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Quarta-feira,
6/12/2006
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Redação
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Cinema e os Direitos Humanos
Mostra busca informar população por meio da arte
Com o intuito de apresentar um panorama cinematográfico das lutas pelos direitos essenciais do homem e fomentar a tolerância entre os povos, ocorre até o dia 17 de dezembro a Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Em sua primeira edição, a mostra traz 28 filmes inéditos no circuito comercial brasileiro, produzidos em países da América do Sul a partir de 2003. O evento é realizado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) em parceria com o SESC-SP, com curadoria do crítico de cinema Amir Labaki e patrocínio da Petrobrás. O evento acontece nas cidades de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Recife, sempre com sessões gratuitas.
A idéia de realizar essa mostra é cultivada desde 2005, como explica Marilia Andrade, coordenadora do evento e assessora Especial de Paulo Vannuchi, ministro dos Direitos Humanos. Para Marilia, esse é um momento oportuno, pois a mostra ocorre paralela a VI Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos do Mercosul, em Brasília. Segundo os organizadores, a intenção é tornar o evento anual, assim como ocorre há 8 anos na Argentina e há 3 anos na Bolívia, por exemplo.
Entre os temas abordados nos filmes estão questões como a discriminação racial, o trabalho escravo ou em condições desumanas, as migrações forçadas, a questão carcerária, a acessibilidade para pessoas com deficiência, a defesa dos direitos políticos, a liberdade de expressão, a exploração sexual de crianças e adolescentes, a homofobia, a segurança pública, o desemprego, entre outros. De acordo com Marilia Andrade, os principais objetivos do evento são divulgar as novas aplicações dos direitos humanos, mais voltados para as necessidades cotidianas da sociedade, e aproximar cultural e socialmente os países da América do Sul, por meio do debate e da troca de experiências.
"Queremos divulgar no Brasil filmes que mostram as novas facetas dos direitos humanos, tecnocraticamente chamados de DESC (Direitos Econômicos, Sociais e Culturais), pois até o fim das ditaduras militares na América do Sul, eles eram mais os direitos dos perseguidos políticos. A idéia agora é ampliar esses direitos na prática, porque na teoria eles já existem desde os iluministas e enciclopedistas franceses do século XVII. E o cinema é uma boa forma de explicar isso para uma população que costuma dizer, como senso comum, que direitos humanos são direitos de bandidos", explica Andrade.
Outra data significante a ser comemorada durante a mostra de cinema é 10 de dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Essa data foi escolhida em virtude da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU, em 1948. A partir daí, questões referentes a direitos básicos à existência e a proteção do Estado de direito do cidadão, antes negados ou negligenciados pelo Estado, começam a ser consolidados nos governos democráticos. Para comemorar os 58 anos da Declaração, está previsto um show no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, com a participação do ministro da Cultura, Gilberto Gil e um dia de festa com atividades artísticas na Cinemateca, em São Paulo.
No Brasil, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos possui, desde 2003, status de ministério e é ligada à Presidência da República. Sua forma de atuação se dá pela articulação com órgãos governamentais e parcerias com a sociedade para executar projetos que buscam atender aos anseios e necessidades dos cidadãos. Para atingir o objetivo de popularizar as ações da Secretaria dos Direitos Humanos, a organização pretende promover sessões com públicos específicos, para os quais possui políticas públicas, como grupos de garis, moradores de rua, pessoas que usam cadeira de rodas, entre outros.
Está confirmada uma sessão para deficientes visuais no dia 8 de dezembro, às 20h, na Cinemateca de São Paulo, com a exibição do filme brasileiro Conquista, de Flávia Vilela e Felipe Hansen Hutter. A infra-estrutura para a sessão será montada de acordo com o método utilizado no projeto Cinema em Palavras, o qual consiste na narração das cenas nos intervalos entre os diálogos. Também ocorrerão debates após algumas sessões, no intuito de discutir e refletir sobre os temas abordados nos filmes.
Justiça sim, esquecimento não
Esse é o lema de peruanos que lutam para obterem sua dignidade e seus direitos de cidadãos de volta, após 20 anos de guerra e opressão no país, tanto por parte de grupos terroristas, quanto por abuso de autoridade do Estado. O documentário que retrata esse período da história recente do Peru é Estado de Miedo (2005), dirigido por Pamela Yates, um destaque da Mostra de Cinema e Direitos Humanos.
