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Quinta-feira,
15/3/2007
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Redação
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Fui eu que matei Paulo Francis
(Não tive tempo de escrever antes. Aqui vai meu texto em homenagem ao Paulo Francis.)
No final de 1996, selecionei dois ou três contos que havia escrito e mandei por fax para a Globo de Nova York. Destinatário: Paulo Francis. Fazia tempo que eu queria mandar aquele fax, mas não tinha coragem. Mandar textos para o Paulo Francis era quase como dar em cima daquela garota por quem você (ou eu) era secretamente apaixonado no colégio. A rejeição seria intolerável.
Mandei e algumas horas depois alguém da Globo telefonou para a minha casa. Eu estava no banho. Disseram que voltariam a ligar. Nunca mais ligaram e eu nunca soube o motivo da ligação. Talvez algum funcionário zeloso: "Você tem certeza que quer mostrar isso pro Francis?".
No começo de 1997, estava comendo um McChicken no estacionamento do McDonald's de Alphaville quando liguei o rádio e ouvi o locutor dizer, lentamente: "Franz Paul Trannin da Matta Heilborn". Paulo Francis estava morto.
Continuei comendo o McChicken. Chorei.
Eu não devia ter mandado os contos. Foi pior que rejeição. Meus textos eram tão ruins que tinham matado o Paulo Francis.
P.S. - No carnaval de 97, arrisquei a vida do Diogo Mainardi. Mandei aqueles mesmos textos para ele. Mainardi era mais jovem. Sobreviveu.
P.P.S. - A última vez que Paulo Francis apareceu na televisão foi no Manhattan Connection, exibido dois dias antes de sua morte. Suas últimas palavras foram: "Boa noite, Fabio". Ele não estava se referindo a mim, claro que não, mas lembro disso como uma espécie de despedida. Ele dá boa noite, se levanta e, antes de ir embora, apaga a luz.
Nota do Editor
Texto originalmente publicado no blog do Fabio, que sugeriu sua republicação aqui, dentro do Especial "10 anos sem Francis".
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Fabio Danesi Rossi
15/3/2007 à 00h40
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Máxima metidez
Depois de quase um ano estudando alemão só por livros didáticos, me cansei de ler coisas como Ouça o diálogo abaixo e depois responda às perguntas e Você já passou por alguma situação parecida à de Jan e Klaus? Escreva-a e depois conte-a para sua turma e, tupinambá abusado, passei por cima dos Irmãos Grimm e comprei logo Minima Moralia, do Adorno, pra ver se conseguia aprender alemão sem precisar voltar a ser criança. Tsc, Rolf, tsc, Rolf, nicht so schnell, que faço questão de colocar assim, em teutão, porque continuo metido, apesar de só ter entendido, do primeiro aforismo do livro, as frases com menos de cinco palavras. Mas, ora, não existe fracasso tentando aprender alemão. É como se sentir um estúpido porque os símbolos de La Double Vie de Véronique apareceram e desapareceram com o mesmo mistério; porque as Kreislerianas de Schumann são virtuosas demais e os temas ficam mais ou menos ocultos, embaralhados. Não dá, não há fracasso aí. Determinadas ações não exigem a obtenção do fim desejável para serem honrosas. Hein? Ação honrosa? Tal coisa existe? Ou tudo é honroso ou nada é honroso, já li isso em algum lugar, mas não me importo. Aliás, com nada. Gleichgültig ob aus Talent oder Schwäche... (Indiferente quer pelo talento quer pela fraqueza...) Este primeiro aforismo de Adorno é dedicado a Marcel Proust.
Rolf Lima, no MacFern, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
14/3/2007 à 00h34
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Portugal é bem ali
Hoje mesmo apareci na bela vitrine literária do site da Pitanga. Trata-se de uma loja em Lisboa que também se preocupa com literatura. Estão na vitrine, entre outros, Antônio Barreto, Cristiane Lisbôa, Fabrício Carpinejar, Marina Colasanti e Luís Giffoni. O site é lindo, a idéia é superbacana. Luisa, a dona do empreendimento, mantém contato com brasileiros e portugueses que publicam em suas vidraças virtuais. Nem só de moda vive a Pitanga. E o Digestivo está lá.
