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Sexta-feira,
13/4/2007
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Redação
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Logo Design History
Based on its company name, they selected an apple as its main form of branding. Initially, the logo depicted a small apple shape sitting under a tree with Apple Computer Co set into the frame of the picture. It is this apple that has continued to be used. The first logo design was perceived to be a bit too complex and hard to view, so Regis McKenna worked on the logo some years later and added a "bite mark" to symbolize the concept of seduction of the customers and the marketplace in general. Next, the monochrome version was replaced with the rainbow-colored logo as a reference to the Biblical story of Adam and Eve in which the apple represents the fruit of the Tree of Knowledge. It brings to mind that people must pursue their dreams. While this was not initially a deliberate goal, it did encourage business and consumers to consider the Apple brand for the first time and was successful in generating increased profits.
Logo Design History, um site que eu acabo de descobrir...
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Julio Daio Borges
13/4/2007 às 10h32
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O perfil de Orkut
Entrada principal da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis da USP) na cidade universitária. 16h28. O dia é o 11 de abril de 2007, e um sol ardido força alguns a abrirem o guarda-chuva.
- Que fila é essa aqui?
- Pra pegar senha pra palestra do Orkut.
- Ele é inglês?
- Não, ele é holandês!
- Hum, acho que na verdade ele é alguma coisa do Oriente Médio...
- Queria ver o Orkut de verdade, queria ver ele como ser humano.
Não dava pra entender se o tom das conversas uspianas na fila gigantesca que se formava era jocoso, ou se os sentimentos eram verdadeiros. Decerto, o que havia era um frisson serpenteante. Bastava se aproximar dali para sentir. Pendurado em frente ao prédio do FEA-1, um pôster anunciava "Primeira visita do criador do Orkut ao Brasil: Mr. Orkut Buyukkokten fala aos alunos da USP".
Eu fui para Búzios na semana passada e o gerente do hotel me agradeceu. Aí, eu perguntei, "Por quê?", e ele respondeu "Eu beijei muitas garotas por sua causa!"
Dr. Orkut tem um sorrisinho franco e aberto, assim como o Orkut.com tem interface lilás e azul friendly and calm. Olha aí, ele já está interagindo, é impressionante... diz a funcionária do Google antes de Dr. Orkut subir ao palco do auditório do FEA-5, com seus 250 lugares preenchidos, além das cadeiras de plástico que foram sendo desempilhadas em cima da hora. Dentro deste homem de roupas extravagantes vê-se que há uma inteligência fora de série. E um carisma magnetizador.
Orkut vêm controlando o Brasil e o Brasil vêm controlando o Orkut
A primeira coisa que Orkut (aqui lê-se órcût, não ôrcute) diz é o quanto está feliz por estar no Brasil. Minto, é um carregado "boa noite", seguido de um sorriso afável. O auditório explode em gargalhadas. Seu Power Book da Apple está prontinho com a apresentação "Redes Sociais na Internet - a experiência do Orkut", onde mostra diversas estatísticas sobre o site de relacionamentos e outras picuinhas - pois, como ele mesmo disse, "até o efeito local de um objeto na página é analisado".
Bad, bad service, diz Orkut. no donuts for you! completa a platéia em coro. Extremamente analítico, ele tem sempre um sorriso pronto a desabrochar no final de cada intervenção. Num contraponto, as sobrancelhas triangulares e escuras dão um ar de suspensão de sentidos. Maroto, suas bochechas flutuam vermelhas a cada arreganhada de gengiva.
Continúen bônitus!
Quando chego em casa, procuro pelo perfil de Orkut Buyukkokten no Orkut.com. Só acho genéricos, seu perfil pessoal que mostrara em slide do Powerpoint já não existe? Mas a maravilhosa viagem de Dr. Orkut ao Brasil está lá, num outro perfil, toda descrita em inumeráveis fotos. Seu último pedido na USP: que todos tirassem uma foto com ele antes de sair do auditório.