Estado de Miedo aborda o trabalho da Comissão da Verdade e Reconciliação do Peru, grupo que entrevistou cerca de 17 mil vítimas da violência no país e pesquisou sobre a morte de mais de 69 mil pessoas por conta de ataques terroristas e práticas violentas patrocinadas pelo governo peruano e pelo grupo terrorista Sendero Luminoso, entre 1980 e 2000. Por meio de depoimentos das vítimas, pessoas que vivenciarem os conflitos, arquivos históricos e análise de pesquisadores, o documentário reconstrói um período singular da história do Peru, semelhante ao que foi vivido em outros países da América do Sul. Assim, o documentário é um valioso registro para compreender as relações de dominação e opressão no nosso continente e o trabalho de organizações civis que buscam garantir os direitos humanos dos cidadãos.
As condições precárias de vida, o abandono do Estado, o preconceito e as injustiças históricas cometidas contra a população indígena semearam um terreno fértil para Abimael Guzman, um professor de filosofia que por volta de 1970 fundou o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso. Com base na teoria maoísta e marxista, o grupo pretendia fazer a revolução comunista no Peru partindo do campo para a cidade. No entanto, para afirmar seu poder, Guzman comandava seus seguidores com extrema violência, obrigando a população a aderir à sua causa e dizimando os que eram contra; por essas atitudes, o Sendero passa a ser considerado um grupo terrorista.
Sem uma estratégia nítida de ataque, as forças armadas do Peru lutavam em vão contra o Sendero Luminoso, principalmente na região de Ayacucho, nos Andes, onde o grupo nasceu. O Sendero espalhou-se também pelas florestas do Peru, confundindo-se à população e intensificando práticas terroristas, como o seqüestro de crianças com o intuito de aumentar seu exército. A população camponesa passou a ser ameaçada e punida tanto pelo Sendero quanto pelos militares, e a partir de 1990, o grupo terrorista começa a atacar a capital, Lima, com reais chances de dominar o país.
Em meio ao clima de terror instaurado no Peru, Alberto Fujimori, uma figura nunca antes ligada à política, surge para os peruanos como a esperança para se livrar dos ataques terroristas e de um governo injusto e corrupto. Fujimori é eleito presidente em 1990, e em abril de 1992, em nome do combate ao terrorismo, ele fechou o Congresso e assumiu poderes ditatoriais. Cinco meses depois, Guzman, o líder do Sendero Luminoso é preso e Fujimori atribui a si essa vitória. No entanto, em Estado de Miedo, fica claro que o mérito por capturar o terrorista mais procurado do país é da polícia, por suas técnicas de investigação.
Após a prisão de Guzman, os líderes do Sendero Luminoso começam a ser presos e o grupo perde sua força. No entanto, outro poder opressor torna flagelo a população do Peru: a ditadura corrupta de Alberto Fujimori ao lado de Vladimiro Montesinos. A dupla passa a governar por decretos e continuam a perseguir e prender tanto terroristas quanto inocentes, torturando os cidadãos e financiando esquadrões da morte para se manter no poder.
Outra característica marcante da ditadura de Alberto Fujimori é o quase completo controle dos meios de comunicação do país, obtido por meio de suborno. Dessa forma, Fujimori mantinha sua popularidade em alta e aterrorizava a população com possíveis ataques terroristas que não existiam mais. A situação vivenciada pelos peruanos pode ser comparada ao estado de alerta máximo popularizado governo de George W. Bush, nos Estados Unidos, que controla o país por meio de seus "alertas vermelhos contra o terrorismo", mascarando assim sua ineficiência como político.
Estado de Miedo aponta como os anos de terror e abuso de poder deixaram a democracia peruana fragilizada, o povo descrente e amedrontado. No entanto, o trabalho da Comissão da Verdade já foi um primeiro passo para reconstruir a história do país a partir dos fatos reais, uma iniciativa para vencer essa cultura da ignorância e do esquecimento, adotada por governos autoritários e corruptos para se manterem no poder.
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Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul
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Fernanda da Silva
6/12/2006 à 00h10
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Os sóis
Uma foto de Rogério Kreidlow, cujo blog linca pra nós.
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Julio Daio Borges
6/12/2006 à 00h06
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Eita Peste!
Sinto cada dia que o grande barato é o fugaz. Passou, acabou. De volta ao zero, ao nunca mais. Porém, a arte, o amor - a vida, em si - pretendem o eterno, aquilo que está fora do tempo, do espaço - da dor - enfim. Que saco. Isso sim é que nos faz sofrer.
