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Terça-feira,
6/2/2007
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Redação
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Passei o Natal dormindo

Polzonoff, em sua mais nova encarnação, e em fotos no Flickr.
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Julio Daio Borges
6/2/2007 à 00h22
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Manhattan Connection, ontem
Ontem à noite (04/02/2007), no Manhattan Connection, o pessoal lembrava do Francis. Diogo Mainardi sentado ao lado de Sérgio Augusto; Lucas Mendes maestro da banda e o inquieto Caio Blinder. Havia outros e outras, mas não se manifestaram o suficiente para pesar na memória. Sonia Nolasco não pôde comparecer. Uma pena.
Caio Blinder é um sujeito gentil. Levou muita traulitada de Francis, para o divertimento geral, na época em que Paulo Francis estrelava (literalmente) o programa, mas falou de Francis como se fala de um amigo que se foi. Ou seja, os inimigos que Francis deixou têm muito o que aprender com o Caio. E os partidários de Francis, que adoravam a pancadaria verbal que Francis promovia em cima do "colega", recebem a lição de um gentleman. Bravo. Isso se aplica a nós, que só víamos a coisa na TV. Os dois eram amigos.
Diogo Mainardi, com modéstia, se defendeu da acusação (citada por ele mesmo) de imitador de Francis, dizendo, em outras palavras, que nem se quisesse conseguiria. Falou do impacto da imagem televisiva de Francis como algo que influenciou o jornalismo na mídia. Todos concordaram ou, pelo menos, consentiram.
A impressão geral era de que essa turma, tarimbada na convivência com o Francis, não se preocupou em montar um programa, uma pauta, e deixou a coisa fluir meio no improviso, um papo de amigos. Provavelmente a intenção tenha sido exatamente essa (como sempre). Mas a ocasião talvez exigisse uma certa solenidade ou apenas maior direcionamento de pautas. O resultado geral foi meio frouxo. Francis aparece uma única vez, numa de suas famosas interpretações de marchinhas de carnaval.
Sergio Augusto, calmo e talvez um pouco cansado, comentou o Francis escritor. Os livros que não foram devidamente assimilados pela crítica (com uma única exceção, que ele saiba); ele mesmo autor de uma breve apresentação, na época, sem maior entusiasmo. Lucas Mendes, gozador, comentando que lembrou ao Francis que o livro dele "tinha 53 personagens nas dez primeiras páginas" e que teve que ir anotando nomes numa folha para seguir, por exemplo, um personagem que é citado brevemente no início e reaparece lá no fim do livro...
De qualquer maneira a impressão que fica é que o Francis ainda faz falta. E, bem, o Francis escritor é pra mim assunto não esgotado. Pretendo (que Deus me ajude) rever esse negócio.
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Guga Schultze
5/2/2007 às 11h26
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Incompatibilidade...
- De gênios?
- Não. De lâmpadas.
Por Pilar Fazito, recém-separada, no blog Quero ser um repolho.
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Ana Elisa Ribeiro
5/2/2007 à 01h13
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Mal Secreto

Foto da AnaBetta, cujo blog linca pra nós.
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Julio Daio Borges
5/2/2007 à 00h27
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10 anos esta noite

Os dez anos da morte de Paulo Francis, que se completam amanhã hoje, passaram muito depressa. Principalmente quando seus amigos mais antigos recordam certas peripécias da convivência com ele e constatam, atônitos, que alguns desses episódios parecem ter acontecido há uma eternidade - quarenta anos. Um deles, e dos mais bonitos na trajetória de Francis, foi sua curta, mas brilhante temporada como editor da revista Diners, no Rio, em 1968 - uma publicação, tanto hoje como na época, maciçamente desconhecida do público, mas, então, muito admirada no meio e o sonho de inúmeros jornalistas cariocas, que adorariam colaborar nela. Não era apenas a revista intelectualmente mais sofisticada da imprensa brasileira e herdeira direta da respeitada Senhor (1958-1964). Era também a que pagava melhor - e no ato.
Ruy Castro, no Estadão, e no site da editora Francis, que colige as homenagens a Paulo Francis, falecido a 4 de fevereiro de 1997.
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Julio Daio Borges
4/2/2007 às 20h04
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Para quem acredita em amor
A realização do amor platônico é a sua morte. Poetas só sabem criar imaginando musas. Não há mortal que consiga virar musa em meio a panelas sujas na pia, falta de emprego e, principalmente, de contato físico. Não dá.
