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Segunda-feira,
16/4/2007
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Redação
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2º Sarau da Academia
A segunda edição do Sarau da Academia será realizada nessa terça-feira (17/04), às 19h30, na Academia Internacional de Cinema (AIC), em São Paulo, e terá como tema A origem de tudo, com leitura de textos que flertam com a religiosidade, o misticismo e a mitologia.
Aberto ao público e com entrada franca, ele contará com a participação da fundadora da AIC, a jornalista e poeta Flávia Rocha, além do escritor Marcelo Carneiro da Cunha, jornalista porto-alegrense e autor da novela O nosso juiz com o cineasta Jorge Furtado, do livro de contos Simples e que atualmente trabalha no livro Os infiéis com Marcelino Freire, Fabricio Carpinejar e Efraim Medina Reyes. Os alunos do curso de Criação Literária também participam do evento.
Como convidados, terá a presença de Ivana Arruda Leite, socióloga e autora de Ao homem que não me quis, Falo de mulher, Eu te darei o céu e outras promessas dos anos 60, entre outros; e Dirceu Villa, poeta e tradutor que escreveu os livros MCMXCVIII (Badaró, 1998), Descort (Hedra, 2003), pelo qual recebeu o prêmio Nascente, e Icterofagia (ainda inédito, 2006).
O Sarau já havia iniciado o ano com leitura de primeiras linhas, parágrafos e páginas e discutiu a importância de se escrever um bom começo. Para isso, convidou Micheliny Verunschk, poeta pernambucana radicada em São Paulo e autora de Geografia íntima do deserto (Landy, 2003) e O observador e o nada (Edições Bagaço, 2003), além do escritor e jornalista Michel Laub, autor de três romances, todos pela Companhia das Letras: Música anterior, Longe da água e o recém lançado O segundo tempo.
Para Marcelo, a primeira frase não deve apenas prender o leitor, mas dar uma prévia do que virá depois e dizer a que veio. Ele cita o começo de O apanhador no campo de centeio, de J.D Salinger ("Se querem mesmo ouvir o que aconteceu, a primeira coisa que vão querer saber é onde eu nasci, como passei a porcaria da minha infância e toda essa lenga-lenga tipo David Copperfield, mas, para dizer a verdade, não estou afim da falar sobre isso.").
Michel, por sua vez, acredita que a primeira linha é uma síntese da obra, como acontece em Anna Karenina, de Tolstói. Por outro lado, critica o começo de Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez ("Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Buendía lembrou de uma tarde remota na qual ele conheceu o gelo."): "Não precisava disso. A história do gelo por si só já é maravilhosa", explica.
Universos completos em quatro ou cinco linhas. É o que deve compor o começo de um livro para Micheliny, que trabalha em seu primeiro romance. Para ela, Nossa Senhora das Flores, de Jean Genet, possui um grande começo. E cita o famoso começo de "Tabacaria", de Fernando Pessoa ("Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo").
Michel conclui que a primeira linha é um tema interessante e uma questão comum. "Muitas vezes, é um falso dilema e não é uma barreira tão grande. Afinal, podemos não começar pelo início ou ficar com ele até o fim. O início pode intimidar, mas não pode ser traumatizante".
Para ir além
Sarau da Academia
Curadores - Flávia Rocha e Marcelo Carneiro da Cunha
Convidados - Ivana Arruda Leite e Dirceu Villa
Dia 17 de abril, terça-feira, às 19h30 - Academia Internacional de Cinema - Endereço: Rua Dr. Gabriel dos Santos, 142 - Higienópolis (próximo ao metrô Marechal Deodoro) - Entrada franca e aberta ao público - Informações: [email protected] - (11) 3826 7883.
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Marília Almeida
16/4/2007 à 01h54
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Aprender a contar histórias
A UFMG e a Faculdade de Letras, por meio da FUNDEP, promovem o curso "A arte de contar histórias". O objetivo é "estimular o contador de histórias que existe em cada um de nós, através de exercícios, performances e debates".
