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Terça-feira,
10/4/2007
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Redação
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100 anos de Miklos Rozsa
Foi uma deliciosa ironia do destino que o concerto em homenagem ao compositor Miklos Rozsa no Teatro Municipal de São Paulo, tenha sido realizado em primeiro de abril, chamado dia da mentira. Afinal, quem poderia acreditar que o Brasil viria a ter intensa programação dedicada à música de cinema, gênero notoriamente negligenciado mesmo nos Estados Unidos e na Europa?
Ainda este mês, novamente sob regência de Jamil Maluf à frente da Orquestra Experimental de Repertório, o Municipal terá obras de Erich Korngold, outro famoso nome das trilhas sonoras. E em maio, ninguém menos que o lendário Ennio Morricone virá ao Rio de Janeiro para uma apresentação.
Ouvindo o concerto de Rozsa, húngaro cujo centenário de nascimento acontece no próximo dia 18, fica difícil entender como artista de tamanho talento pode ser tão pouco conhecido fora do circuito de admiradores da "era de ouro" de Hollywood.
Foi lá, no início dos anos 40, que ele encontrou o espaço para exercer um romantismo sinfônico fora de moda nas salas de concerto, onde o dodecafonismo e outras modernidades musicais, em prol da inovação, sacrificavam a emoção supostamente inerente à intenção de fazer ou ouvir música.
Entre os vários imigrantes que fortaleceram e embelezaram os filmes americanos da primeira metade do século XX, Max Steiner (E o vento levou) e Miklos Rozsa foram especialmente brilhantes. Mas antes de chegar a Los Angeles, refúgio da Europa assolada pela Segunda Guerra, trabalhou no cinema inglês em parceria com o compatriota Alexander Korda, produtor de O Ladrão de Bagdá (1940), primeira obra-prima do compositor.
Nos Estados Unidos, continuou dividindo seu tempo entre composições "eruditas" - o concerto para violino é especialmente bonito - e trilhas sonoras, pelas quais será sempre mais lembrado. E como esquecer?
Dono de um estilo inconfundível, combinação de intensidade rítmica e lirismo plangente desenvolvida a partir de seus estudos da música folclórica húngara quando ainda era jovem, Rozsa é nome indissociável do impacto de clássicos como Farrapo Humano (1945), de Billy Wilder, com quem trabalhou outras vezes, Quando fala o coração (1945), um dos mais fascinantes trabalhos de Alfred Hitchcock, e o épico Ben-Hur (1959), pelo qual recebeu o último de seus três Oscars.
Também professor na Universidade da Califórnia, continuou compondo para o cinema até o início dos anos 80, inclusive fora de Hollywood, caso do francês Providence (1977), de Alain Resnais. Sua última trilha foi Cliente morto não paga (1982), comédia em preto e branco na qual um detetive interpretado por Steve Martin contracena com personagens de vários filmes antigos, muitos deles musicados originalmente pelo próprio Rozsa. Foi um desfecho cinematográfico no mínimo curioso.
Falecido em 1995, deixou uma autobiografia intitulada A double life, referência a uma de suas trilhas premiadas (o drama Fatalidade, de 1947) e, claro, às duas vertentes que dedicou sua carreira de compositor. Gostava de enfatizar que não era um músico de cinema como os outros, chegando a dizer que o estilo de seus colegas hollywoodianos flertava com o popular, numa mistura de Broadway, onde alguns deles haviam sido maestros, com Rachmaninov.
Mas não resta dúvida que foi graças aos filmes que Rozsa se tornou celebridade. Aproveite então que estamos em época de Páscoa e descubra ou revisite Ben-Hur, geralmente considerado o ponto mais alto de sua obra, ou Rei dos reis (1961), cujos temas comoventes integram o repertório da Associação Coral Adventista de São Paulo, por exemplo. Ouvir Miklos Rozsa é mesmo uma benção.