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Ana Elisa Ribeiro
13/3/2007 às 12h07
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Intravenosa
Eu queria escrever meu nome em algum lugar que tivesse muita visibilidade. Um outdoor no meio da Paulista, por exemplo. Ou um comercial da Globo em pleno horário nobre. Minha certidão de nascimento envolta por luzes coloridas e algum slogan ridículo embaixo. A fama. Eu queria a fama mais barata e fácil que alguém jamais ousou imaginar. Aquela que não custa esforço algum, que não requer qualquer movimento muscular brusco e que não tira o sono com algum tipo de culpa. A fama de uma dançarina de axé, por exemplo. A fama de quem balança as ancas. Mas eu não tenho ancas para balançar.
Então decidi escrever um conto qualquer, desses que marcam época. Uma história sobre o nada, com cavalos decapitados e pessoas alvoroçadas com a chegada das tropas russas. Desisti quando percebi que não faria o menor sentido para as massas. Talvez eu conseguisse algum sucesso póstumo, quando um maluco qualquer descobrisse que eu havia sido uma grande filósofa mal-compreendida. Mas assim não adianta. A fama só vale para quem tem sangue correndo nas veias, e não para um par de fêmures esquecidos num ossário. Desisti mais uma vez.
Sem saída, passei a usar drogas de todos os tipos: orégano, pó-de-mico, AAS infantil, perfume falsificado, longas tardes diante da TV, cola branca com pão francês e até mesmo intermináveis seções-pipoca assistindo filmes do Stallone. Nada adiantou. Minha última tentativa foi um galhinho de arruda atrás da orelha e três sementes de romã dentro da carteira. Por algum milagre sobrenatural, esta mistura natureba mostrou o caminho que eu tanto procurava: as palavras. Escrever seria minha dose de morfina, aquela que cura qualquer dor. Naquele momento já existia um vício irreversível incorporado à minha vida.
Com o tempo, no entanto, senti que precisava de mais, muito mais, e que minha produção caseira da droga já não bastava. Nos últimos três anos, muitas vezes meu cérebro saiu para comprar cigarros e voltou semanas mais tarde, sem dar qualquer satisfação. Quando isto aconteceu, tentei me virar sozinha com gotas vencidas de analgésico vagabundo. Minha sobrevivência foi minguando. Até o dia em que... Bem, eu não lembro direito como aconteceu, mas acho que passei a dar plantão em escolas e botecos, sempre segurando uma plaqueta com os dizeres "precisa-se de traficantes com ou sem prática". O resultado é que hoje somos um exército, uma horda, um bando de produtores viciados. E se você ainda não caiu nesta, duvido que resista por muito tempo.
Vanessa Marques, sobre os Morfinéticos, que eu descobri só hoje...
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Julio Daio Borges
13/3/2007 à 00h25
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Amar é burocrático
Deu ontem, no jornal do meio-dia: eleitor que deixou de votar nas últimas eleições e não justificou o voto pode ter o título de eleitor cancelado. Nunca fui muito dada à ilegalidade e confesso que uma notícia dessas me cai como se uma diretora de escola apontasse seus dois dedos indicadores para mim, vociferando, me julgando e quase me chamando de burra. Um chapeuzinho pontudo, com orelhas, e um chá de cadeira atrás da porta completariam a cena. Por isso, a boa aluna aqui, imediatamente, pegou a bolsa e foi bater pernas no TRE, pedir perdão ao juiz e tentar justificar a falta às urnas e a demora em me apresentar à justiça eleitoral.
Número da senha: 128. Isso significa que eu tenho 14 números à minha frente antes para poder pensar numa justificativa plausível. O que poderia dizer? "Sra. funcionária do TRE, por favor, queira dizer a Sua Excelência, o Sr. Juiz, que não compareci às urnas no segundo turno das eleições do ano passado porque estava noutra cidade... é que eu estava completamente apaixonada por um homem. Aceitei o convite dele, larguei tudo e fui atrás, acreditando que fôssemos viver felizes para sempre, como nos contos de fada. A Sra. entende, não é mesmo? Caí no conto da fada!" Com certeza, a funcionária seguraria a minha mão e, com a vasta experiência que aparenta ter, me consolaria. "Pobre coitada, eu sei como é isso." Ou não: "E você acreditou?! Vai ser ingênua, hein, minha filha?"