As aulas começam no dia 24, às 18h, e acontecem sempre às terças e quintas-feiras, até as 20h30. Para freqüentar as 60 horas do curso, é necessário investir R$ 300,00.
As professoras responsáveis, também pesquisadoras da arte de contar histórias, são Cristina Ribeiro (fonoaudióloga e preparadora vocal), Gislayne Matos (contadora de histórias), Walda Passos (atriz e contadora de histórias) e Cristina Borges (atriz e contadora de histórias). Mais informações pelos telefones (31)3499 6001 ou 3499 6002.
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Ana Elisa Ribeiro
16/4/2007 à 00h17
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Life
Da Lorena, via Tiãonews, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
16/4/2007 à 00h10
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Sexta feira, 13
Acordei cedo e meu pé esquerdo pisou o chão em primeiro lugar. Apenas o pé direito da sandália havaiana, no piso, ao lado da cama, estava visível na obscuridade do quarto. Fui descalço para o banheiro, três ou quatro passos apenas, um calafrio premonitório subindo pelas solas dos pés no contato com a cerâmica fria.
Fui discutindo mentalmente com a voz feminina, gravada para sempre dentro do meu cérebro - a voz uníssona de mãe, tias, mulher, avó - que, ao longo da vida, se transformou nessa única voz disciplinadora, apontando meu próprio desleixo, insistindo para que eu me abaixasse e procurasse o outro pé da sandália na escuridão sob a cama, que o trouxesse de novo ao seu lugar de origem, que calçasse as sandálias e, só então, devidamente equipado, me aventurasse no chão escorregadio do banheiro.
Nesse ponto as vozes se multiplicavam de repente. Como um inocente botão do Windows ao clique do mouse as vozes se ramificavam em várias direções. As mais ternas se preocupavam com meu bem estar, com um possível resfriado me atacando através dos meus pés descalços; as mais ferozes recriminando simplesmente minha preguiça ou me acusando de sujar os pés desnecessariamente, uma vez que eu poderia voltar para a cama e então meus pés seriam pés sujos sob os lençóis. Hum...
Mas ao acordar assim, de manhã cedo, depois de uma noite relativamente mal dormida, ainda sou, por um breve período de tempo, um urso que sai de sua caverna, no final de um longo inverno. O verniz da civilidade, dos bons modos e das boas maneiras ainda está se cristalizando ao meu redor e, nesse breve período que antecede a materialização dessa camisa-de-força, sinto que posso destruir jaulas e paredes com minhas garras de urso. Rosno baixo, pra mim mesmo, deliciado como um grande grizzly das montanhas com sua própria ferocidade, tão primitiva quanto eu mesmo e tão pateticamente efêmera em sua mínima aparição.
Na semi-obscuridade do banheiro noto que algumas mãozinhas - sei muito bem de quem são - andaram brincando com o sabonete, sobre a pia. Ele está úmido e gosmento e, de forma bastante engenhosa, equilibrado sobre o tubo da pasta de dentes. Quando tento pegar o tubo, todo ensaboado, este me escapa das mãos como um peixe vivo, mergulha direto para o chão, escorrega pelo piso e some pela única fresta existente em todo o banheiro - o espaço de alguns centímetros que existe sob o aparador da própria pia.
O urso vai ter que se abaixar, afinal. Minhas mãos não passam pela fresta e eu seguro o aparador por baixo e o sacudo com certa violência, de pura frustração. Isso faz com que uma das gavetinhas superiores, cheia de cosméticos (as minhas gavetas são as de baixo), escorregue malignamente pra fora. Quando me levanto, meto o alto da cabeça bem na quina da gaveta. O barulho é considerável, as coisas pulam e se espalham no chão, e eu faço "huurrrmmm!!!", com a boca fechada, mas bastante alto para ser ouvido na casa toda.
Do quarto, ouço uma risadinha. Ela fala: "Cê tá começando bem essa sexta feira 13..." Me olho no espelho, já totalmente acordado, esfregando com a mão o alto da cabeça, pensando: "Putz! Sexta feira 13..! Se cuida, urso véio."
