprender a valorizar nossas riquezas culturais diversas e a mostrá-las de forma correta para que o mundo nos enxergue de forma diferente, até porque o trabalho de muitas pessoas pode ser afetado negativamente.
Com estréia prevista para 1º de dezembro nos Estados Unidos, Turistas pertence ao Fox Atomic, mesmo canal que polemizou ao lançar o episódio do seriado Simpsons, em que a família de Hommer viaja ao Rio de Janeiro e se depara com macacos, ratos nas ruas, e uma população agressiva sexualmente.
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Trailer de Turistas
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Tatiana Cavalcanti
24/10/2006 à 00h56
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O trabalho camponês na América
Entre as muitas atrações da 30ª Mostra Internacional de Cinema, que ocorre de 20 de outubro a 2 de novembro em São Paulo, a organização do evento acertou em promover uma sessão com dois documentários que discutem o trabalho, a vida e as aspirações dos camponeses na Bolívia e na Colômbia. Os filmes são, respectivamente, Hartos Evos Aquí Hay, de Hector Ulloque Franco e Manuel Ruiz Montealegre e Cumbal, Caminhos de Gelo e Enxofre de Handrey Correa, interessantes obras para entender as relações trabalhistas e a desigualdade social na América Latina.
"Um monte de Evos há aqui!". Essa foi a frase proferida por um camponês em um comício de Evo Morales, na Bolívia, na tentativa de demonstrar como o processo de politização dos trabalhadores do campo está organizado, forte, e assim como Morales chegou ao poder, muitos outros de seus companheiros estão preparados para apóia-lo e substitui-lo quando chegar a hora. É chegada a vez do povo, dos índios tomarem o poder e transformarem a Bolívia em uma nação comunista e mais justa, esse é o discurso dos ativistas políticos em Hartos Evos Aquí Hay, documentário que mostra a participação dos camponeses plantadores de coca de Cochabamba, região mais conhecida como Chapare, na eleição em que Evo Morales foi o primeiro índio do país a ser eleito presidente, em 18 de dezembro de 2005.
Organização política dos plantadores de coca do Chapare (Bolívia)
Por meio de entrevistas com os militantes políticos e a população do Chapare, tradicional área de plantação de coca na Bolívia, o filme mostra o cotidiano desses trabalhadores, os quais encontraram na representação política o caminho para protestarem, defenderem suas tradições e obterem melhores condições de vida. Essa organização em partidos políticos populares e militâncias regionais foi alvo de dura repressão do governo boliviano. Segundo relatos exibidos, os camponeses tinham suas casas invadidas e plantações queimadas por uma espécie de força policial responsável por acabar com as plantações de coca do Chapare. As famílias eram agredidas com muita brutalidade e alguns membros envolvidos com o partido político de Evo Morales, o MAS, eram presos acusados de terrorismo, tráfico de drogas, comunismo entre outros.
A folha de coca na Bolívia é encarada como algo sagrado e possui grande importância cultural e econômica. Nas áreas agrícolas como o Chapare ela é o principal produto gerador de renda, pois os outros gêneros agrícolas plantados como frutas e vegetais são apenas para subsistência. A coca é comercializada para toda a Bolívia e utilizada para mascar, fazer chá e para uso medicinal, a população boliviana é habituada a mascar a folha de coca de 5 a 6 vezes ao dia, fora os beliscos em outros horários. Alguns produtores da região comercializam a coca com o narcotráfico, mas são minoria. Segundo o diretor colombiano Manuel Ruiz Montealegre, presente na sessão, em toda a Bolívia há 25 mil hectares de plantação de coca, na região do Chapare, existe oito mil, já na Colômbia, há mais de 100 milhões de hectares de coca plantados.
Hartos Evos Aquí Hay me fez lembrar de Peões, de Eduardo Coutinho, tanto na estética quanto na temática, pois este discorre sobre a participação dos trabalhadores do ABC paulista no movimento sindical, mostrando a visão dos militantes, aqueles que lutaram ao lado de Lula para verem suas reivindicações atendidas e seu trabalho valorizado. No entanto, os trabalhadores bolivianos continuam apoiando Morales, pois até o momento ele está cumprindo com o que prometeu, por exemplo, com a nacionalização dos recursos naturais bolivianos. O que não ocorreu com o governo Lula, que prometia lutar contra a corrupção e fazer as reformas de base no Brasil, mas não cumpriu, fato que abateu a militância do PT - assim como a de muitos partidos de esquerda - e a torna cada vez mais desfragmentada.