Anteontem foi a última noite de Orkut no Brasil, na manhã do dia 12 de abril lá ele estaria em vôo para sua base na Califórnia. Sim, Orkut tem um jeitinho amigável e fofo, meio personagem de desenho animado japonês. Ou teria um sorriso de Gato de Cheshire?
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Elisa Andrade Buzzo
13/4/2007 à 01h15
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Ian McEwan On Chesil Beach
Ian McEwan clama por obscuridade enquanto seu novo romance, On Chesil Beach, acaba de ser lançado lá fora. O tema é interessante: um casal tentando superar o constrangimento de sua noite de nupcias no início dos anos 60, antes da revolução sexual transformar o comportamento das pessoas. E não sabia, em 2002 ele descobriu que tinha um irmão, que foi revelado à imprensa em janeiro. Sua mãe o tinha dado para adoção, já que foi um filho provindo de um caso extraconjugal durante a 2ª Guerra, quando seu marido lutava no campo de batalha. A descoberta que não alterou a opinião de McEwan sobre seus pais: "Seria preciso ter vivido uma guerra, mergulhado nas atitudes sociais da época, para compreender." Acho que vou querer ler seu novo livro. Um trecho foi publicado na New Yorker em dezembro.
Renato Parada, no seu Samjaquimsatva, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
12/4/2007 às 10h20
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Todoprosa
Entrevista boa é aquela que nos obriga a formular idéias que até então estavam vagas ou, em certos casos, que mal sabíamos ter. A que o Julio Daio Borges, da revista eletrônica Digestivo Cultural, fez comigo é uma dessas. Tão bacana - e tão mergulhada no assunto deste blog, literatura - que resolvi ceder a uma das táticas "autopromocionais" que critico para recomendá-la aqui.
Sérgio Rodrigues, hoje no NoMínimo, lincando pra nós.
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Julio Daio Borges
11/4/2007 às 10h35
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Rattapallax: poesia em DVD
Uma revista em DVD. Parece, no mínimo, peculiar. Mas ela existe: é a norte-americana Rattapallax, que busca fundir literatura contemporânea com o cinema e novas mídias. Editada desde 1999 e com periodicidade semestral, já teve uma edição bilíngüe português-inglês e é distribuída no Brasil pela Editora 34.
Composta por curtas-metragens de músicos, poetas, escritores e cineastas, muitos deles são leituras dos textos feitas pelos próprios autores, que usam os recursos do vídeo para montarem uma história.Entre eles, estão obras de Arnaldo Antunes, Abbas Kiarostami, Joyce Carol Oates, Ishle Park, Paul Bowles, Sherman Alexie, Elvira Hernandez, Fabrício Carpinejar, Anne Waldman e Martín Espada, entre outros.
Ram Devineni, cineasta e editor da revista, deu uma palestra aos alunos do curso de criação literária da AIC no mês passado. Diante dos muitos rostos interrogativos, ansiosos por publicarem em papel, Ram lembrou que atualmente grandes poetas e escritores possuem interesses diversos, que podem incluir o cinema e a música. "Hoje, o escritor é um artista que quer ter fluência e escrever sobre diversas coisas", afirma.
Desde o 11 de setembro de 2001, quando os atentados às torres gêmeas abalaram o país, a revista mudou seu foco para a literatura internacional e começou a promover eventos em diversos países, inclusive com celebridades, para angariar fundos. "É bom vermos o que acontece no mundo. A razão pelo qual me apaixonei pela poesia é porque ela descreve a condição humana", revela Ram.
A revista também atua junto à Organização das Nações Unidas (ONU) e a Unesco, promovendo leituras no Dia Mundial da Poesia, e já organizou eventos no topo de vinte montanhas no Dia da Montanha, criado pela ONU. O objetivo é promover o diálogo entre nações por meio da literatura. "Os escritores podem não achar a cura da AIDS, mas podem inspirar pessoas, assim como grandes obras o fazem", explica o editor norte-americano.
