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Terça-feira,
20/3/2007
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Redação
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Marcelo Verzoni ao piano
Os aplausos efusivos que se seguiram à valsa Tristorosa, peça pouco conhecida de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), marcaram com estilo o término do recital do pianista Marcelo Verzoni na segunda apresentação da temporada 2007 dos Concertos da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, no domingo (18/3). Em pouco mais de 1 hora de apresentação, Verzoni e o piano só não fizeram chover, mas isso porque um temporal típico de março já castigara a cidade na última semana. Melhor dizer, então, que o virtuosismo deste músico foi capaz de atrair a atenção das pessoas para somente o que acontecia dentro do auditório da Fundação. Assim, por um breve período, o público teve os sentidos absorvidos para o palco, e mais precisamente para a performance de Marcelo Verzoni.
Com efeito, é a performance o primeiro detalhe que chama a atenção de quem assiste Verzoni ao piano. Os gestos por ele produzidos são, a um só tempo, causa e efeito de seu toque decidido, porém sempre estudado. Aqui, vale lembrar que o músico também é pesquisador de música, com mestrado e doutorado em Música Brasileira, detalhe que foi ressaltado pelo mestre de cerimônias, Gilberto Tinetti, que, bastante entusiasmado, enfatizou a importância da presença do público naquela manhã chuvosa de domingo. Feitas essas e outras considerações, Tinetti dissertou sobre a primeira parte do programa, a saber: a peça selecionada de Franz Schubert (1797-1828) e da obra escolhida de Beethoven (1770-1827).
De Schubert, um dos compositores prediletos de Tinetti, Marcelo Verzoni executou a Peça para piano D.946 nº1, sublinhando a sensibilidade não só nos momentos mais suaves, mas também com a força que se destaca graças ao virtuosismo do pianista. Entre o piano forte e o pianíssimo, o toque de Verzoni era também demarcado por suas expressões faciais e seus gestos, como que respondendo aos estímulos provocados pela sonoridade do piano. Algo semelhante ocorreu durante a apresentação da obra de Beethoven (Sonata opus 101 em Lá Menor). E nesse caso em particular, por se tratar de uma peça pouco comum aos apreciadores de música de concerto, a atenção exigida para a performance foi redobrada. Como conseqüência, o que se ouviu foi resultado (visível) de um olhar fixo na partitura, de uma concentração extraordinária e, no limite, de uma transpiração por parte de Verzoni. Tamanha dedicação, a propósito, reflete o comprometimento que o pianista tem junto à música, como ficou provado na segunda parte do concerto.
Logo após um breve intervalo, Marcelo Verzoni, conversando com a platéia, destacou as características dos autores cujas peças executaria em seguida. De Camargo Guarnieri (1907-1993), por exemplo, ressaltou a natureza das obras escolhidas, em especial o fato de uma delas prestar homenagem ao nosso poeta maior (não, não é Drummond, mas, sim, Manuel Bandeira). Em que pese tal referência, cumpre destacar a interpretação absolutamente passional de Torturado. Nesse momento, todo o auditório ficou envolvido pelo toque pungente daquele pianista que parecia ungido pela musicalidade da peça que executava. Depois, ao falar de Villa-Lobos, o músico lembrou o fato de as peças escolhidas terem sido elaboradas não para serem tocadas por crianças, mas, sim, em homenagem às crianças - uma espécie de obsessão do compositor brasileiro. Confusão desfeita, é impossível não mencionar o piano forte de Cavalinho de Papel. O grande momento, no entanto, foi no bis, quando a valsa Tristorosa foi tocada por um Marcelo Verzoni que satisfez a si e ao público ao ir além da mesmice não só no repertório, mas também no estilo que lhe é bastante peculiar.
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Fabio Silvestre Cardoso
20/3/2007 às 16h18
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A LIRA de Ricardo Aleixo
Tão logo eu termine a mini-turnê de Um ano entre os humanos, que começa no Rio (10/4), inclui Belo Horizonte (12/4) e São Paulo (22/4) e se encerra na Brown University, nos EUA (5/5), abrirei as inscrições para as duas primeiras atividades públicas do LIRA, a serem iniciadas na segunda quinzena de maio: o workshop Acompanhamento de projetos editoriais e o curso PanAroma da Poesia Brasileira Contemporânea, sobre os quais darei informações na próxima semana.
Fragmento do texto em que Ricardo Aleixo esclarece sobre a mui bem-vinda LIRA, uma casa-ateliê-laboratório interartes que ele inaugura e abre ao público.
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Ana Elisa Ribeiro
20/3/2007 às 15h37
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Pós-graduação em tempo
Para quem quer se especializar em processos editoriais, o Centro Universitário UNA, em Belo Horizonte, oferece o curso Projetos Editoriais Impressos e Multimídia. A iniciativa é pioneira e ainda dá tempo de fazer inscrição.
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Ana Elisa Ribeiro
20/3/2007 às 14h25
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Seminário digital
O curso de Comunicação Social da Universidade FUMEC, em Belo Horizonte, oferece, nos dias 26, 27 e 28 de março, de 9h20 às 11h, seminário sobre cibernarrativas, usabilidade, poéticas digitais e jornalismo colaborativo. Para todos os gostos, de graça e em bom auditório. Basta fazer inscrição.
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Ana Elisa Ribeiro
20/3/2007 às 14h10
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Literatura infantil
Dia 24 de março, sábado, de 10h às 14h, na livraria Scriptum, em Belo Horizonte, Mário Alex Rosa lança seu livro ABC Futebol Clube e outros poemas, com ilustração de Beatriz Mom.
