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Terça-feira,
24/4/2007
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Redação
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Open Culture
Open Culture explores cultural and educational media (podcasts, videos, online courses, etc.) that's freely available on the web, and that makes learning dynamic, productive, and fun.
We sift through all the media, highlight the good and jettison the bad, and centralize it in one place. Trust us, you'll find engaging content here that will keep you learning and sharp. And you will find it much more efficiently than if you spend your time searching with Google, Yahoo or iTunes.
Open Culture, minha nova fonte de podcasts (cortesia da Gabi Klein, que me passou a dica por e-mail...)
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Julio Daio Borges
24/4/2007 à 00h33
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Estudo que merece prêmio
Até hoje, a maioria dos documentários e filmes que se passam no Brasil sempre pecaram por quererem ser fiéis demais à visão do autor sobre o país. Um filme que não comete este excesso sobre o nosso país é a grande obra de arte Turistas (que durante os trailers aqui nos Estados Unidos, saiu com o subtítulo "Go Home!"). É o melhor estudo gringo já feito sobre o nosso país. Tem o motorista de ônibus que xinga o motoqueiro enquanto dirige alucinadamente, os gringos que querem ir a Floripa mas tomam o caminho errado, o desenho de um boneco com a genitália de fora no banco de ônibus que diz: "agora que você chegou aqui, fica de quatro...". Tem o proverbial samba de raiz, as descrições precisas sobre as festas de carnaval, o malandro que tenta se dar bem em cima dos turistas, os chacineiros das "comunidades". E coisas do gênero.
Até mesmo o estado de sítio em que nos acostumamos a viver está bem caracterizado neste filme de terror. Violência, caos, e tudo o mais retratado com um pouquinho só de liberdade artística. Espero que continuemos a ter obras assim, são bem mais divertidas e realistas que a maioria dos documentários patrocinados pela Petrobrás... Ao menos uma vez, alguém entendeu uma realidade cultural do Brasil: não somos, e nem precisamos ser, um país profundo. Graças a Deus!
Nota do Editor
Leia também "A imagem do Brasil em Turistas".
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Ram Rajagopal
23/4/2007 às 14h41
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Quem não leu, não lê mais
Deu pau geral aqui, quem leu as postagens antigas, leu, quem não leu, adeus. Foi tudo pro espaço. A mesma coisa com as MP3, quem pegou, pegou. Mas vamos começar de novo. E de cara mais ou menos nova. Simbora.
Daniel Lopes, no seu blog (porque ele escreve pra nós e porque... você já perdeu tudo no seu blog?)
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Julio Daio Borges
23/4/2007 à 00h24
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Erico Verissimo no Rio
Já contamos dois anos do centenário de nascimento de Erico Verissimo, mas os ecos das comemorações promovidas pela mídia, pelo governo e pela Academia ainda se fazem sentir na cena cultural gaúcha. Mais que isso: estão sendo "espraiadas" para fora do Estado. Prova disso é a exposição As cidades imaginadas de Erico Verissimo, que chega ao Rio de Janeiro depois de bem sucedida temporada em Porto Alegre.
Promovida pelo Arquivo Nacional em parceria com o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS), a mostra coletiva traz o olhar de diversos artistas sobre os locais descritos pelo escritor em seus romances, unindo de forma rara e feliz a literatura e as artes plásticas. Com curadoria da designer Vera Pellin e seleção de textos da diretora do Acervo Literário Erico Verissimo, Maria da Glória Bordini, a mostra ficará no Rio de 24 de abril até 25 de maio com visitação de segunda à sexta, das 9h às 17h, no Arquivo Nacional.
Paula Mastroberti, uma das artistas participantes, entusiasma-se com a possibilidade de aproximar linguagens que a mostra produz. "Sou a favor da integração opcional e eficiente entre os discursos, e procuro, sempre que posso, chamar a atenção para os aspectos visuais do livro como suporte para o texto literário, independente de gênero ou destinatário", afirma Paula.
A artista, aliás, é uma das convidadas para a palestra de abertura sobre o projeto, no dia 24 de abril, às 17h30, no Auditório do Arquivo Nacional. Além de Paula, participam Maria da Glória Bordini e o artista Edgar Vasques.
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Marcelo Spalding
20/4/2007 às 19h23
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Ricardo Aleixo em Sampa
No dia 22 de abril, domingão, às 19h30, no auditório do Itaú Cultural (SP), o poeta e performer Ricardo Aleixo apresenta nova versão do espetáculo intermídia Um ano entre os humanos.
