(...)Não peço nada, só quero atravessar minha vida a pé, como se atravessasse um parque, um campo com muitas árvores e algumas flores, com um riozinho correndo. Eu disse que não pedia nada... Mas eu troco tudo isso. Basta eu encontrar você no caminho. Gosto de estar perto de você e entrar numa.
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Ando terrivelmente inquieta. E cansada de gente treinada para ser evasiva e oculta. Gente tão sensível quanto uma porca velha. Com você eu encontro a leveza. Andando por aí, nas ruas, na praia, tomando café, folheando livros, falando sobre música, dançando na sala pouco iluminada, boca lasciva, olhos que giram em órbita, você vertendo seus fluidos como caldo quente.
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Quem sabe o que é perigoso? Quando nos defendemos de nossos próprios medos e dúvidas, fazemos mal aos outros também. Tem quem precise de alguém, e a isso chame o nome amor. Que os céus permitam converter essa frustração em alguma coisa útil... Leia. Escreva. Escrevo e leio muito. Solto meus monstros. Antes um livro monstruoso que uma vida monstruosa.(...)
Nova publicação do SLMG traz reflexões sobre passado, presente e futuro
Estará disponível ao público, no próximo dia 16 de fevereiro, a edição de janeiro do Suplemento Literário de Minas Gerais. Um dos destaques da publicação é uma entrevista inédita da poeta Ana Elisa Ribeiro com José Afonso Furtado, diretor da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, sobre a questão da leitura e dos livros frente às publicações na Internet.
Ana Elisa Ribeiro explica a importância da discussão. "O surgimento do computador e da Internet fez emergirem questões ligadas às publicações impressas, talvez ainda mais do que quando as novas tecnologias ainda não existiam. As adaptações e os ajustes que o rádio, a tevê, os jornais impressos e outras mídias fazem para 'sobreviver', as influências que um meio de comunicação sofre de outro, são estudadas por vários pesquisadores no mundo. Da mesma forma, o interesse pelos 'ajustes' que as pessoas - agora 'usuários' - fazem para lidar com novas formas de ler e escrever ampliou-se ainda mais", afirma.
Camila de Castro Diniz Ferreira, editora do SLMG, acrescenta: "Uma das preocupações cruciais dos leitores, escritores e editores, na era da Internet, é justamente o destino dos livros impressos, já que podemos afirmar, com alguma segurança, que não chegarão ao fim, apesar das ameaças e preconizações". O leitor encontrará, nessa edição que inaugura o ano de 2007, questões relevantes sobre as transformações que estão ocorrendo nas formas impressas e eletrônicas de conteúdo.
Na mesma publicação, Lúcio Emílio do E.S. Júnior apresenta o filósofo francês Paul Ricoeur em sua exemplaridade, ao rejeitar teorias e pensamentos já desenvolvidos por outros filósofos. Já Cleonice Mourão faz um ensaio sobre o terceiro livro dos fatos e ditos históricos do Bom Pantagruel, de Rabelais, explicitando a importância do humor e do grotesco nesse autor, cujo objetivo é criticar os rígidos costumes da Idade Média.
Também nessa edição, Dirce Waltrick do Amarante, ao traduzir fragmentos do livro Histórias Naturais, de Jules Renard, mostra-nos características jamais imaginadas de determinados animais. O poema final de Sérgio Alcides insinua, por sua vez, uma paisagem pensante, signos voltados para os próprios signos.
Sob o texto impecável e as idéias sempre em ebulição - e confusão - aparecia aqui e ali o homem inquieto que alimentou para si as mais altas aspirações e as viu naufragar uma a uma. Da crítica de teatro ao jornalismo, Francis quis tudo - e teve o que pôde ou deixaram.
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Dezenas de subarticulistas o elegem santo padroeiro para escorar vacilações intelectuais e agressividade verbal, sem levar em conta que o Paulo Francis a que tanto exaltam não foi um personagem dado e acabado, mas o resultado de um percurso intelectual rico e conturbado que seus admiradores de hoje certamente não teriam a mesma coragem em percorrer, bons fiscais de obras prontas que são.
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Deste tipo de intelectual não se deve alimentar qualquer nostalgia, já que são, como costuma acontecer, legítimos e bem acabados produtos de seu tempo, irrepetíveis nas páginas de jornal ou no comando de editoras. Sua lembrança serve, isto sim, como uma forma de pensar no esvaziamento intelectual de profissões que não são melhores ou piores do que outras mas que tratam da espinhosa combinação de pragmatismo e reflexão, cada vez mais difícil em nossos dias.
Paulo Roberto Pires, no No Mínimo (porque um dos melhores textos sobre o Francis não saiu neste ano...)
Em 2004, em rápida conversa telefônica com experiente executivo da indústria do disco sobre um êxito de vendas (...), campeão daquele ano, ele creditou o estouro comercial ao conceito do projeto e defendeu que a pirataria estava levando toda a culpa por uma crise que, na sua opinião, também era de idéias. Concordo com o executivo, cujo nome prefiro omitir por questões éticas.
É fato que a pirataria galopante nos camelôs e na internet vem minando as forças da indústria fonográfica. Só que há, paralelamente, uma apatia que se revela na ausência de boas idéias. Como na TV, nas gravadoras nada se cria, tudo se copia, para usar uma máxima do saudoso apresentador Chacrinha.
(...)Em bom português, a indústria fonográfica adora pegar a onda alheia. Depois vai culpar a pirataria quando morrer na praia...
Está no blog de Lauro Jardim, no portal da Veja:
"Os organizadores da Flip bateram o martelo: Nelson Rodrigues será o homenageado da quinta edição da Festa Literária Internacional de Paraty, entre 4 e 8 de julho".