O mais importante é a terra
Em Cumbal, Caminhos de Gelo e Enxofre é abordado com muita sensibilidade o trabalho e a vida de uma família de camponeses de Nariño, no sul da Colômbia, que como muitos de seus vizinhos, há gerações sobrevivem do trabalho no vulcão Cumbal. O líder da família, Homero, auxiliado por seus filhos, escala o vulcão para extrair gelo e enxofre e vender nas cidades próximas; eles também plantam gêneros alimentícios que servem apenas para subsistência.
Nariño (Colômbia), próximo ao vulcão Cumbal
Apesar de árduo e arriscado, o trabalho no vulcão é realizado com muito orgulho por Homero, que deseja trabalhar no Cumbal até o fim da vida. No entanto, não é apreciado por seus filhos, os quais prezam a vida em família, mas ficam envergonhados por trabalharem no vulcão. Por isso, conforme vão crescendo, migram para o Equador em busca de trabalho.
O filme discorre sobre a falta de esperança e perspectiva de progresso na Colômbia e apresenta uma grande frustração das pessoas entrevistadas: ter que abandonar sua família e seu país e em busca de emprego. É emocionante ver a relação de união e amor desses camponeses com a família e a terra natal, apesar das condições precárias de vida. Em uma passagem do documentário, uma das filhas de Homero, a narradora do filme, transmite o ensinamento do pai que lhe é mais caro. Homero diz aos filhos que eles são índios do campo, e por isso, o mais importante para eles é a terra, lição compreendida e seguida por todos os seus filhos.
Última Sessão
Faap - Fundação Armando Álvares Penteado
Rua Alagoas nº 903 - Higienópolis
Fone: (11) 3662-7000
Dia 24/10 (terça-feira), às 11h00
Cumbal, Caminhos de Gelo e Enxofre (Handrey Correa)
(Colômbia, 2006, 54 min.)
Hartos Evos Aquí Hay (Hector Ulloque Franco
e Manuel Ruiz Montealegre)
(França/Colômbia, 2006, 51 min.)
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Fernanda da Silva
23/10/2006 às 07h47
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Por que todo político é ladrão
"Elegem Clodovil, reelegem Maluf, Collor e Sarney. Depois vão passar quatro anos dizendo que todo político é ladrão."
Milton Ribeiro quer saber quem falou... (porque ele também Comenta aqui...)
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Julio Daio Borges
23/10/2006 à 00h35
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O Escrivão Bartleby
Do alto de seus 56 anos de carreira, direção de 85 peças de teatro com alguns dos mais importantes atores brasileiros e atuação em 29, o diretor e ator Antônio Abujamra agora dirige com primor O Escrivão, em cartaz em São Paulo até o dia 29 de outubro. O espetáculo não deixa nada a desejar: seja pela cenografia dinâmica e surpreendente de J.C Serroni, que explora todos os ângulos possíveis do palco e recria uma torre de dois andares; a iluminação e figurino impecáveis de Kleber Montanheiro e a trilha sonora original de André Abujamra, além de grandes atuações.
Com adaptação e direção de produção de Marília Toledo, autora de Amídalas, pelo qual ganhou o prêmio APCA em 2000, além de Marias do Brasil e Mistinguett, a peça é baseada na novela Bartleby, o escrivão, do escritor norte-americano Herman Melville, autor de Moby Dick. Escrita em 1853, foi considerada pelo renomado escritor argentino Jorge Luis Borges uma das obras mais importantes para a humanidade e precursora de Kafka. Ela já havia sido anteriormente adaptada para o teatro pelo americano R. L. Lane e montada em 2004 pelo diretor inglês Jonathan Holloway, obtendo sucesso de crítica e público.
Situada no final do século 19, a narrativa se desenvolve em um escritório de advocacia de Wall Street e tem início quando o proprietário contrata um novo escrivão: Bartleby. Ele se mostra um funcionário esforçado e produtivo que se diferencia dos demais, mas, ao mesmo tempo, uma pessoa misteriosa sem história ou passatempos, a não ser admirar o infinito. Mas esta personalidade exótica não interfere em seu trabalho; até que um dia, ao ser requisitado por seu chefe a fazer uma tarefa, diz preferir não fazê-la. Esta resposta e um crescente imobilismo do escrivão traz à tona fatos surpreendentes e uma grande reviravolta na história, mostrando como a rotina rígida pode se mostrar frágil diante da negação inesperada e as instituições, ocas.