Faltam 10 números... Não. Você precisa justificar o voto, não a sua vida. Vamos lá... Algo mais burocrático e dito com firmeza. "Sra. funcionária, não votei porque estava em outra cidade." "A trabalho?", certamente ela vai perguntar. "Não... por a-a-a...amooooooooooor...", e eu recomeçaria o chororô. Não. Definitivamente. Paremos com isso. Algo curto e grosso! "Por que você não votou nas últimas eleições, minha filha?" "Porque eu não quis! Pronto! Não tava a fim, sacou?"
5 números... Não posso ser tão grossa assim. Um meio termo. Vejamos... Inventar que viajei a trabalho? Ou: "porque fui visitar a família", embora não tenha ninguém da minha família morando em Natal... A passeio? Não, fica parecendo que sou alienada e que não me preocupo com o futuro político do país. E isso seria uma calúnia!
3 números. Arf! Tá chegando a minha vez e eu ainda não sei que diabos dizer... "Mea-culpa, mea maxima culpa! Agora me dá logo esse certificado de quitação eleitoral!"
2 números... "Motivos pessoais que não posso revelar."
Fudeu! Sou a próxima e não faço a menor idéia do que dizer. Dá tempo de apelar para algum santo? Aliás, tem santo da oratória impecável? Demóstenes não era santo e nunca vi ninguém invocar orador grego...
128!
Sabe aquela hora que parece não passar nunca, entre a leitura do número no painel, o levantar-se da cadeira, dirigir-se para o guichê, em câmera lenta, enquanto a mulher fala com a voz toda enrolada "o pró-ó-ó-óximmmo"?
Para alongar ainda mais o percurso que se derrete como os relógios de Salvador Dali, uma criança corre e atravessa o meu caminho, tudo em slow-down. E em slow-down, tropeço na menina e quase deixo cair senha, papéis, bolsa e agenda.
"Cento e vinte e oito!", grita a funcionária. Eu me sento diante dela, entrego a papelada. Entro muda e saio calada. A atendente sequer me pergunta por que não votei ou o que estou fazendo ali. Emite logo um certificado e uma solicitação ao juiz para regularizar minha situação eleitoral. E só. Passar bem.
"Passar bem?!" E o que eu faço com todos esses minutos de angústia numa fila burocrática pensando em que gaveta do ostracismo devo enfiar tanta justificativa?
Saio dali com a impressão de que ficou tudo entalado na garganta, junto com um amor inacabado... Justificativa para quê? E quem quer saber? Talvez o amor seja menos burocrático sem elas, tanto quanto os certificados de quitação eleitoral.
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Pilar Fazito
12/3/2007 às 16h53
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Mensagens encaminhadas
Tem coisa mais impessoal? E elas estão lá, todos os dias, enchendo a minha caixa de e-mails. Por que as pessoas gostam tanto de mandar esse tipo de mensagem? É claro que é uma maneira de se fazer notar, ser lembrado, sei lá... mas são seria mais fácil dizer um simples "oi, como vai?". Dependendo do e-mail que recebo até já sei qual é o conteúdo. A maioria deles apresenta imagens acompanhadas geralmente por textos longos e música bem chata. Pra não perder tempo, muitas vezes, acabo deletando sem ler. Sim, porque essas "pragas" são repassadas numa velocidade e quantidade absurdas. Não há lixeira que dê conta. Eu sei, eu sei que tem até uma mensagem que explica por que os amigos(?) enviam mensagens encaminhadas. Já li essa também. Mas, não, nada me convence a mudar de opinião. Confesso a vocês: eu gosto de exclusividade, de coisas inéditas, de e-mails pessoais, de receber notícias dos amigos, de palavras ditas/escritas só pra mim (nem que seja apenas um oi, viu?). Sei que de boas intenções o mundo está cheio mas, por favor, ninguém precisa reenviar nada pra provar que gosta ou lembra de mim. Ah, e antes que eu esqueça: se quiserem mesmo agradar, podem mandar beijos, mas evitem "beijos no coração". Quem me conhece bem já sabe disso...
Rose, no Nove Letras, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
12/3/2007 à 00h55
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Passos enfileirados
Todo mundo tem certos objetivos na vida. Alguns querem ganhar dinheiro. Outros, ser famosos ou reconhecidos por seu trabalho. Há aqueles que querem morar no estrangeiro, viajar o mundo, ter filhos ou encontrar um grande amor.
