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Terça-feira,
26/12/2006
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Redação
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Políticas para a leitura
Vale a pena conhecer o que pensa o italiano Armando Petrucci sobre as políticas públicas dos governos (de qualquer país) para a leitura. O moço é crítico feroz de políticas que priorizam a leitura em detrimento da escrita. Segundo ele, alicerçado em dados sérios e de pesquisas históricas, políticas da leitura sempre, e de alguma forma, querem dizer "controle". De vez em quando é bom ler ou ouvir uma voz dissonante. Para encontrar alguma coisa dele, além da Internet, pode-se ler o último capítulo do livro História da leitura no mundo Ocidental, mais especificamente no volume 2 da obra, organizada pelos excelentes Guglielmo Cavallo e Roger Chartier.
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Ana Elisa Ribeiro
26/12/2006 às 14h30
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Livros de presente reloaded
À moda da Internet, vou pegar um gancho no Rafael, que pegou um gancho em mim, para falar dos livros que ganhamos (ou não) no Natal. O negócio é que não vi nenhum sinal de livro entre os presentes da família, e olha que ela é grande!
O último livro que dei foi Os dentes falsos de George Washington, para minha amiga e orientadora de tese na UFMG. Taí uma pessoa fácil de cooptar para o mundo das nossas leituras. Orientador, quando é próximo, é alguém que, certamente, gosta de ler e que pode entrar na "onda" da gente.
Não ganhei nem dei livros. Soube que tanto minha mãe quanto meu irmão tentaram, tiveram essa idéia, mas acharam impraticável acertar meu gosto para leituras. Desistiram. Ela me deu um envelope com uma graninha. Ele me deu um "vale" da maior rede de livrarias de Minas. A grana dela virou um cartucho de tinta de impressora. O vale dele já se tornou um livro que vou usar para trabalhar. Junto com isso, me dei mais três livros de interesse profissional. De fato, é complicado presentear alguém que tem uma biblioteca grande o bastante para o risco de réplica ser alto.
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Ana Elisa Ribeiro
25/12/2006 às 14h21
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De dentro do apagão aéreo
O tal apagão da TAM já se delineava desde segunda-feira, 18 de dezembro. Estive em Brasília na segunda, e foi um drama para pegar o voô de saída. Eram 3 guichês atendendo uma fila de centenas de pessoas. Como não tinha bagagem para check in, consegui ir para o guichê rápido com minha namorada. Mas uma colega dela não teve a mesma sorte. Alem de tudo estava doente, e praticamente desmaiou na fila.
Isso depois que eu já tinha ido procurar os funcionários no guichê da TAM para pedir que encarecidamente a atendessem antes, pois além do nosso vôo já estar no horário de saída (chegamos com 2 horas de antecedência!), a menina estava passando muito mal. Os funcionários do guichê se limitaram a dizer que "estavam controlando as aeronaves no solo, que só sairiam depois que todos fossem atendidos". Um sugeriu que ela mentisse dizendo que estava grávida! (A amiga, que é exageradamente correta para nossos padrões, não quis fazer isso.)
Sorte nossa que eu e a minha namorada fomos embarcar e conversamos com o comandante do avião, fazendo-o esperar pelos 10 passageiros que ainda faziam o check-in das malas. Foi cerca de 1 hora e meia de atraso. Nunca tive reclamação alguma contra a TAM, sempre tendo tido ótimas experiências de viagem. Por isso dei um desconto, e deixei pra lá... Quem imaginava que era prenúncio de um apagão?
Um outro lado do apagão se delineava ainda na fila. Pessoas descontroladas, empurrando o carrinho para cima das outras, gritando aos berros, maltratando outros passageiros e funcionários da empresa TAM. Eu entendo reclamar, ser ríspido, ser duro, mas xingar ou agredir, para mim, é selvageria demais, coisa que não condiz com civilidade. Sinto que cada vez mais as pessoas têm menos carinho umas pelas outras... Fiquei bem triste.
Eu já tinha ido ao aeroporto com a expectativa de atrasos, dado o recente apagão aéreo. E expressei minha revolta e indignação com o funcionario da TAM e com o gerente, dizendo que a fila não deveria ser administrada como estava sendo feito... Eles não foram muito gentis (e me colocando no lugar deles, o que poderiam fazer? Eram 4 contra 400), e estavam desesperados também... A empresa estava despreparada para o fluxo de passageiros.
Mas fiquei mesmo chocado com o tipo de selvageria dos passageiros no aeroporto. Inclusive minha namorada e eu já tinhamos combinado que, se fosse o caso, teríamos que ficar até quarta-feira, e ela iria perder uma das cerimônias da sua formatura... Fazer o quê? Eu jamais irei agredir fisicamente e verbalmente uma pessoa numa situação dessas... Não adianta nada... Alguns passageiros no aeroporto ameaçaram jogar malas (!) nos funcionários...