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Guga Schultze
13/4/2007 às 15h41
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Logo Design History
Based on its company name, they selected an apple as its main form of branding. Initially, the logo depicted a small apple shape sitting under a tree with Apple Computer Co set into the frame of the picture. It is this apple that has continued to be used. The first logo design was perceived to be a bit too complex and hard to view, so Regis McKenna worked on the logo some years later and added a "bite mark" to symbolize the concept of seduction of the customers and the marketplace in general. Next, the monochrome version was replaced with the rainbow-colored logo as a reference to the Biblical story of Adam and Eve in which the apple represents the fruit of the Tree of Knowledge. It brings to mind that people must pursue their dreams. While this was not initially a deliberate goal, it did encourage business and consumers to consider the Apple brand for the first time and was successful in generating increased profits.
Logo Design History, um site que eu acabo de descobrir...
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Julio Daio Borges
13/4/2007 às 10h32
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O perfil de Orkut
Entrada principal da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis da USP) na cidade universitária. 16h28. O dia é o 11 de abril de 2007, e um sol ardido força alguns a abrirem o guarda-chuva.
- Que fila é essa aqui?
- Pra pegar senha pra palestra do Orkut.
- Ele é inglês?
- Não, ele é holandês!
- Hum, acho que na verdade ele é alguma coisa do Oriente Médio...
- Queria ver o Orkut de verdade, queria ver ele como ser humano.
Não dava pra entender se o tom das conversas uspianas na fila gigantesca que se formava era jocoso, ou se os sentimentos eram verdadeiros. Decerto, o que havia era um frisson serpenteante. Bastava se aproximar dali para sentir. Pendurado em frente ao prédio do FEA-1, um pôster anunciava "Primeira visita do criador do Orkut ao Brasil: Mr. Orkut Buyukkokten fala aos alunos da USP".
Eu fui para Búzios na semana passada e o gerente do hotel me agradeceu. Aí, eu perguntei, "Por quê?", e ele respondeu "Eu beijei muitas garotas por sua causa!"
Dr. Orkut tem um sorrisinho franco e aberto, assim como o Orkut.com tem interface lilás e azul friendly and calm. Olha aí, ele já está interagindo, é impressionante... diz a funcionária do Google antes de Dr. Orkut subir ao palco do auditório do FEA-5, com seus 250 lugares preenchidos, além das cadeiras de plástico que foram sendo desempilhadas em cima da hora. Dentro deste homem de roupas extravagantes vê-se que há uma inteligência fora de série. E um carisma magnetizador.
Orkut vêm controlando o Brasil e o Brasil vêm controlando o Orkut
A primeira coisa que Orkut (aqui lê-se órcût, não ôrcute) diz é o quanto está feliz por estar no Brasil. Minto, é um carregado "boa noite", seguido de um sorriso afável. O auditório explode em gargalhadas. Seu Power Book da Apple está prontinho com a apresentação "Redes Sociais na Internet - a experiência do Orkut", onde mostra diversas estatísticas sobre o site de relacionamentos e outras picuinhas - pois, como ele mesmo disse, "até o efeito local de um objeto na página é analisado".
Bad, bad service, diz Orkut. no donuts for you! completa a platéia em coro. Extremamente analítico, ele tem sempre um sorriso pronto a desabrochar no final de cada intervenção. Num contraponto, as sobrancelhas triangulares e escuras dão um ar de suspensão de sentidos. Maroto, suas bochechas flutuam vermelhas a cada arreganhada de gengiva.
Continúen bônitus!
Quando chego em casa, procuro pelo perfil de Orkut Buyukkokten no Orkut.com. Só acho genéricos, seu perfil pessoal que mostrara em slide do Powerpoint já não existe? Mas a maravilhosa viagem de Dr. Orkut ao Brasil está lá, num outro perfil, toda descrita em inumeráveis fotos. Seu último pedido na USP: que todos tirassem uma foto com ele antes de sair do auditório.
Anteontem foi a última noite de Orkut no Brasil, na manhã do dia 12 de abril lá ele estaria em vôo para sua base na Califórnia. Sim, Orkut tem um jeitinho amigável e fofo, meio personagem de desenho animado japonês. Ou teria um sorriso de Gato de Cheshire?
