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Sexta-feira,
19/1/2007
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Redação
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Entre o iPod e os concertos
(...)Os suportes físicos da música, como os CDs, vão continuar a existir, mas serão marginais: o grosso da música já circula via internet.(...)
João Marcos Coelho, num balanço musical, no site da Cultura FM.
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Julio Daio Borges
19/1/2007 à 00h26
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Cansei de ser atropelado!
Ser empurrado na fila de entrada de um jogo de futebol ou de um megashow, ainda vá lá. Mas em fila de aeroporto? Fila de banco? Ser atropelado na saída do vagão de metrô? Está ficando cansativo. Não sei se o passar dos anos me deixou menos tolerante, ou se foi uma mudança de hábitos das pessoas mesmo, mas tenho a forte impressão de que estamos habitando uma sociedade menos civilizada... Fiquei chocado uns dias atrás com o atropelamento que sofri na saída do metrô no ponto final.
Peguei o metrô na Califórnia para ao aerporto, e lá, no ponto final, primeiro saem os passageiros de dentro do vagão, enquanto quem quer entrar espera pacientemente. Depois que o trem esvazia, todos entram pacientemente, com esbarrões, mas sem atropelamento. Já na estação da Miguel Lemos, eu e minha namorada fomos literalmente atropelados na saída do vagão. Me senti no Velho Oeste, como uma manada de búfalos vindo na minha direção, com uma diferença: não estava montado num cavalo.
O sistema "eu primeiro" é pior para todos. Uma velhinha que ia sair na mesma estação ficou presa e quase foi esmagada. Outros que entravam arranharam os braços na porta do vagão. E assim por diante. Custa tanto esperar alguns minutos a mais, numa estação com ar condicionado, para que as pessoas saiam? Será que, na vida da maioria das pessoas, este minuto fará alguma diferença? O que se precisa nas grandes cidades do país não é um Bolsa Família, e sim um "Vale Educação em Casa".
Registro o protesto: chega de ser atropelado! Senão vou passar a trazer equipamento de futebol americano quando freqüentar locais com fila.
Post Scriptum
Acreditem, fui empurrado até numa fila de lanchonete no aeroporto de Congonhas!
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Ram Rajagopal
18/1/2007 às 11h46
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Poesia é água na peneira
"A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta. Vai carregar água na peneira a vida toda".
Manoel de Barros, citado por Gustavo de Castro, que nos indica seu blog.
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Julio Daio Borges
18/1/2007 à 00h21
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Pessoas na mesma mesa
(...) ninguém precisa me ajudar, por exemplo, a conversar com um amigo no jantar. Falo direto para quem está do meu lado, na minha mesa. E a internet está fazendo isto: está colocando as pessoas na mesma mesa. Jornais e revistas faziam sentido quando a impressão e a distribuição eram caras. Hoje é tudo de graça. Não é mais o editor que vai escolher quem merece e quem não merece atenção. São os leitores.
Nosso amigo Edu Carvalho, cujo blog só melhora, e que também está em entrevista ao Trama Universitário.
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Julio Daio Borges
17/1/2007 à 00h50
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Concurso de literatura em BH
O concurso Cidade de Belo Horizonte é conhecido de muita gente que atua na literatura. O João-de-Barro, também promovido pela prefeitura da capital mineira, é um dos mais respeitados e sérios concursos nacionais de literatura infantil. A cidade se destaca há décadas pela produção infanto-juvenil, premiada no mundo inteiro. A literatura "para adultos" dispensa comentários.
Pois bem. Estão abertas as inscrições para os Concursos Nacionais de Literatura Cidade de Belo Horizonte e João-de-Barro. O primeiro vai premiar produções dos gêneros ensaio, poesia (autor estreante) e dramaturgia; o segundo, obras dirigidas às crianças.
Os concursos são realizados pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio de sua Fundação Municipal de Cultura. Os regulamentos estão disponíveis aqui.
Muita gente conhecida já ganhou ou ficou na beirinha para ganhar esse prêmio: uma grana boa e a publicação da obra, em anos anteriores. Avante!