Bom é o que é, mas já está se indo; o que não prende, só resvala; o que não vive, revive.
Lucas Lourenço, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
5/12/2006 às 09h29
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Fonte da Vida, de Aronofsky
Desde o dia 25 de novembro em cartaz no país e anteriormente exibido na 30º Mostra Internacional de Cinema de SP, Fonte da Vida é uma surpresa progressiva que resulta em um filme extremamente poético e metafórico.
Após dirigir em 2000 o vertiginoso Réquiem para um sonho, o norte-americano Darren Aronofsky mantém seu estilo de filmagem, apesar do roteiro fantasioso e erroneamente classificado como ficção científica. Seu núcleo principal é tão realista como o mundo das drogas de Réquiem... e pode ser visto mais como uma viagem mental de seu protagonista.
A fotografia deslumbrante, com belos enquadramentos e cores sóbrias, mas vivas, é o que se sobressai no longa, depois da narrativa ágil e complexa que Darren já havia criado no aclamado PI (98). O diretor também reforça sua habilidade para costurar diferentes histórias como em Réquiem.
As três histórias do longa dividem-se na Espanha medieval, onde o leal cavaleiro Tomas Creo busca a mítica Árvore da Vida que salvará sua rainha; no plano da atualidade, quando Tommy Creo busca a cura para o câncer de sua esposa através de experiências com animais, e, por fim, um plano futurístico que leva Tom para a solução de suas angústias.
É difícil pensar que o casal de protagonistas poderiam ser o originalmente cogitado Brad Pitt e Cate Blanchett. O "Wolverine" Hugh Jackman e a ganhadora do Oscar pelo filme O Jardineiro Fiel, Rachel Weisz, possuem uma química essencial para tratar de uma história sobre temas graves como o amor e a morte. Não é difícil acreditar que há uma perda amorosa em frente a nós, na tela. Aliás, a troca de protagonistas foi apenas um dos problemas enfrentados pela produção do longa, que estava sendo pensado desde 2002.
Quando Pitt saiu do projeto, produtores se desinteressaram pelo filme, o que fez com que seu orçamento estacionasse na base de US$35 milhões. Isso não prejudicou seus efeitos especiais de superprodução, filmados em um laboratório com experiências químicas. Essas dificuldades fizeram com que o cineasta notadamente independente não trabalhasse com extremos, apesar de Fonte da Vida ser seu primeiro filme de estúdio.
Por outro lado, em alguns pontos sua narrativa contém cenas desnecessárias e repetições demasiadas, defeitos que apenas enfatizam o estilo de Darren: eficaz e emocionante, ainda que de deglutição demorada. Mas é assim que, afinal, surpreende e quebra padrões.
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Marília Almeida
4/12/2006 às 13h14
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Josnel Camisetas
Cardoso, numa seção do seu novo site, Qualquer.org (porque eu acabei de descobrir...)
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Julio Daio Borges
4/12/2006 à 00h35
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Autopublicação na prática
O Alexandre Matias me mandou o link por MSN e eu quis, também, participar. A rigor, é um "especial" dentro do site do Trama Universitário (TU) só para blogueiros e blogs — mas como eu acho que o Digestivo também é "autopublicação", decidi incluir ele lá... As perguntas, agora nas mãos da Tatiana Dias, foram bem feitas e geraram depoimentos muito interessantes. Ao final, linco ainda para duas listas de bons blogs (e de bons blogueiros) que, eu penso, deveriam estar lá. (Se você sabe de mais alguém, ou quer simplesmente participar, entre em contato.) — JDB
1. Por que se autopublicar?
A questão talvez seja: por que não? Muitas pessoas ainda não perceberam que não precisam mais viver sob o jugo da velha mídia para se informar, para formar opinião, para discutir idéias. Muita gente ainda reclama da televisão, do rádio, da revista e do jornal impressos, mas também ainda não percebeu que não precisa consumir mais nada disso, que existem incontáveis opções de novas mídias na internet — e que, se a pessoa ainda assim não estiver satisfeita, poder criar, desenvolver e fazer acontecer a sua própria mídia. Diante desse quadro, autopublicar-se é quase uma obrigação.