Me perguntei na hora: não seria esta uma oportunidade de demonstrar o verdadeiro espírito natalino? Será que estas pessoas acham que espírito de Natal é somente estar feliz em casa com seus familiares? Na semana de celebrar o nascimento de um redentor, que passa por todos sacrificios para ensinar a seus seguidores o valor do amor, a reação dos repórteres, funcionários e especialmente passageiros da TAM parece demonstrar o contrário. Se o Natal é somente um pretexto para voltar para a casa e descansar, sejam mais espertos e troquem o dia de feriado. Trabalhem no dia 25 de dezembro, e vão para casa no dia 8 de fevereiro...
E para aqueles que não conseguem controlar sua raiva ou palavras agressivas, e agridem inclusive outros que esperam na fila, ou atiram computadores em funcionários, ameaçando-os de morte, sugiro que o Natal não seja comemorado com ceia em familia, e, sim, na companhia de um psiquiatra...
Update
Hoje, 23/12, atrasou o voô do irmão da minha namorada; e o que será feito? Simples: ele irá processar a empresa. Sem necessidade de agressão física ou xingamentos...
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Ram Rajagopal
25/12/2006 à 00h07
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Esporte versus Cultura
Eu gostaria de iniciar este artigo falando das diversas opções para cultura e lazer que a metrópole paulistana oferece, entretanto, não posso deixar de comentar sobre a ameaça à cultura nacional. O Congresso está correndo para soltar uma lei que conceda incentivos fiscais ao esporte. Até aí, tudo bem. O problema é que essa lei tem grande possibilidade de afetar o incentivo à cultura pelo fato de que as grandes empresas vão preferir investir seu capital no esporte, que atinge um número muito maior de pessoas, do que no cinema ou teatro. Sentindo-se ameaçados, e com certa razão, artistas de peso como Fernanda Montenegro, Ney Latorraca, Fernanda Torres, Tônia Carrero, Natália Thimberg e Marília Pêra, entre outros, foram até Brasília para tentar solucionar esse imbróglio. Esportistas como Gustavo Borges, Hortência e o ex-jogador de vôlei Bernard também estavam presentes, mas para defender a Lei do Incentivo ao Esporte, claro.
Isso não é uma competição e nem deve ser. Ambos, o esporte e a cultura, têm igual importância na sociedade pelo bem que causam às pessoas, tanto físico como intelectual, entretanto, a visibilidade do esporte é notoriamente maior. Os artistas encontram grande dificuldade para colocar seus projetos (peças de teatro e filmes) em prática pela falta de recursos, e a Lei Federal 8.313/91, ou Lei Rouanet, que proporciona Incentivo Fiscal à Cultura, aprovada com muito custo em 1991, ajudou a produzir sucessos de bilheteria como Carlota Joaquina, Princesa do Brasil, o sucesso internacional indicado a quatro Oscars, Cidade de Deus, o aclamado pelo público, Se eu fosse você, e, mais recentemente, O dia em que meus pais saíram de férias, entre outros tantos, além das diversas peças de teatro, sejam elas grandes produções com artistas conhecidos, ou pequenas produções.
A Lei Rouanet foi duramente questionada quando permitiu o incentivo fiscal para o rico espetáculo canadense Cirque Du Soleil. Havemos de concordar que, mesmo com tanto incentivo, o preço do ingresso era excessivamente alto. Entretanto, outros circos, os de menor porte, chamaram a atenção do público e aumentaram assim sua audiência. A cultura foi valorizada.
Essa competição não será saudável para nenhum dos lados. Competições são benéficas entre os esportistas, ou no Oscar, aí sim se torna saudável. O melhor jogador, ou o melhor ator ou atriz do ano. Essa disputa, sim, vale a pena.
No projeto original, os 4% que as empresas recebem de isenção fiscal poderiam ser usados tanto para o esporte quanto para a cultura. Daí a polêmica. O Ministro da Cultura, Gilberto Gil, propôs uma isenção fiscal de 8%, que seriam divididos em partes iguais entre as duas categorias. O embate continuou até que o Presidente Lula exigiu uma solução para o problema. Uma nova proposta será analisada e votada. Para os artistas, a notícia os deixará respirar um pouco mais.
Para ir além
Lei de Incentivo ao Esporte
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Tatiana Cavalcanti
22/12/2006 à 00h23
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Eu acredito em blogs
Uma campanha do Sergio, que, via Issamu, linca pra nós.