O meu objetivo é construir um lugar, um refrigério d'alma, para cuidar das pessoas. Mais ou menos o que tento fazer no espaço virtual, é meu objetivo transformá-lo em espaço físico, num local afastado, para encontros, cuidados e abraços reais. Não há nada, nada que preencha mais a minha alma de alegrias do que cuidar das pessoas e de mim. Escrever histórias foi só uma forma que eu encontrei de cuidar, estando longe, quando eu ainda não podia estar perto. É que meu coração nasceu muito frágil e eu precisei de trinta anos para armá-lo de amor. Não deixarei de escrever, mas escrever é só uma forma de cuidar. Assim como é fazer um carinho, um bolo, costurar uma meia, ouvir um velhinho.
É por isso que eu acordo feliz, todos os dias, para ir ao meu trabalho tão chatinho. Ou visto as mesmas roupas, ou deixo de ver o filme que eu tanto queria ver para investir o dinheiro numa muda de flor. Eu olho essa foto e digo: exatamente assim é o portão da minha casa, sem trinco, sem cadeado, para entrar quem estiver cansado. Amigo, grande amigo, leitores, conhecido, desconhecido, até o ladrão se quiser, roubar um saco de pão, a vitrola velha e se encantar com a paz.
Rita Apoena, no seu blog, que eu acabei de encontrar.
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Julio Daio Borges
9/3/2007 à 00h19
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Apareça na Berinjela ou...
Neste sábado (10 de março) no Rio, e segunda que vem (12 de março) em São Paulo vai ter mais um lançamento coletivo das editoras 7 Letras e Cosac Naify. E não se pode sequer reclamar que não há poesia, todas as publicações - exceto uma - são de poetas e sobre poesia.
Angélica Freitas com Rilke Shake, Marília Garcia com 20 poemas para seu walkman e Ricardo Domeneck com A cadela sem Logos pela Coleção Ás de Colete, coordenada por Carlito Azevedo.
E ainda, pela 7 Letras, Atos de repetição de Valeska de Aguirre e Poemas do front civil de Ariosto Teixeira.
Além da chegada do número 19 da revista literária Inimigo Rumor e 16 da revista Ficções.
Para ir além
No Rio de Janeiro, dia 10 de março, às 10h, na Livraria Berinjela (Av. Rio Branco, 185, subsolo, loja 10); em São Paulo, dia 12 de março, às 20h, no Bar Balcão (Rua Dr. Melo Alves, 150).
* * *
No dia 14 de março, o Dia da Poesia, às 19h, a Casa das Rosas (Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura) recebe o Varal de poesia, instalação concebida por Sandra Ciccone Ginez. O projeto traz camisetas com poemas dos autores Glauco Mattoso, Ana Rüsche, Cláudio Daniel, Alice Ruiz, Del Candeias, dentre outros.
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Elisa Andrade Buzzo
9/3/2007 à 00h10
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Honestidade
O que mais falta no mundo hoje é honestidade. A mentira, a omissão impera em um mundo hipócrita e sem sentimentos.
Honestidade não é crime. Falar a verdade, com todos com um pé atrás, é difícil, mas aos poucos, se tentarmos, a coisa melhorará.
Um pai espera honestidade do filho, e um filho espera o mesmo do pai. Esconder problemas, aflições e defeitos, e pior, omitir de apontá-los, gera este mundo de esconde-esconde que vivemos.
Ou seja, carecemos de opiniões reais. Ninguém tem coragem de dizer o que pensa, sente ou acha para ninguém.
A desculpa é polidez, a educação, o respeito, ou o nome que você quiser dar para justificar seu medo de enfrentar uma situação de frente.
Às vezes a desculpa toma outra forma, seria o que chamamos de jogo de interesse.
Chega disso! Precisamos começar a ser mais leais aos nossos sentimentos e nossas opiniões, e conscientizarmos-nos que, caso criticados, não somos piores ou melhores, simplesmente existem outros pontos de vista.
O que fazer com a critica é outro passo, que deixo para os psicólogos.