Dividem (ou somam!) o palco com ele Benedikt Wiertz (trumpete, sitar, esraj e objetos) e Rodrigo Coelho (videopoemas, vídeo ao vivo e cenário virtual). Aleixo entra com poemas, vocalizações, poemanto, bases pré-gravadas, laptop, CD-player, controlador MIDI, processador de efeitos e objetos. No repertório, além de peças autorais, textos de outros poetas: Sebastião Nunes, Manoel Ricardo de Lima, Lenora de Barros, Ricardo Corona e Virna Teixeira.
Mais adiante, Ricardo viaja para os Estados Unidos para participar do Festival of Lusophone Poetry. Junto com ele embarcam Ricardo Chacal e Salgado Maranhão. Os três ainda se encontram com Rodrigo Garcia Lopes, que mora no país do Tio Sam.
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Ana Elisa Ribeiro
20/4/2007 às 14h20
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Mário Alex Rosa fala de poesia
No dia 25 de abril, quarta-feira, o poeta Mário Alex Rosa vai movimentar o curso de Letras do UNI-BH, na capital mineira. Às 9h20 da manhã e às 19h, o autor de ABC Futebol Clube e outros poemas dá autógrafos e fala de poesia no campus da rua Diamantina. É só ir lá para conferir.
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Ana Elisa Ribeiro
20/4/2007 às 14h17
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Como divulgar seu livro na Web
No one belongs here more than you, por Miranda July (porque, se depender do marketing, ela já me ganhou...)
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Julio Daio Borges
20/4/2007 à 00h13
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Os tataravôs da filosofia
"Chegou a vez de conhecer os pré-socráticos". Com esse anúncio, o filósofo especializado em filosofia antiga, Roberto Bolzani Filho, iniciou mais uma etapa do curso Os Pensadores, na Casa do Saber . Como o próprio nome diz, atribui-se o rótulo de "pré-socráticos" aos filósofos que antecederam o inquietante Sócrates.
Restam apenas alguns fragmentos sobre eles. A maior parte, citações de outros autores, como conta Bolzani. "Por terem disseminado suas teorias oralmente, o conhecimento que nos chega é indireto". Apesar de incluídos no mesmo rol, os pré-socráticos se apoiaram em três estudos diferentes: unidade e permanência, crítica à teologia mitológica e o problema do ser.
Os que estudavam a primeira categoria eram físicos ou naturalistas. Buscavam na natureza um elemento comum a todas as coisas. Procuravam, assim, um sentido único na multiplicidade. Segundo Bolzani, acreditavam que todas as coisas fossem permanentes, embora tivessem fases: geração, crescimento, corrupção e destruição. "Apesar de investigarem os mesmos objetos, os naturalistas chegavam a conclusões divergentes", complementa o filósofo.
Tales de Mileto, o pai da filosofia, acreditava que a água era o princípio de tudo. Anaxímenes discordava. Para ele, era o ar. Já Empédocles dizia que a unidade estava na combinação de quatro elementos: fogo, água, terra e ar. Demócrito, por sua vez, diria que o princípio de tudo está nos átomos dispostos no vazio. Da relação entre ambos perceberíamos as coisas como são: doces ou amargas, quentes ou frias.
Alguns pré-socráticos questionavam a mitologia grega. Estes criaram uma nova concepção de divindade. Para Xenófanes, Deus seria único e imutável, ao contrário dos deuses de Homero. Quanto ao "ser", Heráclito e Parmênides andavam em direções opostas. O primeiro dizia que a natureza é uma combinação de contrários. Tudo estaria, então, em constante mudança. "Nos mesmos rios entramos e não entramos, somos e não somos", diz a famosa máxima. Parmênides, por outro lado, defende um ser imutável "O ser é. O não ser não é". Ou seja, o ser nunca foi, nem jamais será. Apenas é.
Embora superadas por outras correntes, essas idéias abriram terreno para o pensamento posterior. Sócrates, Platão e Aristóteles viriam de carona. São os grandes nomes que seguem no curso.
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Tais Laporta
19/4/2007 às 12h38
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Para conhecer São Paulo
Aos pacientes cuja queixa era a de não saberem que rumo imprimir às respectivas existências, um conhecido analista paulistano aconselhava comprar uma bússola, ir à Praça da Sé e conferir os pontos cardeais da cidade. Quase sempre, uma ação exterior seria capaz de mobilizar grande energia interna. E, depois, arrematava ele: como é possível o conhecimento interior se, para começar, ignoramos a cidade em que vivemos?