A peça tem uma peculiaridade: explora movimentos de personagens no palco puramente ilustrativos, que se assemelham a ponteiros do relógio e expressam a passagem do tempo e de cena. Ainda utiliza um telão para contextualizar datas e um pequeno balcão situado ao lado do palco é lugar para um desabafo pessoal do ator dirigido à platéia, como se vislumbrássemos por um momento o tempo presente, fora da história que se passa à nossa frente. A expressão dúbia de Miguel Hernandez como Bartleby é eficiente e complementada pelas boas atuações de Marcelo Galdino, como Prudente; Adriano Stuart, como Horácio; André Corrêa, como Rufus; e Abrahão Farc, no papel de Ravid. As tiradas sarcásticas dos personagens com pitadas de assuntos modernos suavizam a peça e dão cor e leveza a uma obra por natureza pesada e monocromática.
Para o diretor Antonio Abujamra, Bartleby deve existir pelas esquinas, mas nunca conseguimos decifrá-lo. "Percebi, sob as aparências, o mundo infinito que invade Bartleby e foi uma luta, sem dúvida, feroz, para chegarmos dentro de uma análise cruel deste Melville que é um bumerangue, nos atinge de volta e parece querer cortar a nós mesmos, com o caos na garganta, fazendo de Bartleby uma comédia-pânico, onde as palavras iluminantes mostram, na sua pureza, um esplendor humano".
Para ir além
Teatro Aliança Francesa - Rua General Jardim, 182 - Telefone: 11 3188-4141 - Sexta, às 21h30; sábados, às 21h; e domingos, às 19h - Preço: R$30 (inteira) e R$15 (meia) - Até 29 de outubro.
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Marília Almeida
20/10/2006 às 13h11
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You can never replace anyone
I mean, I always feel like a freak because I'm never able to move on like... this! You know. People just have an affair, or even... entire relationships... They break up and they forget! They move on like they would have changed a brand of cereals! I feel I was never able to forget anyone I've been with. Because each person have... you know, specific qualities. You can never replace anyone. What is lost is lost. Each relationship, when it ends, really damages me. I haven't fully recovered. That's why I'm very careful with getting involved, because... It hurts too much! Even getting laid! I actually don't do that... I will miss of the person the most mundane things. Like I'm obsessed with little things. Maybe I'm crazy, but... When I was a little girl, my mom told me that I was always late to school. One day she followed me to see why... I was looking at chestnuts falling from the trees, rolling on the sidewalk, or... ants, crossing the road... the way a leaf casts a shadow on a tree trunk... Little things. I think it's the same with people. I see in them little details, so specific to each other, that move me, and that I miss, and... will always miss. You can never replace anyone, because everyone is made of such beautiful specific details.
Celine, em Before Sunset (porque eu não lembrava dessa parte e porque a Helena comenta aqui...)
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Julio Daio Borges
20/10/2006 à 00h25
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kenm sonmos?
prezado julio daio... maxinnmize, por favor, essa janela:
estou olhando, justanmente, para esta rezenha, enm sua páginna de aprezentações:
lenmbrar, eskrever, eskecer, da gagneb, sobre rikoeur, ou sys kizer, o ri ko eu ro un peu, rilke...
vejo o seu kurrikulunm, é klaro. nesse mundo de hoje a gente se aprezenta,
entre outras, por kurrikulunmns, ou korre kolunmns, por estas rows.
vê sys my advinnha, inn veritas: sou digno, enmuná, de algunma aletéia? [platéia?]
nunm konmeço eu disse, platôniko, pra nossa prinnma, a angela maria:
axo que tô konm preguiça de entrar nesse dijestivo aí:
[res luto] axo que vai mi dar unma dor de barriga...
mas depois de ler as suas sinnko alegrias, que não foranm só suas, nunm sinnmka,
e depois de algunmas rizadas sós [nesses tenmpos que as travanm, fáceis}:),
me decidi, xanmbor, diz pender alguns kuartos de hora pra te dizer que tá bonm:
puxa... mas esse julio me superou nas minnhas expektativas nmais ekzi gentes!
sinnm, você deve ser unma nova espécie de paulo francis
e konmo eu não tenho mais tenmpo para readers dijestões de feijões
já lhe espero, desde já, algunma trylogya sua sobre algunma kabeçada benm dada
ou de negro, ou de papel, ou de bytes, que sejanm... anmnénm!