2. Você acha que o ambiente universitário ajuda a formar o espírito crítico? Como foi para você?
Comigo foi uma decepção, por isso, conseqüentemente, não acho que o ambiente universitário — pelo menos o que eu conheci (a Politécnica da USP dos anos 90) — ajude a formar espírito crítico. Por outro lado, a época da universidade, normalmente, é aquela em que as pessoas estão com a cabeça mais aberta, ainda jovens e interessadas em conhecer o "novo" (nem que seja o novo só pra elas), e em ter "novas" experiências (novas só pra elas talvez...). Assim, embora eu não guarde boa recordação do meu ambiente universitário, acredito que pode ser, sim, um período muito rico, para experimentar e para formar espírito crítico.
3. O que você ganha com seu blog?
No Digestivo, temos um blog, que é parte de um projeto maior, o site (a revista eletrônica); e, de certa forma, esse blog não só é "meu": é dos demais Colaboradores também... Enfim, com o Digestivo, acho que ganhamos todos. Virou uma plataforma de lançamento para novos talentos (no melhor sentido do clichê). O mais legal, hoje, é ter estudantes de jornalismo, jornalistas recém-formados, jornalistas estabelecidos e até veteranos da grande imprensa. Repetindo: acho que todos eles ganham com o Digestivo. E os Leitores ganham com os textos deles (a seção Comentários é, como eu sempre digo, a segunda mais acessada do site inteiro...). E os Parceiros, no fim da cadeia, ganham com o retorno para suas iniciativas (são dez hoje: Livraria Cultura, Companhia das Letras, Casa do Saber, Editora Record, Viandier Casa de Gastronomia, Ateliê do Café, Chakras Espaço Gastronômico e Cultural, Revista GV-executivo e Jeanette Rozsas).
4. Qual é a melhor e a pior coisa desta época de transformações?
A melhor coisa é vivê-la, fazer parte dela. Juro que não entendo essas pessoas que estão vendo a revolução acontecer e que ainda conseguem ficar sentados no sofá com um ar blasé — sem participar, de alguma forma, deste momento. E a pior coisa talvez seja, justamente, alguns setores que insistem ainda em dizer que "está tudo igual", que essas transformações "não são tudo isso" e que, a rigor, "nada mudou"... Quando as tecnologias estão devorando umas às outras, as mídias nascem e morrem todos os dias, e a comunicação, de virtualmente "todos para todos", é algo sem precedentes na História humana.
5. E qual é o seu papel — e da sua publicação — nesse contexto?
Nosso papel aqui (posso falar no plural?) é expandir os limites do jornalismo cultural. Desde a seleção de novos talentos, como eu já disse, até o encontro de novos Leitores (que as publicações tradicionais nunca atingiram), até a formação de novas bases de sustentação para que o jornalismo cultural — pela primeira vez na história do Brasil — seja um negócio lucrativo. Por enquanto, estamos conseguindo. No final das contas, não é "missão" da internet, mas ela está colocando abaixo todo o sistema (establishment) — todo o "cartel de entretenimento", como diz Dan Gillmor. É uma mudança cultural que só não vê quem quer. E nós estamos nela!
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Julio Daio Borges
30/11/2006 às 23h59
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Um admirável mundo novo
Eu me sinto um nascituro. Ótimo, esta frase não fez nenhum sentido para os leitores (mais abaixo, espero, fará).
Explico: o tema apresentado para este Especial é os seis anos de Digestivo Cultural e como eu me sinto à frente disso.
Primeiro, para responder esta questão, procurei fazer uma auto-avaliação, como as que as professoras do primário nos davam para fazer a cada bimestre. Peguei um papel, uma caneta, escrevi no topo "auto-avaliação", e por uma hora rabisquei o sulfite sem nada escrever.
Depois, lembrei-me das entrevistas de emprego: "qual é o seu ponto forte e qual é o seu ponto fraco?" e a pergunta seguinte, invariavelmente: "O que você gostaria de estar fazendo daqui a 5 anos?"
De repente entendi que me faltava base para responder às questões que eu mesmo me havia formulado e cujas respostas tentava descobrir ansiosamente. Isto pelo simples fato de eu só ter três meses de Digestivo Cultural (que eu sei que é mais do que um bimestre).
Então, quais são os pontos fortes da minha escrita? Minhas colunas são lidas? Os leitores gostam ou lêem por pena? E os pontos fracos? Meus textos são difíceis? Fáceis? Pouco profundos?
Mas, a verdade, é que eu me sinto um nascituro, que nada mais é, do que o feto, que está na barriga da mãe, durante o período de gravidez.