Vim, vi e não venci. Se perdi, eu ainda não sei. Enfim, apostei muita coisa nisso. Preciso me recolher e cuidar de mim mais uma vez.
O lugar da gente é onde a gente é amado. Independentemente de cidade, estado ou país.
Por Pilar Fazito, escritora mineira, no blog Quero ser um repolho.
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Ana Elisa Ribeiro
4/2/2007 às 12h09
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2007 enfim começou
Ressaca... mas uma ressacazinha mínima. Já tive piores. Acordei e comecei a me lembrar desde quando bebo. Não lembro a data exata, mas me lembro que a minha primeira grande paixão alcoólica foi o uísque, isso ainda na fase junkaça dos 17 aos 22. Eu escondia garrafas de Jack Daniels no guarda-roupa, para minha mãe não ver. Passada a fase do uísque, veio a fase da pinga, que bateu direitinho com o começo da faculdade. Batíamos cartão em cachaçarias (havia uma muuuito boa em Taubaté) e acabei até indo duas vezes ao Festival da Pinga, em Parati (e quero voltar lá). Depois foi vodka. Dois grandes amigos bebiam copos enormes no almoço, e eu não entendia como eles podiam gostar daquilo. Fui na deles, e adorei. Vodka passou a ser a minha principal companheira, no entanto, quando me mudei para São Paulo, acabei encontrando prazer em beber cerveja. Nas baladas entre 2001 e 2005, geralmente eu entornava de seis a dez latinhas (raramente mais que dez) por noite, e dormia feliz com os anjos dos bêbados. De um ano e pouco pra cá, as cervejas começaram a ficar mais tempo do que o normal na geladeira, e precisou que um amigo matasse as duas doses de vodka de uma garrafa que estava na geladeira fazia meses. Em baladas, a bebida principal passou a ser a caipirinha, de preferência de morango ou abacaxi. Já tenho um longo caso de amor com a caipirinha de abacaxi. A gente se encontra sempre em quiosques nas praias do litoral norte, ou mesmo Santos, e foi uma tremenda decepção não encontrar nem caipirinha de morango, nem de abacaxi, em mais de dez quiosques da orla de Copacabana, no réveillon. Como assim, só há a "tradicional caipirinha de limão"? Tudo bem que uma das melhores caipirinhas que já provei tenha sido uma de lima, em Santa Tereza, nesta mesma viagem ao Rio de Janeiro, mas ignorarem o sabor da caipirinha de morango é uma afronta. Ontem, o porre foi de cerveja. Não contei quantas, mas serviu para desarranjar meu estômago, e me fazer sentir vivo. Um brinde à ressaca.
Marcelo Costa, no editorial do Scream & Yell (porque o Digestivo foi site do ano de 2006, no Top Seven S&Y 2006, junto com YouTube, MySpace e Last.fm...)
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Julio Daio Borges
2/2/2007 à 00h37
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Duas desculpas e uma meditação
Caros leitores, primeiro me desculpo por nas próximas linhas colocar o foco em Tom Jobim, "esquecendo-me", assim, de falar sobre Toquinho, Vinícius de Moraes, Miúcha, entre tantos outros músicos que ajudaram o gênio a se desenvolver e ser ou ter o reconhecimento que possui hoje.
Minhas segundas desculpas vão aos que esperam deste humilde texto uma análise matemática das letras, composições, enfim, das belas poesias de Tom. Isso, deixo com os especialistas. Só lhes garanto uma coisa: li e estudei o Compositor (com letra maiúscula mesmo) para deixar aqui uma meditação.
A felicidade é complicada, e "é por ela ser assim tão delicada, que eu sempre trato dela muito bem".
Não é de hoje que a sociedade esqueceu dos pequenos gestos: obrigado, seja feliz, boa sorte e tudo bem? (querendo mesmo saber a resposta).
As pessoas são hipócritas e más, e, talvez seja por isto que "Passarim quis pousar, não deu, voou, porque o tiro partiu, mas não pegou".
A individualidade exacerbada, o egoísmo, a falta de reflexão, faz o mundo selvagem e competitivo.
Poucos são os que param para ler um bom livro, ouvir uma boa música (que não seja no carro indo para o trabalho) e dedicam parte do seu dia ao ócio, ao prazer, a descobrir a beleza do mar, do céu, das estrelas e por que não da alma, do espírito e de como o mundo poderia ser, mas não é, por pouco...