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Elisa Andrade Buzzo
13/4/2007 à 01h15
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Ian McEwan On Chesil Beach
Ian McEwan clama por obscuridade enquanto seu novo romance, On Chesil Beach, acaba de ser lançado lá fora. O tema é interessante: um casal tentando superar o constrangimento de sua noite de nupcias no início dos anos 60, antes da revolução sexual transformar o comportamento das pessoas. E não sabia, em 2002 ele descobriu que tinha um irmão, que foi revelado à imprensa em janeiro. Sua mãe o tinha dado para adoção, já que foi um filho provindo de um caso extraconjugal durante a 2ª Guerra, quando seu marido lutava no campo de batalha. A descoberta que não alterou a opinião de McEwan sobre seus pais: "Seria preciso ter vivido uma guerra, mergulhado nas atitudes sociais da época, para compreender." Acho que vou querer ler seu novo livro. Um trecho foi publicado na New Yorker em dezembro.
Renato Parada, no seu Samjaquimsatva, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
12/4/2007 às 10h20
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Todoprosa
Entrevista boa é aquela que nos obriga a formular idéias que até então estavam vagas ou, em certos casos, que mal sabíamos ter. A que o Julio Daio Borges, da revista eletrônica Digestivo Cultural, fez comigo é uma dessas. Tão bacana - e tão mergulhada no assunto deste blog, literatura - que resolvi ceder a uma das táticas "autopromocionais" que critico para recomendá-la aqui.
Sérgio Rodrigues, hoje no NoMínimo, lincando pra nós.
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Julio Daio Borges
11/4/2007 às 10h35
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Rattapallax: poesia em DVD
Uma revista em DVD. Parece, no mínimo, peculiar. Mas ela existe: é a norte-americana Rattapallax, que busca fundir literatura contemporânea com o cinema e novas mídias. Editada desde 1999 e com periodicidade semestral, já teve uma edição bilíngüe português-inglês e é distribuída no Brasil pela Editora 34.
Composta por curtas-metragens de músicos, poetas, escritores e cineastas, muitos deles são leituras dos textos feitas pelos próprios autores, que usam os recursos do vídeo para montarem uma história.Entre eles, estão obras de Arnaldo Antunes, Abbas Kiarostami, Joyce Carol Oates, Ishle Park, Paul Bowles, Sherman Alexie, Elvira Hernandez, Fabrício Carpinejar, Anne Waldman e Martín Espada, entre outros.
Ram Devineni, cineasta e editor da revista, deu uma palestra aos alunos do curso de criação literária da AIC no mês passado. Diante dos muitos rostos interrogativos, ansiosos por publicarem em papel, Ram lembrou que atualmente grandes poetas e escritores possuem interesses diversos, que podem incluir o cinema e a música. "Hoje, o escritor é um artista que quer ter fluência e escrever sobre diversas coisas", afirma.
Desde o 11 de setembro de 2001, quando os atentados às torres gêmeas abalaram o país, a revista mudou seu foco para a literatura internacional e começou a promover eventos em diversos países, inclusive com celebridades, para angariar fundos. "É bom vermos o que acontece no mundo. A razão pelo qual me apaixonei pela poesia é porque ela descreve a condição humana", revela Ram.
A revista também atua junto à Organização das Nações Unidas (ONU) e a Unesco, promovendo leituras no Dia Mundial da Poesia, e já organizou eventos no topo de vinte montanhas no Dia da Montanha, criado pela ONU. O objetivo é promover o diálogo entre nações por meio da literatura. "Os escritores podem não achar a cura da AIDS, mas podem inspirar pessoas, assim como grandes obras o fazem", explica o editor norte-americano.
Perguntado sobre a conexão entre a literatura e as novas mídias, Ram confessa que a palavra, falada ou escrita, sempre estará conosco. "Talvez as pessoas leiam menos. Esse é o nosso maior desafio. O formato em DVD é um teste, uma experimentação. Se não funcionar, voltamos ao papel. Mas, se não arriscarmos, voltaremos a ser macacos", conclui.