Ainda bem que já estamos em fevereiro... Leia mais aqui.
No Brasil há a lei que garante meia-entrada a estudantes e maiores de 60 anos em cinemas, teatros e certos shows. Em algumas cidades, essa parcela da população também tem direito ao passe escolar, com tarifa 50% inferior à cobrada ou à gratuidade do transporte, no caso dos maiores de 60 anos. Trata-se da população inativa, ou seja, aquela que ainda não trabalha ou que já se aposentou. Portanto, nada mais justo que aliviar suas despesas mensais.
No entanto, como sempre acontece, as opiniões sobre determinado assunto não são unânimes. Assim, há quem discorde da "meia-entrada". A bonita e excelente atriz Maria Padilha mostrou sua posição sobre o tema no programa Agenda da Rede Minas, que foi ao ar na segunda semana de janeiro de 2007. Ela acha errado a meia-entrada nos eventos culturais concedida aos maiores de 60 anos e questiona: "Por que não 'meio-médico'?" Segundo ela, o governo deveria garantir atendimento médico mais acessível aos idosos e não cultura mais acessível a eles.
Ora, o atendimento médico é oferecido pelo governo nos municípios, não pela metade do preço e, sim, de graça. Todas as pessoas podem utilizar os serviços de saúde públicos, de forma preventiva ou curativa, gratuitamente, nos postos de saúde, nos hospitais, em casa (através do Programa de Saúde da Família), nas Universidades públicas. O sistema de saúde que possuímos não é o proposto na teoria, não é o ideal. Mas isso é uma outra história, mesmo lembrando que caminha para sua reformulação, sendo tema constante de reflexão na Saúde Coletiva.
Já diz a velha máxima: Mens sana in corpore sano. O que pensamos, a forma como alimentamos nosso espírito, os desafios que lançamos à nossa memória, as possibilidades que damos à nossa capacidade de criação, a liberdade que oferecemos à imaginação, tudo é saudável ao corpo. Ler um livro e assistir a um espetáculo de dança que partiu de um de seus contos, imaginar o detetive do livro policial e constatar que o ator do filme baseado no romance não é nada parecido com o que se imaginou, ouvir aquela bela trilha sonora no cinema e ir para casa cantando, encontrar antigos amigos na porta do teatro, se arrumar e se perfumar para ver o trabalho de Paulo José, como diretor ou como ator, abrir a janela, olhar como está o tempo; abrir a porta, cumprimentar o porteiro e... andar. Tudo isso é bem-estar, é saúde.
Talvez com as portas abertas para a arte, o governo possa ver, alegremente, a diminuição da procura aos consultórios médicos. Portanto, há, pelo menos, três bons motivos para a meia-entrada a maiores de 60 anos: primeiro, o valor da aposentadoria. Segundo, o fato de serem cidadãos com as mesmas necessidades de outros quaisquer e, aí, incluem-se "diversão e balé". Terceiro, eles um dia tiveram nossa idade e nós teremos a deles, isto é, o respeito à vida e o respeito ao outro independe da idade. O idoso não vai apenas ao médico e é bom que ele tenha respeito onde quer que esteja.
[Qual é a sua visão a respeito do liberalismo político, econômico e ético?] Liberalismo político até hoje não entendi bem o que seja. Aqui no Brasil, por exemplo, há setores católicos que se pretendem liberais. Ora, por mais acepções que a palavra liberalismo tenha, ela não rima com Vaticano, dogmas, teocracia, governo vitalício. (Não sei se alguém notou, o Vaticano é a única teocracia do Ocidente.) Se alguém me propuser uma definição precisa de liberalismo, posso tentar uma resposta.
Janer Cristaldo, no Protosophos, que linca pra nós.
Letras e ponto! é um ponto de encontro, no meio da cidade, em que as pessoas podem falar de literatura. Mais do que falar, elas podem ter experiências literárias. Conduzido por uma ex-professora da PUC Minas, o espaço é uma sala aconchegante no mezanino de uma livraria charmosíssima, a Capitu. Em 2007, o Letras e ponto! está abrindo sua temporada de cursos. Às terças, quartas e quintas-feiras, haverá degustação literária para grupos de até 15 pessoas, de todos os níveis de escolaridade, formações diversas e pelo menos uma coisa em comum: gostar de ler ou querer aprender a gostar. Mais informações em [email protected].
Todo dia faço tudo sempre igual, me sacodem às seis horas da manhã, chego no escritório e me sorriem um sorriso pontual. Coloco um plugin no Word e começo a blogar.
Eu tenho um negócio com o Word, acho que sou mal-acostumada mesmo. Toda vez que tento escrever diretamente na ferramenta de blog, o texto desformata, a cada mexida as coisas parecem piorar e me perco no caos blogosférico.
No começo, escrevia os textos dos posts no próprio Word, para exercer meu livre arbítrio de cores, fontes, sublinhados e negritos, e os transferia num copy-paste para o blog.
Depois, meu colega (...) autor de um blog sobre orquídeas (...) me ensinou que dá para blogar direto do Word, a partir de plugins específicos.
O Blogger, por exemplo, oferece um plugin grátis que adiciona uma barra de edição ao menu do editor de textos e, a partir dela, é possível publicar, salvar e editar conteúdos. Virei adepta do novo método.
Mas agora, meu amigo conta que com o novo Office - que parece ter vindo para se integrar mais às coisas e ao mundo -, vai dar para fazer tudo pelo Word, sem precisar de complemento. No Word 2007, há um ícone próprio para isso.
Vocês serão cobaias do meu novo jeito de postar nesse blog uncool. Nem todo dia eu faço tudo igual, oras.