Perguntado sobre a conexão entre a literatura e as novas mídias, Ram confessa que a palavra, falada ou escrita, sempre estará conosco. "Talvez as pessoas leiam menos. Esse é o nosso maior desafio. O formato em DVD é um teste, uma experimentação. Se não funcionar, voltamos ao papel. Mas, se não arriscarmos, voltaremos a ser macacos", conclui.
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Marília Almeida
10/4/2007 às 23h42
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100 anos de Miklos Rozsa
Foi uma deliciosa ironia do destino que o concerto em homenagem ao compositor Miklos Rozsa no Teatro Municipal de São Paulo, tenha sido realizado em primeiro de abril, chamado dia da mentira. Afinal, quem poderia acreditar que o Brasil viria a ter intensa programação dedicada à música de cinema, gênero notoriamente negligenciado mesmo nos Estados Unidos e na Europa?
Ainda este mês, novamente sob regência de Jamil Maluf à frente da Orquestra Experimental de Repertório, o Municipal terá obras de Erich Korngold, outro famoso nome das trilhas sonoras. E em maio, ninguém menos que o lendário Ennio Morricone virá ao Rio de Janeiro para uma apresentação.
Ouvindo o concerto de Rozsa, húngaro cujo centenário de nascimento acontece no próximo dia 18, fica difícil entender como artista de tamanho talento pode ser tão pouco conhecido fora do circuito de admiradores da "era de ouro" de Hollywood.
Foi lá, no início dos anos 40, que ele encontrou o espaço para exercer um romantismo sinfônico fora de moda nas salas de concerto, onde o dodecafonismo e outras modernidades musicais, em prol da inovação, sacrificavam a emoção supostamente inerente à intenção de fazer ou ouvir música.
Entre os vários imigrantes que fortaleceram e embelezaram os filmes americanos da primeira metade do século XX, Max Steiner (E o vento levou) e Miklos Rozsa foram especialmente brilhantes. Mas antes de chegar a Los Angeles, refúgio da Europa assolada pela Segunda Guerra, trabalhou no cinema inglês em parceria com o compatriota Alexander Korda, produtor de O Ladrão de Bagdá (1940), primeira obra-prima do compositor.
Nos Estados Unidos, continuou dividindo seu tempo entre composições "eruditas" - o concerto para violino é especialmente bonito - e trilhas sonoras, pelas quais será sempre mais lembrado. E como esquecer?
Dono de um estilo inconfundível, combinação de intensidade rítmica e lirismo plangente desenvolvida a partir de seus estudos da música folclórica húngara quando ainda era jovem, Rozsa é nome indissociável do impacto de clássicos como Farrapo Humano (1945), de Billy Wilder, com quem trabalhou outras vezes, Quando fala o coração (1945), um dos mais fascinantes trabalhos de Alfred Hitchcock, e o épico Ben-Hur (1959), pelo qual recebeu o último de seus três Oscars.
Também professor na Universidade da Califórnia, continuou compondo para o cinema até o início dos anos 80, inclusive fora de Hollywood, caso do francês Providence (1977), de Alain Resnais. Sua última trilha foi Cliente morto não paga (1982), comédia em preto e branco na qual um detetive interpretado por Steve Martin contracena com personagens de vários filmes antigos, muitos deles musicados originalmente pelo próprio Rozsa. Foi um desfecho cinematográfico no mínimo curioso.
Falecido em 1995, deixou uma autobiografia intitulada A double life, referência a uma de suas trilhas premiadas (o drama Fatalidade, de 1947) e, claro, às duas vertentes que dedicou sua carreira de compositor. Gostava de enfatizar que não era um músico de cinema como os outros, chegando a dizer que o estilo de seus colegas hollywoodianos flertava com o popular, numa mistura de Broadway, onde alguns deles haviam sido maestros, com Rachmaninov.
Mas não resta dúvida que foi graças aos filmes que Rozsa se tornou celebridade. Aproveite então que estamos em época de Páscoa e descubra ou revisite Ben-Hur, geralmente considerado o ponto mais alto de sua obra, ou Rei dos reis (1961), cujos temas comoventes integram o repertório da Associação Coral Adventista de São Paulo, por exemplo. Ouvir Miklos Rozsa é mesmo uma benção.