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Ana Elisa Ribeiro
16/1/2007 às 17h37
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Fotos e Charutos
Bar Otoni 16, Belo Horizonte, noite, 09/01/2007
Parei o carro debaixo da chuva e dei uma corrida rápida até o bar. Ia ver a exposição de fotos Fantasias de Fidel, de ´
Élcio Paraíso. Os bares às vezes são mínimos e esse não escapou, mas o essencial é o clima e, nesse, eu vi que era bom. (Deus fez o céu, a terra, os bares e também viu que era bom.)
Localizei Élcio, mesa lateral, cercado de conhecidos. Antenas ligadas, atento ao ambiente, o que dá a impressão contrária quando se conversa com ele, como se estivesse meio distraído. É uma falsa impressão. Está atento a você e a tudo mais. Imagino que é a marca do fotógrafo profissional.
Me explicou, em rápidas palavras, a idéia básica da mostra: Fidel faz um discurso de cinco, seis horas e depois vai fumar um charuto. A cabeça deve se soltar, depois do esforço. E isso deve gerar imagens...
Olhei pra parede e lá estavam algumas. Nove fotos em branco e preto, o ato de empunhar um charuto em diversas situações: uma enfermeira, um cãozinho (com um charuto na boca), freiras jogando cartas, um mecânico de motonetas, a barba maior que a do El Comandante, uma moça de perfil; todos manuseando um substancial tarugo.
Notei uma do sujeito na janela de um carro; me chamou a atenção o design daquela porta. Élcio percebeu e me apontou o carro, estacionado na rua, em frente ao bar: "é aquele, meu Karman Ghia." Élcio tem um Karman Ghia(!) prateado.
Um trio alegre e ladino tocava música latina. Ou vice-versa. Violão, percussão e sopros (sax e flauta). E vozes, claro. Três elementos de uma banda maior, União Latina (acho que é isso), formada de treze ou mais hermanos del continiente. O violonista e cantor, Sinuhé, competente e seguro na marcação, quase me fez acreditar que tocariam a "Rumba Azul", pedido meu. A moça da percussão não sabia que música era. Soube depois que não era um trio cubano, apesar da infalível "Guantanamera". Tudo bem, a música tava ótima.
Conheci Liliane Pelegrini, organizadora do evento, a simpatia dela deixa a gente logo à vontade. É jornalista cultural do jornal O Tempo, há tempos o melhor caderno de cultura de Belo Horizonte. Acho eu, mas há controvérsias.
Eu sou leigo em fotografia e me interesso pela transformação da coisa em arte. Quando uma foto entra pra essa categoria? Solicitei, no dia seguinte, uma pequena entrevista (duas perguntas) com Élcio, por e-mail.
Ele respondeu tão bem, por escrito, que o melhor é mostrar na íntegra:
1. O que, na sua opinião, define uma boa foto? (Já que uma foto que esteja nítida e enquadrada, pelo menos, está ao alcance de quase qualquer pessoa...)
Uma fotografia é fruto de como o fotógrafo vê o mundo. Eu, por exemplo, tenho consciência de que uso todo o feedback (que nem é tão grande assim) que tenho de literatura, história, cinema, arte, a serviço da minha fotografia. A técnica também é utilizada a serviço dessa criação, mas é uma parte disso.
A técnica fotográfica é bastante simples de aprender, não leva muito tempo, não. O mais difícil dentro da fotografia é entender, identificar e evoluir um estilo. A boa foto, para mim, tem a marca do fotógrafo e por si só diz a que veio.
E para dizer a que veio o processo de preparação é essencial, captar o momento é importante, mas primeiramente acho necessário identificar o que vai ser fotografado, criar uma história, estudar as possibilidades e sentir o clima. Só depois disso posso resolver qual filme usar, temperatura de cor e iso (sensibilidade do filme ou de captura digital).