Não vem ao caso se a teoria funciona. O importante é que chegou uma grande oportunidade de conhecer melhor a cidade de São Paulo e sua história. O Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (IHGBSP) programou para os próximos meses uma série de cursos entre os quais se destaca aquele intitulado "São Paulo na História do Brasil".
Além das conferências a serem ministradas pelos membros do IHGSP, todas as terças-feiras, a partir de abril, destacam-se na programação do curso os passeios guiados pelo centro antigo da cidade, que terão lugar no segundo sábado de cada mês. Neles, através tanto de um olhar nada apressado como da narrativa de histórias deixadas há muito de lado, será possível recuperar um pouco do prazer de viver nesta cidade.
Em O Sol se põe em São Paulo, Bernardo Carvalho escreve o seguinte: só fui entender que São Paulo era uma cidade de monumentos - mas onde os monumentos não existiam; eram por assim invisíveis - no dia em que sonhei que dirigia um carro, de monumento em monumento, pelas ruas vazias de uma tarde de domingo, no inverno, uma estação que aqui também não existe. Eram monumentos que eu nunca tinha visto antes, que só existiam no meu sonho[...].
São Paulo tem seus encantos, ou seu cachet, como diriam os franceses. Talvez não monumentais como aqueles do sonho do narrador de Carvalho, mas que estão lá, esperando só por um pouco de atenção: o conjunto no Largo de São Francisco formado pela Faculdade de Direito - famosa por suas contribuições à vida literária e política do país - e pela igreja e convento dos Franciscanos; a linda fachada de um prédio na Benjamin Constant, à altura do número 151, onde a força de dois titãs sustenta as colunas que sobem ladeando um frontão que retrata, em baixo relevo, a colheita do café; a catedral da Sé, com seu neogótico absolutamente fora de lugar; a Rua XV de Novembro, antiga Lombard Street (a rua londrina dos bancos) tapuia, hoje substituída pelo circuito Paulista-Berrini, desaguando no Largo de São Bento, com a igreja e convento de mesmo nome, depois de cruzar o Pátio do Colégio e passar na vizinhança da casa da escandalosa Marquesa de Santos...
O IHGSP foi fundado em 1894, para fomentar estudos sobre história e geografia no Município e Estado de São Paulo e preservar a memória local. É congênere, com algumas décadas de atraso, do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil que, fundado em 1838, ainda durante a Regência, teve papel seminal na formação da idéia de brasilidade, habilmente explorada durante o Segundo Reinado, como destacado por Lilia Moritz Schwarcz, em As barbas do Imperador - Dom Pedro II um monarca nos trópicos (Cia. das Letras). Associação de direito privado, o IHGSP financia-se por meio dos cursos que promove e pelas doações de seus membros. Entre estes se encontram representantes das mais diversas formações, nas ciências humanas e exatas, que desempenham funções variadas, como professores universitários, escritores e jornalistas. Destacam-se, por exemplo, Jorge Caldeira - o cientista social e historiador, autor de sucessos como Mauá, o empresário do Império (Cia. das Letras) e O banqueiro do sertão (Mameluco) - e o maestro Samuel Kerr, incluídos no rol de palestrantes do curso "São Paulo na História do Brasil".
O curso terá a duração de dois semestres, e teve início no último dia 17. Será sempre às terças-feiras, das 18 às 21 horas, com exceção dos passeios pela cidade, que irão acontecer, como já adiantado, nas manhãs do segundo sábado de cada mês. O custo é uma taxa de matrícula de R$ 200,00, seguida de nove mensalidades de idêntico valor. O IHGSP localiza-se à Rua Quintino Bocaiúva, 158, 7o andar (fone: 11 3242-8064). Há mais informações no site do Instituto, inclusive sobre todo o programa de cursos oferecidos, que inclui outros mais curtos, sobre fotografia digital, história das comunicações e genealogia.
Eugenia Zerbini, que nos envia este recado por e-mail.
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Julio Daio Borges
19/4/2007 às 10h02
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Além de My fair lady
É animador constatar que a Broadway clássica também tem vez no Brasil. Claro que Andrew Lloyd Webber (O fantasma da ópera), Cy Coleman (Sweet charitym), John Kander (Chicago) e Stephen Sondheim (Company) são extremamente bem-vindos, mas se o país quer realmente mostrar ao público o que transformou o teatro musical americano numa das maiores glórias artísticas do século XX, é preciso voltar algumas décadas.