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Julio Daio Borges
21/12/2006 à 00h54
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Estático
Para escrever um texto sobre o melhor de 2006, precisa-se pensar no que foi especial neste ano.
Para tanto, recorri ao Aurélio, dicionário da língua portuguesa, para saber o que é especial. O que esta palavra significa?
Segundo o Aurélio, algo especial é algo fora do comum, algo exclusivo. Pode ser também uma espécie única.
Gostei da última definição. Especial em 2006, foi o que é especial no Brasil em todos os anos desde o descobrimento: a estática cultural da espécie brasileira.
Como a palavra "estática" também é de difícil compreensão fui, agora, no dicionário da Melhoramentos que me trouxe os seguintes sinônimos: em repouso, em equilíbrio, plantado.
Mais uma vez, gostei da última definição. Estamos plantados em um marasmo cívico.
Para sairmos desta apatia profunda (a 1º definição de marasmo no dicionário da Melhoramentos), todos os finais de ano são propostas grandes idéias por reconhecidos economistas, renomadas empresas de consultoria, ou futurólogos de momento com o objetivo do Brasil deslanchar economicamente e, conseqüentemente, socialmente, ou vice-versa.
Um exemplo disso foi a reportagem de capa da revista Veja, de 7 de dezembro de 2005, intitulada: "Crescimento econômico - o grande salto - estudo da consultoria Mckinsey mostra como o PIB do Brasil pode ser três vezes maior".
Li a reportagem. Os cinco itens abordados, que deverão ser repensados, não causarão espanto ao leitor mediano de jornais: informalidade (falta de pagamento dos tributos), deficiências macroeconômicas (juros e dívida pública), problemas regulatórios (burocracia), má qualidade dos serviços públicos e, por fim, falta de infra-estrutura.
As soluções apontadas, graças a Deus, são fáceis. Porém, caro leitor, eu não vou elucidá-las aqui. Vocês terão que confiar em mim ou ler a citada revista.
A única coisa que adianto é que a maioria das soluções depende de vontade política e cópia de modelos funcionais que já foram introduzidos em outros países como Holanda, Espanha (esta copiou da primeira) e Portugal.
O que a empresa de consultoria não entendeu é que o que é exclusivo do povo brasileiro, como eu já falei acima, é o repouso intelectual da população!
Nós gostamos de não nos desenvolver. Nós apreciamos o nada, e recusamos o novo.
A população só se move, em conjunto, em estado de necessidade, ou seja, quando estamos à frente de apagões como o elétrico ou o aéreo, ou ainda, lógico, quando mexem no nosso próprio bolso, como no Plano Collor.
Mesmo assim a reação é individual, somente com um reflexo coletivo.
Como prova de que é puro estado de necessidade, percebe-se que tão logo a crise passa, tão logo as pessoas esquecem das precauções que deveriam tomar para ela não se repetir.
Triste? Não! Mas paremos de ser hipócritas, todos os anos traçando metas inexistentes, iludindo-nos com pesquisas que refletem o utópico, para um povo que de fora do comum só tem o apreço pelo nada!
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Daniel Bushatsky
20/12/2006 às 10h47
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Para a discussão do Brasil
"O objetivo deste blog é ser um espaço democrático de discussão do projeto nacional em desenvolvimento, de reflexão sobre o futuro do país, de disputa política e de expressão da luta social."
Zé Dirceu, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
18/12/2006 às 10h21
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Livros de presente
Aproveitando a proximidade do Natal e o gancho da Ana Elisa, proponho aqui uma verdadeira "ação cultural": vamos todos presentear nossos entes queridos com livros, neste Natal.
Escolhas não faltam, tantos são os livros no mercado. Um bom guia para os menos antenados nos lançamentos ou para aqueles que acham difícil escolher o livro certo é ler as Colunas e os Digestivos do Digestivo.
Nas colunas, os colunistas e colaboradores dizem o que acharam ou deixaram de achar sobre cada livro. Nos Digestivos, o Julio, nosso editor, coloca suas impressões sobre os lançamentos mais "quentes".
É claro que muita coisa fica de fora, justamente por haver tantos livros sendo lançados, mas boas dicas não faltam. Se me permitem, direi aqui os livros que vou dar de presente para algumas pessoas queridas neste final de ano. Para minha mãe, O segredo do anel - O legado de Maria Madalena, da escritora Katheleen McGowan, simplesmente porque ela comentou sobre ele comigo, demonstrando interesse.