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Fábio Scrivano
10/4/2007 às 17h44
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Sobre Contos da Escola
Meu nome é Débora, sou formada em Letras e curso atualmente Licenciatura na Universidade de São Paulo. Trabalho como webwriter e faço conteúdo estratégico para ajudar empresas :-). Comecei minha carreira em 2001 em jornalismo on-line e impresso. De uns tempos para cá resolvi assumir minha paixão pela educação. Não sou professora ainda, porém tenho pai e mãe professores, além disso estou cercada de amigos cujo principal ganha-pão é ensinar. Com este blog quero debater tudo que envolve o tema "educação" com todos aqueles que tenham interesse.
A Débora, veterana daqui, com um blog que tem uma das melhores interfaces que eu já vi.
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Julio Daio Borges
10/4/2007 à 00h16
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Bienal do Livro Bahia
Por ser bienal, e por sua última edição ter sido em 2005, eu sabia que este ano haveria uma nova Bienal do Livro Bahia. E esperava ansioso por ela desde o encerramento da edição passada.
A edição de 2005 foi muito boa. Pude finalmente conhecer pessoalmente Marcelino Freire, conheci também sua amiga Adryenne Mirtes e, de quebra, o simpaticíssimo Walcyr Carrasco. Comprei livros demais, reencontrei o meu caramigo e grande poeta-prosador João Filho, conheci outro amigo dessa rede sem fim, o (também poeta) Diego Barreto Ivo, tive a oportunidade de assistir a Luiz Vilela em boa conversa, bem como a Ruy Espinheira Filho, poeta baiano de muita verve e boa prosa.
Achei que quando fosse definida a data da edição de 2007, eu ficaria sabendo bem pouco depois. Coisa que não aconteceu.
Só fiquei sabendo da Bienal do Livro Bahia porque o Julio (infalível editor deste Digestivo), me enviou a edição de março da revista Panorama Editorial. Na última página dela, as datas dos próximos eventos literários nacionais e internacionais.
Sinceramente, fiquei muito irritado com isso. Uma Bienal do Livro na Bahia deveria ser festejada, comentada por todos os veículos de informação, deveria causar burburinho no meio literário baiano - e, por que não, brasileiro. É uma pena ver um evento desse tipo ser tão pouco comentado e tão pouco divulgado. Sei que já existem outdoors em Salvador, onde acontece a Bienal, propagandeando o evento. Não sei, mas aposto
que saíram notas sobre a ela na tv, rádio e jornais impressos. Mas tudo foi muito discreto, muito apagado, muito pouco. Tudo foi muito pouco, com o perdão do trocadilho.
Uma Bienal de Livros é uma oportunidade muito boa de o leitor adquirir certos títulos a preços mais acessíveis. É também a oportunidade de ele ter um contato mais próximo com os escritores e saber um pouco mais sobre o ato de escrever. É tão bom andar entre livros e entre gente que gosta de livros! É também uma grande oportunidade para apresentar o mundo da literatura àquele amigo que não gosta tanto assim de ler.
Nesta Bienal, que tem início no dia 13 e vai até o dia 22 deste mês, alguns convidados ilustres darão as caras: Moacyr Scliar, Zuenir Ventura, o português Francisco José Viegas e Amyr Klink são alguns dos nomes mais famosos. Entre os convidados baianos estão João Filho (autor do elogiadíssimo livro de contos Encarniçado, já esgotado e prestes a se tornar cult, o João que me perdoe, mas é porque nem ele tem mais um exemplar), a bela, jovem e talentosa Renata Belmonte, o experiente Aleilton Fonseca, além do já citado Ruy Espinheira
Filho.
Por conta do trabalho, este pobre colunista periga não poder ir ao evento. Coitado de mim! Imagino só os livros que devem estar a precinhos ótimos e que não comprarei, a conversa que não terei com o caramigo John Son, o agradecimento pessoal que devo a Renata Belmonte, enfim, perderei muita coisa. Mas espero poder ir, farei o possível para isso. Eu não indo, e você baiano, vá, por favor, e aproveite a Bienal por mim.
Para ir além
Site oficial da Bienal do Livro Bahia
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Rafael Rodrigues
9/4/2007 às 16h20
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Antes da filosofia
Neste semestre, a Casa do Saber deu início ao curso "Os Pensadores", um dos mais tradicionais do espaço. A grade percorre em 15 aulas o pensamento dos maiores filósofos ocidentais, dos pré-socráticos aos contemporâneos. Para tanto, um time de filósofos reveza a cadeira de professor: Roberto Bolzani Filho, Maurício Pagotto Marsola, Júlio Pompeu e Jorge Grespan.