}:)tallwez você seja unm pouko jovenm denmais para isso, por enkuanto?]
será que vai anmanDurar, unm dia, nunm certo outro projeto?
que não está na sua lista, no núnmero 5?
unm ronmance [cyber?]... mas que enjoado...
o que tu és, parece... tanmbénm, pareço... ser: eskrevenmos konmo eskritores sys eskrevenm:
parece que sonmos fiéis a isso: prinnmeyro ponto enm konmumn
[são 3]
mas, o que é o ser? mas... não...
não... não se pergunta mais assinm, de kuallker fornma... desde heidegger...
vanmos tent ar t então... uns ten t art... kWaalll é o sentido desse tall de ser?
hunm... aí já está miglior... pois se a gente for medir isso enm kWhora...
no tenmpo... kwAll é o sentido do ser disso que lhe renmeto?
hunm... mas... dário... ou mário... por kê o daio?
kytall se eu fosse unm maio diário? ou unm maia nunm mês de julio?
nunka pensei nisso: nessa aula...
daria unma séria ária árida, pro nosso estar girita ser y all...
pois a dúvida de todo alex andré grego, enm paralelo, kyé a de ser dario, é essa pérsia:
ou ser kry ente ou estar ok, por kauza do ácido no dente... mas seria sinnga unm oriente?
vinngança: tonmando pinnga?... nenm kreio enm tanto sol nisso... enm ser só sol y dário... pois então...
sinng a esta pista [or sinng west ar] [sinn guest ar] [sinn gol are we all star]
tá kuazy na hora de ternminnar este poenma aprezentáwell:
tanmbémn sou politreko cê viu, viu? [segundo ponto]
e sonmos unm pouko, enfinnm, konmo ela é:
unm pouko senm lugar no mundo
tanmbémn posso ter feyto, fazendo, unmas polênmikas, por aí,
mas esse não é o ponto:
o ponto é saber o que é konmumn
no meyo de todo, ou de allGo, tão sinnGullar...
e il [terzo ponto] é esse: sonmos prinnmos, enm núnmeros y gradientes variados,
y é un gran piacere tokar-lhe a vista, konm estas palavras tão emaileskas...
mi ho pranzato il tuo site [sua innteliGerência, ou suas]
amnimaleskas, kuazy
eskrevo-lhe enfinnm para lenmbrar-me kynesse lugar senm mundo
este, sinnm, todo konmumn, enm que vivenmos, ainnda sonmos, sinnmples,
eskecendo, por ora, das alnmas senm lugar na alnma do mundo,
pois isto não tenm tanta innmportância [fora dele, ou konm ele]
tallwez eu só esteja nos preparando prunm kontakto mayor,
konm ou senm piteira,
litterário, é óbvio... se isto unm dia lhinnteressar...
nunma liteira?
pois você parece ser unm kara bastante ouzado,
tallwez até nunma kostunmeyra leiteria...
e eu já devo ter sido unm pouko mais do que serei, unm dia, até... [serrei ser rei]
leria leiria?... akele que da ley... ria?... mas nunm pré-ferry lê a ry?... ler ary?... ali?... leary!?!!!
pois saiba que o seu pai é filho da irnmã dunm meu avô,
unm honmemn que por sua vez é nada mais, nada menos,
do que o próprio pai, e da minnha, própria, mãe... e só isso já basta
pressce nosso terço fazer, ou ser
unm ter sentido
enm ser senmpre rezado
na nossa, ou pelo menos na minnha,
lenmbrança
unm grande abraço,
mh, enm 27.09.2006, às 04:47
[por e-mail...]
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Postado por
Julio Daio Borges
19/10/2006 às 10h06
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Blogs de jornalistas reloaded
Impressionante, até para mim, a repercussão do meu "Por que os blogs de jornalistas não funcionam". Publiquei, fui viajar, continuei recebendo e-mails e acompanhando as citações na blogosfera... Confesso que, daquilo que está fora do Digestivo, perdi o controle.
Foi um texto escrito em meio a outros. Há muito que eu queria analisar os "novos" blogs de jornalistas, mas não tive paciência para ir caso a caso (aliás, como alguns me cobraram...). Eu sentia que, por princípio, havia algo errado. Enumerei os pontos e fui investigando...
Não publiquei imediatamente e, quando fui passar a limpo, achei um tanto quanto raivoso (como o Anderáos observou...). "Podei" algumas passagens, suprimi palavrões - mas o tom inicial continuou. Se certas atitudes dos jornalistas em relação à internet não me irritassem tanto, eu conseguiria soar bem mais suave e ser levado mais a sério (até pelos próprios)...
No conteúdo, não acho que tenha me equivocado e, apesar das dúvidas quanto à forma, mantenho todos os pontos. É certo que jornalistas não lêem blogs de verdade (porque muitos - quase todos - não lêem inglês...). A lincar, eles até podem aprender, mas têm um longo caminho na convivência com os leitores (e com suas respostas). O interesse vai condená-los: são mercenários. Coisa que a internet não perdoa...