O direito civil brasileiro lhe garante direitos eventuais. Ou seja, ele poderá, por exemplo, receber uma herança ou uma doação, caso nasça vivo.
Eu acho que ainda estou na fase dos direitos eventuais.
Estou em gestação no mundo da literatura, da cultura e nas oportunidades que o Digestivo Cultural me oferece. Para ilustrar, os convites semanais para cobrir algum evento cultural da cidade que, infelizmente, ainda não tive oportunidade de ir.
Estou construindo meus textos, espero melhorá-los, aprofundá-los, agradar a maioria dos leitores (todos, seria ingenuidade), até conseguir nascer!
Quando eu nascer, ou o feto se desenvolver e a criança nascer, adquirirei o que no direito chamamos de personalidade.
Direito este que é inerente ao ser humano. Não se compra, não se vende. Eles são originários, vitalícios, inalienáveis e absolutos.
Lidar com ele será meu desafio nas próximas colunas, e, caso eu erre, caso escreva um fiasco, espero sempre ter a Fênix me protegendo, assim, posso renascer das cinzas quantas vezes forem necessárias. Espero descobrir um admirável mundo novo!
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Daniel Bushatsky
30/11/2006 à 00h23
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Contos eróticos
A idéia não é nenhuma novidade, mas vende. O livro 69/2 contos eróticos (Leitura, 2006, 244 págs.), organizado pelo poeta e professor mineiro Ronald Claver, foi lançado no Fórum das Letras de Ouro Preto e terá nova festa no dia 6 de dezembro, no Woods Shopping, em Belo Horizonte. O time de pornoescritores é interessante: André Sant'Anna, Ana Elisa Ribeiro, Andrea Del Fuego, Branca Maria de Paula, Cíntia Moscovich, Duílio Gomes, Eunice Galery, Guiomar de Grammont, José Augusto Carvalho, Luiz Fernando Emediato, Luiz Vilela, Manoel Lobato, Paulinho Assunção, Ronald Claver e Ruth Silviano Brandão. A mistura de estilos é curiosa. Desde contos românticos de amor sensível até o pornozão enrubescedor. É só abrir e comer.
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Ana Elisa Ribeiro
29/11/2006 às 13h25
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¡Arriba Cuba!, em Búzios
Cuba fechou as portas em 1959 com a certeza de não precisar do resto do mundo. Mas, certamente, o mundo sempre precisou das riquezas da ilha. Influências cubanas escapam do Caribe para outros mares há tempos. Uma das provas está em Búzios (RJ), onde os arquitetos Hélio Pelegrino e Sig Bergamin idealizaram uma casa inspirada nos tradicionais pátios de Havana velha, o Pátio Havana, na Rua das Pedras. Não por coincidência, é neste trecho mais movimentado do balneário que acontece o ¡Arriba Cuba!, festival que além de música cubana e latina, traz também filmes, fotografias e a mais típica gastronomia inventada na ilha de Fidel Castro.
Este ano, a casa recebe a big band paulistana Havana Brasil, que em apenas cinco anos participou de inúmeros festivais no Caribe. Ao lado do cantor cubano Fernando Ferrer e dos bailarinos do grupo Tribo, a banda fará uma antologia dos principais ritmos da música latino-americana, com destaque para a produção de Cuba. No repertório previsto, chamam a atenção as populares canções afro-cubanas e caribenhas "Tres Deseos", "Lola" e "Echale Limon". Além disso, o grupo apresentará os clássicos "Chan Chan" e "El Cuarto de Tula", do grupo cubano Buena Vista Social Club; "Oye como va", de Carlos Santana; e, ainda, "Guantanamera", de José Fernández Dias, umas das mais conhecidas músicas da região.
Também integra a programação a banda Sonora Caribe, composta pela cantora chilena Cláudia Zuñiga e pelo músico gaúcho Fábio Coimbra (violão e baixo), profundos pesquisadores de ritmos latinos como salsa, mambo, merengue e chachachá. Em 2006, com a entrada do espanhol Javier Ibañez (congas e timbales) e do cubano Delfin Rodriguez (trombone), a dupla ganhou um reforço extra na interpretação de estrelas do pop latino. Entre elas, Glória Estefan, Elvis Crespo, Maná, Carlos Santana e Buena Vista Social Club.