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Fábio Scrivano
10/4/2007 às 17h44
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Sobre Contos da Escola
Meu nome é Débora, sou formada em Letras e curso atualmente Licenciatura na Universidade de São Paulo. Trabalho como webwriter e faço conteúdo estratégico para ajudar empresas :-). Comecei minha carreira em 2001 em jornalismo on-line e impresso. De uns tempos para cá resolvi assumir minha paixão pela educação. Não sou professora ainda, porém tenho pai e mãe professores, além disso estou cercada de amigos cujo principal ganha-pão é ensinar. Com este blog quero debater tudo que envolve o tema "educação" com todos aqueles que tenham interesse.
A Débora, veterana daqui, com um blog que tem uma das melhores interfaces que eu já vi.
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Julio Daio Borges
10/4/2007 à 00h16
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Bienal do Livro Bahia
Por ser bienal, e por sua última edição ter sido em 2005, eu sabia que este ano haveria uma nova Bienal do Livro Bahia. E esperava ansioso por ela desde o encerramento da edição passada.
A edição de 2005 foi muito boa. Pude finalmente conhecer pessoalmente Marcelino Freire, conheci também sua amiga Adryenne Mirtes e, de quebra, o simpaticíssimo Walcyr Carrasco. Comprei livros demais, reencontrei o meu caramigo e grande poeta-prosador João Filho, conheci outro amigo dessa rede sem fim, o (também poeta) Diego Barreto Ivo, tive a oportunidade de assistir a Luiz Vilela em boa conversa, bem como a Ruy Espinheira Filho, poeta baiano de muita verve e boa prosa.
Achei que quando fosse definida a data da edição de 2007, eu ficaria sabendo bem pouco depois. Coisa que não aconteceu.
Só fiquei sabendo da Bienal do Livro Bahia porque o Julio (infalível editor deste Digestivo), me enviou a edição de março da revista Panorama Editorial. Na última página dela, as datas dos próximos eventos literários nacionais e internacionais.
Sinceramente, fiquei muito irritado com isso. Uma Bienal do Livro na Bahia deveria ser festejada, comentada por todos os veículos de informação, deveria causar burburinho no meio literário baiano - e, por que não, brasileiro. É uma pena ver um evento desse tipo ser tão pouco comentado e tão pouco divulgado. Sei que já existem outdoors em Salvador, onde acontece a Bienal, propagandeando o evento. Não sei, mas aposto
que saíram notas sobre a ela na tv, rádio e jornais impressos. Mas tudo foi muito discreto, muito apagado, muito pouco. Tudo foi muito pouco, com o perdão do trocadilho.
Uma Bienal de Livros é uma oportunidade muito boa de o leitor adquirir certos títulos a preços mais acessíveis. É também a oportunidade de ele ter um contato mais próximo com os escritores e saber um pouco mais sobre o ato de escrever. É tão bom andar entre livros e entre gente que gosta de livros! É também uma grande oportunidade para apresentar o mundo da literatura àquele amigo que não gosta tanto assim de ler.
Nesta Bienal, que tem início no dia 13 e vai até o dia 22 deste mês, alguns convidados ilustres darão as caras: Moacyr Scliar, Zuenir Ventura, o português Francisco José Viegas e Amyr Klink são alguns dos nomes mais famosos. Entre os convidados baianos estão João Filho (autor do elogiadíssimo livro de contos Encarniçado, já esgotado e prestes a se tornar cult, o João que me perdoe, mas é porque nem ele tem mais um exemplar), a bela, jovem e talentosa Renata Belmonte, o experiente Aleilton Fonseca, além do já citado Ruy Espinheira
Filho.
Por conta do trabalho, este pobre colunista periga não poder ir ao evento. Coitado de mim! Imagino só os livros que devem estar a precinhos ótimos e que não comprarei, a conversa que não terei com o caramigo John Son, o agradecimento pessoal que devo a Renata Belmonte, enfim, perderei muita coisa. Mas espero poder ir, farei o possível para isso. Eu não indo, e você baiano, vá, por favor, e aproveite a Bienal por mim.