2. Em quais momentos você escolhe tirar fotos em preto-e-branco? E coloridas?
Muitas vezes faço o material colorido e quando vou tratar no computador (isso no caso do digital e mesmo da digitalização de um filme) decido que deveria ser preto-e-branco e aí converto a imagem, mas isso é raro acontecer. Gosto de decidir, na hora, a melhor forma de captar o momento. No caso de Fantasias de Fidel decidi o tema, criei o argumento e imaginei as cenas. Neste ponto de preparação decidi que seria feito com uma câmera médio formato (hasselblad 6x6) e, como não conseguia imaginar as cenas coloridas, soube que todo o trabalho teria que ser feito em preto-e-branco. Podemos dizer que a cena nos pede como gostaria de ser captada.
* * *
Élcio me explicou sua formação, jornalista que usa sua experiência em fotojornalismo para a arte no ato de fotografar. Utiliza a técnica para criar seus próprios trabalhos ou projetos, "a possibilidade de contar uma história sem palavras me fascinou completamente". Possui uma agência de fotografia, a Benditafoto. Diz ainda ter tido excelentes resultados aplicando essa técnica em fotos de casamento, por exemplo e "presto serviço para assessorias de imprensa e produtoras culturais fotografando música, comportamento e moda. E ainda toco meus projetos pessoais e trabalho como professor de fotojornalismo em uma escola de fotografia, a Techimage."
Grande Élcio. Foi um prazer conhecê-lo.
Para ir além
As fotos podem ser vistas no site Benditafoto.
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Guga Schultze
16/1/2007 às 02h53
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Questão de estilo
Estilos, estilos... Eu conheço uma centena na literatura universal e entre nós só um, o do Machadão. E, ademais, estilo é a última coisa que nasce num literato - é o dente do siso. Quando já está quarentão e já cristalizou uma filosofia própria, quando possui uma luneta só dele e para ele fabricada sob medida, quando já não é suscetível de influenciação por mais ninguém, quando alcança a perfeita maturidade da inteligência, então, sim, aparece o estilo. Como a cor, o sabor e o perfume duma fruta só aparecem na plena maturação.
Monteiro Lobato, citado por Daniel Piza, cujo site comemora 5 anos.
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Julio Daio Borges
16/1/2007 à 00h04
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Cinema em Atibaia (Final)
Já se sabe quem são os grandes vencedores do segundo Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual . Marcado por curtas-metragens de diversas partes do país, o festival contrariou as previsões do público e premiou duas produções paulistas. Na categoria de 35mm, o escolhido foi Yansan, animação de Carlos Eduardo Nogueira. Já Saba, de Thereza Menezes e Gregório Graziosi, levou o prêmio de melhor vídeo.
Totalmente produzido em computação gráfica, Yansan reconta o mito de Iorubá vivido pelo orixá dos ventos e tempestades. O contexto é genuinamente brasileiro, até o filme se desenrolar num Japão futurista. Enquanto isso, Saba documenta o cotidiano apagado e monótono de um casal de idosos em um asilo. Filme de grande sensibilidade, porém tão parado quanto a rotina dos personagens. Talvez por traduzir tão bem esse espírito, conseguiu captar a simpatia do júri, superando expectativas como de O fim do mundo - Flashback society.
Sem poder questionar o resultado da premiação para a categoria em 35mm - já que não estive na sessão de Yansan - posso dizer que, entre opiniões compartilhadas, grande parte dos que assistiram a mostra profetizava a vitória quase certa de O maior espetáculo da Terra, de Marcos Pimentel ou de Eletrodoméstica, de Kleber Mendonça Filho - que, apesar de tudo, levou o troféu de melhor direção.
O filme de Mendonça não ficou com o prêmio principal do festival, mas angariou o prestigioso troféu Dom Quixote, concedido pela Federação Internacional de Cineclubes - que também concedeu menção honrosa a Canto de Cicatriz, da gaúcha Laís Chaffe, e a Tem um dragão no meu baú, da carioca Rosária.
Já o prêmio de melhor fotografia foi para o curta cearense Dos restos e das solidões, dirigido por Petrus Cariry. Na premiação de melhor atriz, Magdale Alves, também de Eletrodoméstica, levou o troféu para casa. Enquanto isso, o prêmio de melhor ator ficou com Augusto Madeira, de No princípio era o verbo - curta que merecia, pelo menos, uma menção honrosa.