Mário Alex é agitador cultural na capital mineira e, certamente, vai desalojar meninos e meninas da frente da tevê para bater bola no livro de papel.
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Ana Elisa Ribeiro
20/3/2007 às 14h07
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Sempre um papo BH
Ontem foi a vez da apresentação do filme Pro dia nascer feliz, de João Jardim, o mesmo bem-sucedido que dirigiu Janela da alma. O bate-papo depois do filme foi mais lucro ainda.
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Ana Elisa Ribeiro
20/3/2007 às 14h05
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movimento respiratório
Essa cidade, repleta de ladeiras... A falta de espaços planos... Rouba-me o fôlego. Ainda mais em dias quentes, com todo o gás tóxico exalado por escapamentos mal regulados de avenidas onde o tráfego é tão intenso às seis que é mais fácil chegar em casa andando. Mas o andar implica em escalar, e escalar... Ah, como me cansa! São tantas as subidas... São tão íngremes... Eu poderia me recostar em qualquer canto nesse fim de mundo, e apenas ficar rindo da cara dos transeuntes ao passarem ofegantes por mim. Semblante de exaustão, fraqueza nas pernas, falta de oxigenação cerebral, me falta ar nos pulmões... Perna esquerda, perna direita, fraqueza em ambas, bamboleio... Visão ofuscada focando o destino ao longe, o cume, o céu, minha salvação... Meu Deus, como é difícil sair desse buraco! É inútil clamar aos céus, eu sei, não me adianta em nada agora, no meio dessa depressão tão profunda, quem sabe, absoluta. E falo de acidentes geográficos, pois não consigo pensar em psicologia ou espiritualidade com essa escassez de oxigênio percorrendo as vias respiratórias, impedido de passar pelo congestionamento de moléculas de gás carbônico buzinando na hora do rush. O oxigênio deve escalar ladeiras vasculares até o cérebro, eu me canso com sua falta à medida que ele se cansa e desiste de escalar... Desistimos os dois. Perna esquerda, perna direita, fraqueza em ambas, desoxigenação cerebral... Cansado de subir, perco a consciência e caio no cruzamento da Avenida Alveolar com a Bronquíolo. Lá espero alguém para me levar ou para me elevar. Paramédicos e curiosos roubando o oxigênio que preciso, apenas rio, conheço a dificuldade momentânea desse gás em transitar. Ao chegar ao hospital, descubro que o elevador está fora de serviço... É tão árdua toda essa escalada, penso olhando a escada.
Mauro Pucci, no dezemponto, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
20/3/2007 à 00h23
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O terceiro centavo
Já há algum tempo, as moedas de um centavo desapareceram dos bolsos, das carteiras, das caixas registradoras e de nossos porquinhos. O que houve ainda é um mistério. Mistério esse que nem a casa da moeda consegue explicar. As moedas de um centavo sumiram, mas o comércio continua cobrando esse centavo que faz a diferença. Caso não fizesse, ele certamente não seria cobrado.
De centavo em centavo, perdemos um dinheiro que poderia garantir o pão de um dia do mês.
É sempre a mesma história: sua compra dá R$ 4,98. Você paga com cinco reais e os vendedores nem têm mais a cara-de-pau de dizer que vão ficar te devendo dois centavos ou de te dar uma balinha de comiseração. E espere para ver a cara do vendedor se você oferecer uma balinha para facilitar o troco.
Já virou convenção social. Quando é o estabelecimento que te deve R$ 4,98, por exemplo, você até recebe os cinco reais. Mas se o troco é de R$ 4,92, o vendedor te entrega exatos R$ 4,90, na certeza do "volte sempre". Voilà: novamente te afanaram dois centavos.
Parece que a regra do jogo é marcada pelo arredondamento de centavos: um ou dois centavos, para menos; quatro ou cinco centavos, para mais. Mas aí eu me pergunto: e quando dá três? Se, por exemplo, o valor da compra deu R$ 4,93, quem vai pagar o pato?
Com a mania de o comércio brasileiro achar que o coitado do consumidor tem que facilitar o troco (e nessas horas a balinha não vale!) é óbvio que, mais uma vez, é ele quem vai arcar com esse terceiro centavo.
O terceiro centavo caminha para o mesmo destino dos milésimos de centavos das bombas de gasolina: a invisibilidade aos olhos, mas a dor no bolso.
Nada é mais enganoso do que as lojas de R$ 1,99 e as mega-ultra-promoções de última hora em que todas as etiquetas terminam com um sedutor "vírgula noventa e nove centavos". A estratégia de marketing é absurdamente simples e funciona! O que fica na cabeça é o real. O resto é resto. Ao consumidor incauto, parece que o preço é um real e uns quebrados quando, na verdade, é o dobro.
A extinção da moeda de um centavo tirou do consumidor o único instrumento de defesa contra a prática do "se colar, colou". De centavo em centavo, continuamos com cara-de-tacho enquanto as caixas registradoras engolem reais por dia. Reais esses que meu terceiro centavo ajudou a formar.
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Pilar Fazito
19/3/2007 às 15h14
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Guinga = Gênio
Já está no mercado, quentinho, via Biscoito Fino, o novo do Guinga: Casa de Villa. Estou cuidadosamente preparando um texto pra ele, mas já fica aqui a dica: está lindo, está imperdível. E me desculpem os precavidos (e o próprio artista), mas Guinga é Gênio.
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Rafael Fernandes
19/3/2007 às 12h06
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Con Chávez hasta el 2030
Fernando Morais, sobre Montenegro, Olga, ACM... e Paulo Coelho, no site do Sempre um Papo.
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Julio Daio Borges
19/3/2007 à 00h25
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