Pensei que muitos jornalistas fossem se enfurecer comigo mas, para minha surpresa, me mandaram e-mails concordando. Não escrevi por um motivo nem por outro; apenas considerei que essas falhas precisavam ser apontadas - e por quem mais senão por mim? Não é pretensão; é experiência.
Como a grande maioria sabe, não fui contaminado por nenhuma redação física, embora considere que faça jornalismo aqui. Como disse um amigo, até quis publicar em papel e "seguir carreira", digamos assim, mas de repente percebi que não precisava mais... Sou de uma geração à qual o papel nunca concederia tamanha liberdade, tamanha independência e tamanha autonomia - quanto a internet, até agora, concedeu.
Tem os seus riscos - mas tem as suas recompensas. E eu só posso dizer o que digo (e como digo) porque, justamente, não tenho vínculo com o jornalismo tradicional. Nem passado; nem futuro. Não tenho vínculo "passado" porque construí uma carreira inteira na internet; e não tenho vínculo "futuro" porque toda a minha relação com o papel parte do princípio de que ele tem de me aceitar agora como sou (com qualidades e defeitos). É o meu preço. (Muitos pagam.)
Fora essas ruminações que não acrescentam muito mais ao já dito, me senti instado a redigir este comentário quando li uma pequena entrevista do meu xará, Hungria, publicada dois dias depois do meu texto. Conclui que falamos a mesma língua: eu, aqui; ele, lá, no Blue Bus (percebeu isso ainda o Heberth Xavier...).
Ao perguntarem a ele, Julio, se a mídia estava "perdida" em relação às novas tecnologias, respondeu que "não completamente mas quase". Depois, afirmou que "os veículos do futuro serão outros" e que "os atuais estão em fase terminal" ("que ainda se prolonga, mas terminal"). Por último, que os executivos de mídia (eu diria, os jornalistas) têm tanto "medo" de perder seu lugar ("suas posições") que vão perder "por esse mesmo motivo"...
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Postado por
Julio Daio Borges
19/10/2006 à 00h16
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Nebulosidade
Para mim eleição é igual a domingo com tempo instável.
Você acorda esperançoso que o tempo estará bom. Abre a janela e lá vem decepção, depois, otimismo, com alguns raios de sol, e por fim, conformismo, enquanto a dúvida paira entre colocar uma calça ou uma bermuda.
Tudo que é instável, por óbvio, pode mudar a qualquer momento. Desse jeito, você pode passar frio de uma hora para outra, ou calor de uma hora para outra... O que será pior?
Exemplo de otimismo seria, com o tempo nublado, você sair de casa, dirigir-se ao Parque Villa-Lobos, em São Paulo, e ouvir música clássica, executada pela Orquestra Sinfônica, como aconteceu no último domingo de setembro. Aos poucos ir percebendo que a cada minuto que passa o tempo está mais frio. Assim, o corpo vai ficando gelado, em contraste com o calor passado com os executores daquela linda orquestra. Bem que política poderia ser assim.
Exemplo de pessimismo seria você levantar na semana seguinte, domingo nublado, e ter que ir votar nos candidatos brasileiros. Dessa vez, a cada minuto na fila para votar você vai percebendo que aquele tempo nublado está abrindo, depois que está sol lá fora, e por fim chega à conclusão de que seu voto não vale nada, os políticos são todos iguais e que você poderia estar na praia ou no clube.
Na Grécia antiga, para ilustrar, seria o que chamamos de bom tempo. Sol. Lá, votar não era obrigação. A vida do homem grego era a política e a política era a dialética, a discussão, forçando um pouco, a luz dos cidadãos.
Já no Brasil, política é igual a nebulosidade.
Democracia é igual a neblina.
Você não vê direito o que está acontecendo; sabe, mas não sabe; e, para piorar, tudo é escondido atrás da burocracia estatal e dos velhos ou novos coronéis. Ninguém nunca sabe de nada, esse é o lema.
O que importa é o "preço do arroz". Desse jeito, claro, a quantidade de assistencialismo é proporcional ao número de votos.
É a obrigação que move as massas, desinteressadamente, às urnas. Pensamentos ligeiros poderiam transmitir a idéia que é a falta de inteligência, talvez de estudo ou informação, que faz o povo brasileiro eleger sempre os mesmos.
Não concordo. Talvez falte crítica.
Mas, na verdade, estamos em um marasmo cívico e o que sobra é a descrença, conformismo e medo de mudança.
Triste!
Tomemos uma atitude.
Votemos de bermuda!
É disso que o Brasil precisa!
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Postado por
Daniel Bushatsky
18/10/2006 às 09h45
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