O Festival de Atibaia promete crescer ainda mais nas próximas edições. Está disposto a chamar a atenção de todo o Brasil e até mesmo da Europa. Mas, para isso, seria interessante que corrigisse a má qualidade do áudio e as falhas com a legenda, como fez com o tempo de duração das sessões. Se mantiver o nível de 2007 com estes detalhes sanados, tem grandes chances de se firmar, sem falsa modéstia, como o "festival dos festivais".
Para ir além
Encontrei no YouTube o espirituoso curta caseiro O fim do mundo - Flashback society. Vale a pena espiar esse despretensioso humorístico, uma pequena amostra do que rolou no festival.
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Tais Laporta
15/1/2007 às 23h30
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Os prédios mais feios de SP
A Folha promoveu uma enquete entre arquitetos para saber quais seriam os prédios mais feios de São Paulo. Não houve unanimidade; no máximo, menções esparsas a coisas como a loja da Daslu, o prédio da Dacon e até o Edifício Martinelli.
É que a quantidade de coisas feias em São Paulo é tão grande, que qualquer escolha pode perfeitamente ser a melhor. Naturalmente, critérios estéticos e ideológicos se misturaram bastante nessa lista.
O edifício Martinelli, tanto quanto o prédio da Daslu, foram criticados pelo que significam de arrivismo das nossas "elites", imaginando um luxo europeu no que é puro esbanjamento subdesenvolvido. Mas é claro que, fora desse ataque a prédios luxuosos, muito mais coisa poderia ser apontada.
A Igreja "Deus é Amor", que mereceu um voto também, é muito mais feia, claro, do que o prédio da Dacon.
Mas eu citaria ainda aquele prédio preto do Unibanco, na Marginal do Pinheiros; o conjunto de edifícios chamado "Place des Vosges", no Morumbi; o hospital da saúde da mulher, na avenida Doutor Arnaldo; o edifício Viadutos (acho que é esse o nome), quase em frente à Câmara Municipal - um estafermo de Artacho Jurado que bloqueia completamente o horizonte de quem está na avenida São Luís em direção à rua Augusta; o Hotel Renaissance, de Ruy Ohtake, com suas listas pretas e vermelhas, na alameda Santos.
Menção especial, porque não é prédio, merece a marquise do premiado Paulo Mendes da Rocha na Praça do Patriarca, uma intrusão desproporcional e chatíssima no lugar.
Ainda nos ícones da arquitetura paulistana sempre elogiados pelos especialistas, acharia muito estranho se dissessem que o famoso edifício Esther, na praça da República, é bonito... E o consagrado edifício Louveira, de Villa Nova Artigas, na praça Villaboim, tem uma combinação de cores bastante infeliz, e quem está na rua vê uma parede inteira de fundos de cozinha e área de serviço envidraçada. Ah, mas vá falar mal...
Não esqueço das janelas do prédio do Sesc Pompéia, de Lina Bo Bardi, e, claro, do prédio da Folha, na Barão de Limeira... casa de ferreiro, espeto de pau.
Marcelo Coelho, em seu blog (porque eu nunca citei, porque, dia 10, foi aniversário dele, e porque nós poderíamos lançar um concurso...)
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Julio Daio Borges
15/1/2007 às 16h36
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DaniCast no Dynamite Pub
Devido a várias coisas que aconteceram, a vernissage da minha exposição foi transferida de local.
A festa se realiza hoje, dia 15/01, no Dynamite Pub: Rua Cardeal Arcoverde, nº 1857 (quase esquina com a Mourato Coelho), a partir das 20 horas, 11 3032-5623 (telefone), na Vila Madalena.
É uma festa fechada, então, por favor, quem quiser ir, confirme por e-mail diretamente: [email protected].
Peço desculpas pela repentina mudança de local, mas vai ter bebida para todos...
Atenciosamente,
Daniela Castilho aka DaniCast [por e-mail...]
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Postado por
Julio Daio Borges
15/1/2007 às 10h49
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