Ainda no cardápio musical, Pedro La Colina & Sexteto Cañaveral - dois grandes expoentes da música afro-latina no Brasil - prometem prestar uma calorosa homenagem a grandes compositores e intérpretes da música caribenha. Benny Moré, Willy Chirino, Oscar D' León, NG La Banda, Issac Delgado, Ruben Blades e Carlos Oliva são alguns nomes programados no repertório.
Entre os filmes exibidos no ¡Arriba Cuba!, um dos destaques é I´m Cuba (1964), dirigido por Mikhail Kalatozov e restaurado por Martin Scorcese e Francis Ford Coppola nos anos 90. Também na lista, o hollywoodiano Havana (2003), de Sydney Pollack, e o francês Cuba Feliz (2000), dirigido por Karim Dridi. Além disso, a trajetória dos legendários cantores cubanos Célia Cruz (1925-2003), Ibrahim Ferrer (1927-2005) e Pio Leiva (1917-2006) aparecerá em documentários durante o festival. A carreira do cantor Poncho Sanchez (1951), vencedor do Grammy de Melhor Álbum de Jazz Latino em 2000, também será tema nas telas do Pátio Havana.
Durante o festival, o público poderá degustar alguns dos charutos mais apreciados em todo o mundo. Petiscos tradicionais e duas bebidas típicas cubanas, daikiri e mojito (a preferida do escritor norte-americano Ernest Hemingway) também compõem o paladar da casa. Além disso, fotografias de Havana Velha estarão expostas no espaço em tempo integral. Ainda há tempo para quem quiser conferir de perto.
Para ir além
¡Arriba Cuba!, em Búzios (RJ), no Pátio Havana (Rua das Pedras, 101): 30/11 - Banda Sonora Caribe; 01/12 - Pedro La Colina e Sexteto Cañaveral; 02/12 - Banda Havana Brasil e Fernando Ferrer e grupo Tribo - Horário: 21h - Entrada franca
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Tais Laporta
28/11/2006 às 10h46
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Hendrix, aos 64, hoje
Agora no dia 27, segunda-feira, o Jimi faria 64 anos (claro que me lembrei de "When I am sixty four"). "Descobri" isso ontem [quinta-feira, dia 23], ao assistir um magnífico documentário sobre ele, na TV, no canal pago CineMax: The Jimi Hendrix Story.
Eu, que nunca fui hendrix-maníaco, não conhecia o documentário, lançado em 1973. (Hendrix morreu em 70, pouco antes de completar 28 anos, e não chegou a ver o filme.) Bem, fiquei... "amazed"! Com certeza os fãs de carteirinha vão reclamar de alguma coisa, vão dizer que faltou isto e aquilo, mas vale muito a pena ver.
Há performances para mim incríveis, várias delas em gravações de concertos "históricos" nos festivais de Monterey 1967 ("Rock Me Baby"), Woodstock 1969 ("The Star-Spangled Banner") e Ilha de Wight 1970, e em show de 1969 no Filmore East ("Machine Gun", com a Band of Gypsies).
Uma das melhores coisas é descobrir que ele amava Bob Dylan acima de todas as coisas, seguida de uma performance de "Like a Rolling Stone". E é surpreendente vê-lo tocando um violão acústico de 12 cordas, em "Hear My Train a Comin'", esta uma ótima gravação de estúdio. E como deixar de gostar de vê-lo tocando as gravações sempre em versões integrais, clássicos de sua carreira como "Purple Haze", "Machine Gun", "Red House", "Hey Joe", "Wild Thing".
O cara era melhor tocando do que falando, mas são também muito interessantes os vários trechos de entrevista com Hendrix. E é delicioso ver craques como Eric Clapton, Pete Townshend, Mick Jagger e Lou Reed - todos com "carinhas de menino", já que as gravações há mais de 35 years ago -, em depoimentos nos quais revelam o impacto de Hendrix sobre eles e sobre o universo do rock.
Hoje dei uma rápida pesquisada e descobri que o documentário, de 1973 e assinado por Joe Boyd, é famosíssimo, esteve nos cinemas (não sei se também no Brasil) e está disponível em DVD, inclusive aqui em terras tupiniquins, sempre com o título de apenas Jimi Hendrix).
Como vai passar de novo no CineMax (clique aqui para ver os horários), e ainda aproveitando o gancho do aniversário, o que você acha de uma pequena matéria no Digestivo, mesmo que no Blog?
Do meu amigo Matias José Ribeiro, por e-mail (porque a matéria já estava pronta...!)
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Julio Daio Borges
27/11/2006 às 15h52
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