A primeira aula de um curso de filosofia é, talvez, a mais complexa. Isso porque os alunos chegam com um apetite de saber insaciável. Cabe ao professor sintetizar questões universais e responder a dúvidas nada simples: "O que é filosofia?". Passado o aperto, as informações ficam mais leves: é o famoso exercício de esquecer o trânsito e abrir a mente para o abstrato.
Bolzani Filho foi o encarregado desse pontapé inicial. Não podia começar por outro contexto, senão pela Grécia Antiga, um dos berços do pensamento ocidental. Para entender o surgimento da filosofia, Bolzani voltou séculos antes dos primeiros pensadores. As civilizações gregas eram, ainda, regidas pelas crenças mitológicas. Encaravam o politeísmo - culto a vários deuses - como princípio básico da realidade.
As crenças mitológicas tinham sustento em uma forte tradição oral. Ainda não havia, entre os gregos, o hábito da leitura. Bolzani lembra que todas as grandes epopéias que chegaram aos dias de hoje foram, primeiro, histórias passadas de boca a boca, através da declamação poética.
No período, tinham destaque os decoradores profissionais, conhecidos como "rapsodos". Dotados de uma memória ímpar, levavam a novas terras a cultura dos deuses. Na verdade, anunciavam, através de longas histórias, o destino humano regido pelo humor divino.
Duas obras essenciais do período chegaram até nós: Ilíada e Odisséia, ambas assinadas por Homero. Embora fossem apenas uma reprodução escrita de epopéias declamadas em praça pública, Bolzani acentua que são documentos preciosos sobre a cultura da antigüidade. Desconfia-se que Homero nunca tenha existido, ou que, talvez, tenha sido apenas um dos grandes rapsodos profissionais.
À primeira vista, mitologia nada tem a ver com filosofia. Mas dessa cultura brotou a insatisfação dos primeiros pensadores gregos, que precisavam encontrar um novo sentido para a existência não nos deuses, mas em alguma verdade mais palpável. Tales de Mileto foi o primeiro a romper com as antigas crenças. Formulou, assim, a base do pensamento filosófico.
A partir daí, nasceriam nomes imortais. Cada qual influenciaria, de alguma forma, o pensamento posterior. O mundo dos deuses daria lugar, pela primeira vez, ao império da razão. E os precursores dessa ruptura foram os pré-socráticos. Voltamos a falar deles.
Enquanto isso, a Casa do Saber abre novos cursos. Alguns dos destaques são "Retratos do Desejo", com Clóvis de Barros Filho e "História da Inquisição", com Leandro Karnal e Reuven Faingold. A programação completa está no site da Casa.
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Tais Laporta
9/4/2007 às 12h34
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Este blog acabou
[...]Bom, tirei os óculos e assumi minha verdadeira identidade no Digestivo Cultural, onde terei uma coluna quinzenal a partir do dia 9/4 de hoje. Fui convidado a participar regularmente no site durante uma cerimônia toda sofisticada, que durou aproximadamente 14 horas, com direito a discursos e muitas lágrimas de todos os presentes (só o Rafael que não chorou porque ele é muito serião pra essas coisas, sabe.)[...]
O Bloom lá, agora Eduardo aqui.
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Julio Daio Borges
9/4/2007 à 00h52
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SoBReCarGa fecha suas portas
Informamos que a partir de fevereiro o SoBReCarGa - revista eletrônica sobre entretenimento jovem - estará interrompendo suas atividades. Foram mais de 3 anos transmitindo com muito prazer e orgulho notícias e opiniões sobre o mundo do cinema, tv, quadrinhos, música e muito mais, incentivando e ajudando a difundir a cultura jovem de uma forma eletrizante para mais de 10.000 visitantes ao dia.