Para ir além
Site oficial da Bienal do Livro Bahia
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Rafael Rodrigues
9/4/2007 às 16h20
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Antes da filosofia
Neste semestre, a Casa do Saber deu início ao curso "Os Pensadores", um dos mais tradicionais do espaço. A grade percorre em 15 aulas o pensamento dos maiores filósofos ocidentais, dos pré-socráticos aos contemporâneos. Para tanto, um time de filósofos reveza a cadeira de professor: Roberto Bolzani Filho, Maurício Pagotto Marsola, Júlio Pompeu e Jorge Grespan.
A primeira aula de um curso de filosofia é, talvez, a mais complexa. Isso porque os alunos chegam com um apetite de saber insaciável. Cabe ao professor sintetizar questões universais e responder a dúvidas nada simples: "O que é filosofia?". Passado o aperto, as informações ficam mais leves: é o famoso exercício de esquecer o trânsito e abrir a mente para o abstrato.
Bolzani Filho foi o encarregado desse pontapé inicial. Não podia começar por outro contexto, senão pela Grécia Antiga, um dos berços do pensamento ocidental. Para entender o surgimento da filosofia, Bolzani voltou séculos antes dos primeiros pensadores. As civilizações gregas eram, ainda, regidas pelas crenças mitológicas. Encaravam o politeísmo - culto a vários deuses - como princípio básico da realidade.
As crenças mitológicas tinham sustento em uma forte tradição oral. Ainda não havia, entre os gregos, o hábito da leitura. Bolzani lembra que todas as grandes epopéias que chegaram aos dias de hoje foram, primeiro, histórias passadas de boca a boca, através da declamação poética.
No período, tinham destaque os decoradores profissionais, conhecidos como "rapsodos". Dotados de uma memória ímpar, levavam a novas terras a cultura dos deuses. Na verdade, anunciavam, através de longas histórias, o destino humano regido pelo humor divino.
Duas obras essenciais do período chegaram até nós: Ilíada e Odisséia, ambas assinadas por Homero. Embora fossem apenas uma reprodução escrita de epopéias declamadas em praça pública, Bolzani acentua que são documentos preciosos sobre a cultura da antigüidade. Desconfia-se que Homero nunca tenha existido, ou que, talvez, tenha sido apenas um dos grandes rapsodos profissionais.
À primeira vista, mitologia nada tem a ver com filosofia. Mas dessa cultura brotou a insatisfação dos primeiros pensadores gregos, que precisavam encontrar um novo sentido para a existência não nos deuses, mas em alguma verdade mais palpável. Tales de Mileto foi o primeiro a romper com as antigas crenças. Formulou, assim, a base do pensamento filosófico.
A partir daí, nasceriam nomes imortais. Cada qual influenciaria, de alguma forma, o pensamento posterior. O mundo dos deuses daria lugar, pela primeira vez, ao império da razão. E os precursores dessa ruptura foram os pré-socráticos. Voltamos a falar deles.
Enquanto isso, a Casa do Saber abre novos cursos. Alguns dos destaques são "Retratos do Desejo", com Clóvis de Barros Filho e "História da Inquisição", com Leandro Karnal e Reuven Faingold. A programação completa está no site da Casa.
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Tais Laporta
9/4/2007 às 12h34
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Este blog acabou
[...]Bom, tirei os óculos e assumi minha verdadeira identidade no Digestivo Cultural, onde terei uma coluna quinzenal a partir do dia 9/4 de hoje. Fui convidado a participar regularmente no site durante uma cerimônia toda sofisticada, que durou aproximadamente 14 horas, com direito a discursos e muitas lágrimas de todos os presentes (só o Rafael que não chorou porque ele é muito serião pra essas coisas, sabe.)[...]
O Bloom lá, agora Eduardo aqui.
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Postado por
Julio Daio Borges
9/4/2007 à 00h52
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