E enquanto as melodias de Jerome Kern ou Richard Rodgers não desembarcam por aqui, vamos celebrar a montagem de My fair lady, um dos mais adorados e bem-sucedidos musicais de todos os tempos, criação de Frederick Loewe (1901-1988, música) e Alan Jay Lerner (1918-1986, letra), este muito bem representado pelas versões do talentosíssimo Cláudio Botelho.
O currículo da dupla Lerner e Loewe é comparativamente pequeno, mas impressionante. Conheceram-se em 1942, mas seus primeiros shows (What's up? e The day before spring) estão esquecidos. O sucesso chegou com a fantasia romântica Brigadoon (1947), sobre um vilarejo escocês que só "existe" durante um dia a cada cem anos, e repleto de canções adoráveis como "Almost like being in love" e "The heather on the Hill". A versão para o cinema, filmada com Gene Kelly em 1954, foi lançada em DVD no Brasil com o título A lenda dos beijos perdidos.
Em seguida veio Paint your wagon (1951) um faroeste cuja abordagem musical apropriadamente americana ("I talk to the trees", "How can I wait", por exemplo) destoa do estilo europeu de Loewe, influenciado pelas melodiosas operetas de sua cidade natal, Viena, onde seu pai, tenor profissional, estrelou A viúva alegre (1905).
Mas foi mesmo My fair lady (1956) que inscreveu os cancionistas entre os grandes. Baseado em Pigmalião, do famoso dramaturgo inglês George Bernard Shaw, conta os esforços de um professor de fonética (Rex Harrison) para transformar uma simples florista (Julie Andrews) em uma dama da alta sociedade. Na transposição para o cinema, Oscar de melhor filme em 1965 e também disponível em DVD no Brasil, Harrison foi mantido - continuou "falando" suas canções, lamentavelmente - mas Andrews perdeu o papel para Audrey Hepburn, uma atriz graciosa que não era cantora e foi dublada. Mesmo assim, é impossível resistir ao capricho da produção e, principalmente, às riquezas melódicas e verbais de "I could have danced all night", "On the street where you live" e "I've grown accustomed to her face".
Em 1958, usando uma história similar (da escritora francesa Colette), Lerner e Loewe criaram Gigi diretamente para Hollywood, com Leslie Caron, Louis Jourdan e Maurice Chevalier nos papéis principais. Um dos últimos e mais queridos musicais do estúdio MGM, o filme foi premiado com o Oscar, assim como a belíssima canção-título.
Dois anos depois, a dupla voltou a Broadway com Camelot, outro sucesso, apesar de vários problemas durante a produção. A história do triângulo amoroso entre o Rei Arthur (Richard Burton), Guinevere (Julie Andrews) e Lancelot (Robert Goulet) ficou ainda mais emocionante ao som de "If ever I would leave you", entre outras jóias. O musical chegou ao cinema em 1967, com Richard Harris, Vanessa Redgrave e Franco Nero no elenco principal, e vale a pena procurar o DVD, distribuído pela Warner, na locadora.
A última parceria entre Lerner e Loewe foi o filme O pequeno príncipe (1973), baseado na popular fábula de Saint-Exupery e dirigido por Stanley "Cantando na chuva" Donen. A trilha não está no nível dos trabalhos anteriores da dupla, mas a sensível canção-título merece ser conhecida - o DVD também já foi lançado no país.
Depois disso, Loewe se aposentou, mas Lerner continuou em atividade. Seus shows subseqüentes foram fracassos retumbantes, apesar de algumas canções preciosas em 1600 Pennsylvania Avenue (1976), com música do maestro Leonard Bernstein, Carmelina (1979), sua terceira colaboração com o brilhante Burton Lane, e Dance a little closer (1983), co-escrito com Charles Strouse, de Annie.
No fim da vida, Alan Jay Lerner também teve problemas de ordem médica e financeira, conseqüência de uma vida sentimental turbulenta, de oito esposas. Feliz mesmo foi o casamento de suas palavras com as notas de Frederick Loewe. Dessa união, surgiram canções e musicais inesquecíveis. E o privilégio de conhecer esse legado está ao nosso alcance.
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Postado por
Fábio Scrivano
19/4/2007 à 01h11
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