Pro meu pai comprei o Você está louco! - Uma vida administrada de outra forma, do Ricardo Semler (meu pai não está louco mas do jeito que está trabalhando, é capaz de ficar!). Para uma amiga do Rio, vou mandar o Poesia completa de Alberto Caeiro, de Fernando Pessoa. Infelizmente não vai ser surpresa, porque tive que perguntar se ela tinha ou não o livro. Coisas da distância. Para uma outra amiga, darei O Codex 632, do português José Rodrigues dos Santos. Pra terminar a lista, um da Clarice Lispector para minha namorada. Não revelo o título aqui para não estragar o restinho da surpresa pois, do jeito que ela é intuitiva, com certeza já sabe que vai ganhar um livro da Clarice.
Livros podem não agradar algumas pessoas, infelizmente, pelo fato de a leitura não ser um hobby do brasileiro. Mas acho que, acertando nas escolhas, podemos fazer com que pelo menos pais, irmãos, amores e amigos desenvolvam o gosto pela leitura. E toda corrente começa assim, de algum lugar, não é verdade?
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Rafael Rodrigues
15/12/2006 às 20h31
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Random Art
Do Random Art, um site que eu acabo de descobrir (porque, graças a ele, ilustramos o novo Especial Melhores de 2006...)
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Julio Daio Borges
14/12/2006 à 00h11
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Seu minuto, meu segundo
O primeiro CD do Gram é de uma qualidade impressionante. Tanto as letras quanto o instrumental se casam perfeitamente, culminando em uma harmonia e vista em poucos CDs. Uma outra qualidade desse primeiro CD é a coesão. Todas as músicas são boas, não há o que tirar nem pôr. Não se pula uma música sequer. Poucas são as bandas que conseguem fazer um disco assim.
Por ter 10 músicas, essa coesão é mais fácil de ser atingida. Assim, agora, no calor do post, só lembro de outro CD assim, o There is nothing left to lose, do Foo Fighters, que tem 11 petardos, 11 obras-primas, o melhor CD da banda e um dos melhores CDs de rock de todos os tempos. Se o Foo quisesse, teria lançado 11 singles.
Mas o assunto aqui é o Gram. O segundo CD deles, Seu minuto, meu segundo.
Comprei o DualDisc e demorei um pouco a ouvir. Assistir, então, nem sei quando.
E quando eu ouvi, aconteceu o mesmo que aconteceu com o 4, do Los Hermanos. Primeiro, não gostei. Achei estranho. Cheguei a pensar em "dinheiro jogado fora". Mas não. Bastou uma segunda audição, mais tranqüila que a primeira - que foi interrompida na música 7 - para perceber que esse segundo CD da banda é um excelente disco.
Com 12 músicas, e notavelmente mais complexo que o primeiro, Seu minuto, meu segundo é um álbum também coeso, mas não tanto quando seu irmão mais novo. A diferença maior, que eu percebi, do primeiro para o segundo álbum foi nas letras. Enquanto que no primeiro algumas letras eram verdadeiras metáforas para o que quer que o ouvinte quisesse, o segundo também é recheado de metáforas, mas bem mais, mil vezes mais, subjetivas. Às vezes pode não parecer, mas é, como nos seguintes versos da primeira música, "O rei do sol": "Depois do sol/ depois do sol é frio/ depois do sol é frio// O rei do sol/ o rei do sol é frio// Quem é seu rei?/ quem é você?/ que explora o sol mas é tão frio".
"Lupado" tem uma letra mais simples: "Quem acordo amanhã?/ Depende se eu me sonho mal/ quem não durmo amanhã?/ deve estar me sonhando acordado/ se fiquei pra depois, me sei um pouco mais/ nesse retrato sou eu, mas quem me era?". Lembra até as letras do Amarante, dos Hermanos.
Senti que as guitarras nesse disco estão mais bem elaboradas. Não que no primeiro elas não fossem. Mas nesse segundo me parece que houve uma evolução, e não apenas a repetição de uma fórmula. Repetição realmente não houve, pois o disco é muito diferente do primeiro.
Dizer qual o melhor dos dois é difícil. Ambos são bons. Muito bons, mesmo. Posso dizer que o primeiro é mais pop, e esse segundo é um tanto mais "alternativo". O que é uma pena, porque eu pensei que o segundo disco seria o estouro do Gram. Infelizmente, a massa não gosta desse tipo de música - a boa música, a música que vale a pena - e a banda paulista deve continuar mesmo com seu fiel e seleto grupo de fãs, como aconteceu com o Los Hermanos, na virada do primeiro CD para o Bloco do eu sozinho.
Mas espero mesmo que eu esteja errado. E que o Gram consiga mais fãs não só no Brasil, mas fora dele também. A banda merece.
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Rafael Rodrigues
13/12/2006 à 01h28
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