Um dos jornalistas mais famosos do Brasil, Paulo Francis em uma de suas declarações colocou que "Dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as. É tão incomum isto na nossa imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica. Às vezes é estúpida. O leitor que julgue. Acho que quem ofende os outros e os leitores é o jornalismo em cima do muro, que não quer contestar coisa alguma. Meu tom às vezes é sarcástico. Pode ser desagradável. Mas é, insisto, uma forma de respeito, ou, até, se quiserem, a irritação do amante rejeitado".
Contestar, apontar, problematizar deveria ser tarefa diária do professor, do pai, do chefe, do amigo, e principalmente do jornalista.
Para crescer é necessário compreender (não sei se chegaremos a entender) o mundo em suas várias formas, observar que existe o diferente, e que há não melhor ou pior, mas sim outro ponto de vista.
Bons negociadores, antes de uma grande disputa, reúnem sua equipe e fazem um brainstorm onde a regra é clara: pode se fazer qualquer sugestão para solucionar o problema e, no começo, não vale criticar as sugestões.
À primeira vista o parágrafo acima é contraditório com a linha de raciocínio do texto, mas não é.
Isto porque a primeira parte do exercício mental é justamente contestar a idéia, para, no segundo momento, criticar e escolher qual é a melhor entre as tantas que vieram.
É importante dar voz ao pensamento, mas é ainda mais importante ter senso crítico.
Hoje, observa-se uma mídia sem crítica, sem voz, em cima do muro que, conforme Paulo Francis já ensinou, é um desrespeito com o leitor, ouvinte ou espectador.
Observa-se, também, uma sociedade sem crítica, sem movimento, sem entusiasmo, mas o que precisamos é mudar nas pequenas coisas, nas pequenas atitudes, como, por exemplo, quando alguém lhe perguntar tudo bem, só responda que sim se for verdade.
Acho que deveríamos começar uma campanha de cultuarmos a honestidade. Grande jeito de sermos uma sociedade menos hipócrita. Para dar o exemplo, eu vou começar:
"adoro receber críticas".
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Daniel Bushatsky
8/3/2007 às 13h37
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Conquistando um novo mundo
Há mais ou menos oito anos comecei a descobrir o mundo dos livros. Embora não tenha sido a iniciação perfeita não foi menos importante, porque para mim, hoje, faz uma grande diferença.
Nasci numa família que não dá à cultura o devido valor. Tenho vagas lembranças de livros dentro da casa dos meus pais, com exceção de alguns didáticos. Nossa primeira televisão chegou quando eu tinha mais ou menos treze anos (época que eu estava saindo de casa para trabalhar em Porto Alegre), mas não tínhamos muita liberdade para usá-la, pois, na minha casa, tudo funcionava conforme a liberdade dada pelos meus pais e, confesso, não tínhamos liberdade para nada.
Parei de estudar na 5ª série, para voltar anos mais tarde, o que fez com que o meu contato com os livros fosse mais demorado. Devido ao trabalho e à falta de conhecimento li pouco na adolescência. Lembro-me apenas de um título. Acho que deve ter sido o melhor e por isso ficou gravado na minha memória. O livro é da Coleção Vagalume, Na Rota do Perigo, de Marcos Rey.
Alguns anos mais tarde e várias tentativas desastradas, tomei conhecimento, através de uma amiga, de alguns nomes da nossa literatura e também dos sebos - onde compro a maioria dos meus livros. Lembro-me bem das suas palavras ao me responder, quando eu lhe disse que achava que não gostava de ler: "você apenas não descobriu ainda o seu tipo de leitura". E colocou à minha disposição a sua pequena coleção.
Comecei com Um Lugar ao Sol, de Erico Veríssimo. Era carnaval e eu estava sozinha em casa, devorei o livro de mais de 600 páginas em uma semana e comecei a ler todos os que ela tinha em casa para logo após começar a minha coleção.
Hoje tenho pouco mais de 100 livros - nem todos lidos, porém a maioria. E entre eles, é claro, estão alguns do Erico Veríssimo e também de seu filho, Luis Fernando Veríssimo. Sempre que tenho alguns minutos procuro ler, seja livro, revista ou o que for. Pois, nesta nova fase, preciso ler muito para ter idéias de quê e de como escrever.
Elaine Dellaflora, no Chatotorix, que acaba de começar e já linca pra nós.
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Julio Daio Borges
8/3/2007 à 00h11
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