Durante esse tempo, tivemos o privilégio e a felicidade de contar com talentosos colaboradores e dedicados leitores, sem os quais nada teria sido possível. Agradecemos a todos pelo apoio e carinho e esperamos poder nos encontrar num futuro próximo. Até lá, lhes desejamos muito sucesso, energia, informação e entretenimento!
A administração, do SoBReCarGa (porque é mais uma revista eletrônica que encerra suas atividades...)
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Julio Daio Borges
6/4/2007 à 00h05
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Não existe diogomainardismo
* Arnaldo Jabor - Revoltado a favor. Antes ele era revoltado a favor de Fernando Henrique. Agora é revoltado a favor de Lula. Continua revoltado. Continua a favor.
* Gilberto Gil - Achava muita graça em debochar dele no começo, mas perdi o entusiasmo. Ele é tão desimportante que abandonei o tema. Não vou ficar dando chute no Gil porque ele não representa nada e porque cultura, no Brasil, é de uma irrelevância atroz.
* Paulo Francis - Sou um Paulo Francis piorado. Ele era melhor do que eu, era mais engraçado, tinha um talento dramático que eu não tenho, tinha mais capacidade de trabalho, era mais generoso que eu.
Diogo Mainardi, num site que reúne as opinões dele, e que eu acabei de descobrir...
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Julio Daio Borges
5/4/2007 à 00h11
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Luís Giffoni e turismo
No dia 11 de abril, às 17h, o premiado escritor mineiro Luís Giffoni participa de um debate no campus I do CEFET MG, em Belo Horizonte. Os organizadores do evento são alunos do curso técnico de Turismo e Lazer, que discutem a mais recente obra do autor, O reino dos puxões de orelha.
O livro é uma coletânea de crônicas que narram as viagens da família Giffoni por vários lugares do mundo, começando por 10 mil quilômetros de carro, de costa a costa dos Estados Unidos, e terminando no sul da Itália, onde o autor tem suas origens. Egito, Peru, Tailândia e Fernando de Noronha também são cenário de viagens descritas pela sensibilidade singular de Giffoni.
O debate será provocado por um aluno de Turismo, um professor da área e um professor de literatura da instituição, mas a festa fica por conta da platéia.
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Ana Elisa Ribeiro
4/4/2007 às 13h13
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Jornal sobre literatura
Dia 6 de abril, plena sexta-feira feriadão, o Café com Letras, bar-livraria que tem o melhor petit gateau de Belo Horizonte, lança mais uma edição do jornal (de papel) Letras do Café. Desta vez, a editora convidada foi Ana Elisa Ribeiro e o tema é a literatura produzida em Belo Horizonte. Questões como a quantas anda, está viva ou morta, who is who, édita ou inédita, nova ou tarimbada estão lá, na forma de matérias e entrevistas. As fotos são de Ana Elisa Novais, Ana Cristina Ribeiro e minhas, ilustrações da Stock e do Guga Schultze. Os textos são de jornalistas, escritores e convidados especiais. A professora da UFMG Zélia Versiani deu uma palinha sobre formação de leitores; Guga Schultze lança uma nova poeta; Camila Diniz, editora do Suplemento Literário de Minas Gerais, dá uma entrevista sobre um dos jornais mais respeitados do país (sobre literatura); Elisa Andrade Buzzo fala sobre os ecos da nova literatura mineira fora de Minas; Jorge Rocha aborda literatura em novas mídias; e muito mais. É só passar lá e pegar um exemplar gratuito. O jornal é distribuído em 27 pontos da cidade.
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Ana Elisa Ribeiro
4/4/2007 às 13h03
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Nova Sinapse 3.0
Após 40 posts, acabo de concluir que preciso escrever mais sobre autodidatismo. É o que mais tenho feito neste período de tanta mudança e aprendizado.
Se eu pudesse ficar aqui, só na escrita, seria ótimo. Muito jornalista velha-guarda é assim. Mas decidi ter meu próprio ambiente digital, como domínio e hospedagem. Daí tive que me virar.
Nunca projetos de fim de ano me ocuparam tanto como este. Os outros sempre terminavam antes do Carnaval...
Mas este foi em frente, pelo menos as estatísticas indicam que o blog está crescendo.
Alexandre Mello, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
4/4/2007 à 00h27
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