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Marília Almeida
10/4/2007 às 23h42
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100 anos de Miklos Rozsa
Foi uma deliciosa ironia do destino que o concerto em homenagem ao compositor Miklos Rozsa no Teatro Municipal de São Paulo, tenha sido realizado em primeiro de abril, chamado dia da mentira. Afinal, quem poderia acreditar que o Brasil viria a ter intensa programação dedicada à música de cinema, gênero notoriamente negligenciado mesmo nos Estados Unidos e na Europa?
Ainda este mês, novamente sob regência de Jamil Maluf à frente da Orquestra Experimental de Repertório, o Municipal terá obras de Erich Korngold, outro famoso nome das trilhas sonoras. E em maio, ninguém menos que o lendário Ennio Morricone virá ao Rio de Janeiro para uma apresentação.
Ouvindo o concerto de Rozsa, húngaro cujo centenário de nascimento acontece no próximo dia 18, fica difícil entender como artista de tamanho talento pode ser tão pouco conhecido fora do circuito de admiradores da "era de ouro" de Hollywood.
Foi lá, no início dos anos 40, que ele encontrou o espaço para exercer um romantismo sinfônico fora de moda nas salas de concerto, onde o dodecafonismo e outras modernidades musicais, em prol da inovação, sacrificavam a emoção supostamente inerente à intenção de fazer ou ouvir música.
Entre os vários imigrantes que fortaleceram e embelezaram os filmes americanos da primeira metade do século XX, Max Steiner (E o vento levou) e Miklos Rozsa foram especialmente brilhantes. Mas antes de chegar a Los Angeles, refúgio da Europa assolada pela Segunda Guerra, trabalhou no cinema inglês em parceria com o compatriota Alexander Korda, produtor de O Ladrão de Bagdá (1940), primeira obra-prima do compositor.
Nos Estados Unidos, continuou dividindo seu tempo entre composições "eruditas" - o concerto para violino é especialmente bonito - e trilhas sonoras, pelas quais será sempre mais lembrado. E como esquecer?
Dono de um estilo inconfundível, combinação de intensidade rítmica e lirismo plangente desenvolvida a partir de seus estudos da música folclórica húngara quando ainda era jovem, Rozsa é nome indissociável do impacto de clássicos como Farrapo Humano (1945), de Billy Wilder, com quem trabalhou outras vezes, Quando fala o coração (1945), um dos mais fascinantes trabalhos de Alfred Hitchcock, e o épico Ben-Hur (1959), pelo qual recebeu o último de seus três Oscars.
Também professor na Universidade da Califórnia, continuou compondo para o cinema até o início dos anos 80, inclusive fora de Hollywood, caso do francês Providence (1977), de Alain Resnais. Sua última trilha foi Cliente morto não paga (1982), comédia em preto e branco na qual um detetive interpretado por Steve Martin contracena com personagens de vários filmes antigos, muitos deles musicados originalmente pelo próprio Rozsa. Foi um desfecho cinematográfico no mínimo curioso.
Falecido em 1995, deixou uma autobiografia intitulada A double life, referência a uma de suas trilhas premiadas (o drama Fatalidade, de 1947) e, claro, às duas vertentes que dedicou sua carreira de compositor. Gostava de enfatizar que não era um músico de cinema como os outros, chegando a dizer que o estilo de seus colegas hollywoodianos flertava com o popular, numa mistura de Broadway, onde alguns deles haviam sido maestros, com Rachmaninov.
Mas não resta dúvida que foi graças aos filmes que Rozsa se tornou celebridade. Aproveite então que estamos em época de Páscoa e descubra ou revisite Ben-Hur, geralmente considerado o ponto mais alto de sua obra, ou Rei dos reis (1961), cujos temas comoventes integram o repertório da Associação Coral Adventista de São Paulo, por exemplo. Ouvir Miklos Rozsa é mesmo uma benção.
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Postado por
Fábio Scrivano
10/4/2007 às 17h44
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