Mas o que mais incomoda é o "não é comigo", é olhar o pobre e achar que a culpa da pobreza é a preguiça e a da preguiça é a inveja.
O Brasil está cheio de desculpas tangentes!
Já dizia Chico Buarque: "dinheiro é bom para comprar uísque, charuto e pagar o aluguel. Quando o dinheiro é tudo, a vida vira a maior chatice".
E completa Noel Rosa: "Quanto a você, da aristocracia, tem dinheiro, mas não compra a alegria. Há de viver eternamente sendo escravo dessa gente que cultiva a hipocrisia".
O que eu quero dizer com tudo isso, e acho que eles quiseram dizer também, é que precisamos desenvolver nosso lado poético, metafísico, improvisador (uma das melhores qualidades de Tom), para alcançarmos uma vida mais sadia, menos estressada, mais pura.
Já que "pobre de quem acredita na glória e no dinheiro para ser feliz", porque mesmo no peito dos desafinados bate um coração, espero, sinceramente, que aos poucos comecemos a dar mais valor ao ser do que ao ter, pois isto sim será a promessa de vida no seu coração.
Uma sugestão: façamos como nas composições do Poeta: tudo tão simples, mas tão profundo...
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Daniel Bushatsky
1/2/2007 às 14h59
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The Creative Anti-Commons
(...)Free software guru Richard Stallman claims that in the age of the digital copy the role of copyright has been completely reversed. While it began as a legal measure to allow authors to restrict publishers for the sake of the general public, copyright has become a publishers' weapon to maintain their monopoly by imposing restrictions on a general public that now has the means to produce their own copies. The aim of copyleft more generally, and of specific licenses like the GPL, is to reverse this reversal. Copyleft uses copyright law, but flips it over to serve the opposite of its usual purpose. Instead of fostering privatization, it becomes a guarantee that everyone has the freedom to use, copy, distribute and modify software or any other work. Its only "restriction" is precisely the one that guarantees freedom - users are not permitted to restrict anyone else's freedom since all copies and derivations must be redistributed under the same license. Copyleft claims ownership legally only to relinquish it practically by allowing everyone to use the work as they choose as long the copyleft is passed down. The merely formal claim of ownership means that no one else may put a copyright over a copylefted work and try to limit its use(...)
Anna Nimus, num texto para quem quer entender copyleft e essas coisas todas, que eu encontrei graças ao projeto de doutorado do Hermani Dimantas...
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Julio Daio Borges
1/2/2007 à 00h30
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Freakonomics
Freakonomics (Campus, 2005, 254 págs.), escrito por um economista, não é um livro sobre economia, no sentido tradicional.
O autor usa os procedimentos da análise econômica, mas não o "economês". É mais uma investigação social; Steven D. Levitt (junto com Stephen J. Dubner, jornalista) analisa o lado oculto das causas e efeitos em diversos fenômenos do dia a dia.
É uma investigação quase policial, de detetives procurando explicações para fatos aparentemente sem relação uns com os outros: a queda dos preços dos seguros de vida e o surgimento da internet; nomes próprios e sua relação com o sucesso profissional, a queda da criminalidade e a lei que sancionou a prática do aborto (nos EUA) - e que é o assunto mais polêmico do livro.
Levitt pega leve, driblando, no possível, o previsível ataque às suas teses politicamente "incorretas". O livro não chega a ser chato, mas é quase - há uma distância de professor para aluno que a gente não gosta de sentir, principalmente quando a gente é o aluno. O que salva são exatamente as conclusões - Levitt soa muito lógico e convincente.
Essa lógica é que criou polêmica nos EUA porque, numa linguagem clara e apoiada em procedimentos práticos de análise econômica, é capaz de convencer e deixar os opositores sem muitos argumentos. O autor acredita no que escreve e não hesita em apontar a correlação de variáveis aparentemente distantes entre si.
Freak, em inglês, quer dizer esquisisto, fora do contexto ou até mesmo "fissurado". Freakonomics é isso, um estudo social inusitado por ser original e tenaz na sua busca de explicações pouco ortodoxas.
Nota do Editor
Leia também "Freakonomics: a trajetória de um livro"
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Guga Schultze
31/1/2007 às 23h33
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