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Terça-feira,
1/5/2007
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Redação
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Um post vazio
Há um post no meio do caminho
No meio do caminho há um post
vazio.
Há um post vazio no meio do caminho.
Preenchê-lo com o quê, afinal?
Piadinhas? Trocadilhos infames? Um desabafo indignado com a situação caótica do nosso país? Falar de um livro recém-lançado? Contar a todos meus conflitos existenciais?
Pelo visto, há muito mais coisas no meio do caminho do que um post vazio.
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Rafael Rodrigues
1/5/2007 às 11h55
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mare
Raindogs, cujo blog linca pra nós.
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Julio Daio Borges
1/5/2007 à 00h34
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Terças Poéticas 2007
Em 7 de maio recomeçam as Terças Poéticas, evento que oferece ao público belo-horizontino leituras de escritores contemporâneos e homenagens a autores consagrados. O curador e poeta Wilmar Silva volta à carga com a energia de quem é apaixonado pelas letras. O Terças Poéticas é apoiado pela Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais, pela Fundação Clóvis Salgado e pelo Suplemento Literário. A festa acontece às terças-feiras, o ano inteiro, a partir de 18h30, nos jardins internos do Palácio das Artes, na região central da capital mineira. Não há desculpa para não ir. Na edição 2007, o evento conta com um conselho curador, que ajudará a tornar mais amplas as possibilidades das discussões e das trocas poéticas que vêm acontecendo desde 2005.
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Ana Elisa Ribeiro
30/4/2007 às 22h28
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Letra Viva no Letras e Ponto
No dia 5 de maio, sábado, às 11h da manhã, tem início o projeto Letra Viva, no espaço cultural Letras e Ponto, em Belo Horizonte. A curadora e poeta Mônica de Aquino explica que se trata da tentativa de reunir escritores e todos os interessados em trocar textos, leituras e idéias sobre a produção literária de todos os tempos, especialmente a contemporânea. No dia da abertura, estarão em pauta Elisa Andrade Buzzo, Andréa Catrópa e Eduardo Lacerda, que vêm a BH lançar edição do jornal O Casulo. A atriz Ana Gusmão interpretará textos da escritora mineira Maria Esther Maciel. O evento é aberto ao público.
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Postado por
Ana Elisa Ribeiro
30/4/2007 às 22h24
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Primeira sobre (o) Podcast
1. Como você vê o podcast no Brasil?
Vejo como uma midia em expansão. Ainda não passou pelo boom por que os blogs passaram, mas vai demorar menos, acho, porque a midia estabelecida já está adotando. Eu descobri os blogs em 2001-2002, mas eles so' foram estourar no ano passado, cinco anos depois, quando a grande midia encampou. Ainda existe muito amadorismo nos podcasts brasileiros, mas eu acredito no formato. No Digestivo, percebemos que abre uma nova dimensão, além do texto.
2. Por que as rádios não personalizam seus podcastings, ou até mesmo por que elas não investem nisso?
Porque - como os jornalistas de papel achavam em relação aos blogs - os radialistas da midia convencional acham que o podcast é uma moda passageira... Tem também a questão do dinheiro: por enquanto, podcast e' investimento, não existe um modelo consolidado para gerar receitas. Mas o podcast vai chegar la'; como os blogs chegaram. E eu acredito que em menos tempo. As rádios estão bobeando - como os jornais e as revistas bobearam -, porque eles têm um acervo imenso e poderiam, se quisessem, tomar a internet de assalto...
3. Por que não vemos investimentos publicitários em podcast, desde patrocínios de programas ou mesmo como uma mídia única, quero dizer, empresas fazendo programas, ou "anúncios", marketing usando os podcastings?
Porque o formato não é suficientemente conhecido. Eu vejo que as pessoas ainda têm dificuldade para ouvir, para "baixar", para acompanhar um podcast. É novidade ainda: tem de ir além do dia-a-dia do e-mail, Orkut, MSN etc., e muita gente simplesmente tem preguiça... O problema da publicidade é que, no Brasil, ela não processou nem a internet direito - quanto mais os blogs e, agora, os podcasts! Eu ja' ouvi falar de portais que estão agregando podcasts, para buscar patrocínios/ anúncios em conjunto. E ja' ouvi de podcasters que vão propor, às empresas, o uso como ferramenta de marketing. Foi mais ou menos o que fizemos, aqui, com a Livraria Cultura.
4. Como vê o podcast daqui alguns anos, o que ele pode virar?
No Brasil, ele pode virar o que virou nos Estados Unidos e na Europa. Muitas rádios soltam seus programas simultaneamente em formato podcast, como a KCRW e até a BBC (de Londres). Várias revistas eletrônicas, como a Slate e a Salon, têm seus próprios podcasts. Sem falar, claro, em bloggers, como Michael Arrington, Jason Calacanis e Steve Gillmor. Até musicos, como Pat Metheny, já adotaram o formato. E gente comum, claro, está aparecendo, com entrevistas, com música, com debates...
5. Qual a influência dos podcastings nas rádios? Na sua programação? Para os ouvintes?
De novo, como no caso dos bloggers e dos jornalistas, acredito que o rádio vai ficar menos sisudo, vai apostar mais em novos nomes e vai ter mais programas de nicho. E, num futuro próximo, vamos assistir às rádios convencionais contratando podcasters, como hoje revistas e jornais contratam bloggers, para voltar a falar com um público que perderam para a internet. Quanto aos ouvintes, penso que, com a possibilidade de cada um criar seu próprio programa, eles tendem a se tornar mais críticos e mais exigentes em relação às opções hoje disponíveis...
Para ir além
"Melhores Podcasts"
* * *
Ao André Bushatsky, irmão do Daniel, cujo grupo de trabalho, na faculdade de comunicação social da Faap, se inscreveu no Prêmio de Mídia Estadão, escolhendo o tema "Podcasting e o futuro da rádio"...
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Julio Daio Borges
30/4/2007 às 13h50
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Entre, a casa é sua!
Leitor costumeiro de blogs por aí e inspirado pela criação recente do Cacilda, da Lenise Pinheiro e do Nelson de Sá, resolvi criar este aqui. Para quem não me conhece, sou jornalista e escrevo sobre teatro desde junho de 2005 no site Digestivo Cultural. De janeiro pra cá comecei também a escrever para o Guia da Semana e para uma revista prestes a nascer, do Festival PoA Em Cena, de Porto Alegre. E teatro será meu assunto por aqui. Espero que gostem.
Guilherme Conte, que você também conhece daqui, estreando no Senhor dos Afogados.
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Postado por
Julio Daio Borges
30/4/2007 à 00h00
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Wikipedia: prós e contras
Minha primeira vontade ao me deparar com o tema da Wikipedia - a enciclopédia livre, ou Wiki para os íntimos, foi criticá-la. Questionar a validade de seus artigos/verbetes, a qualificação de seus editores (todos podem inserir textos na enciclopédia), e a capacidade técnica e os meios de captação de seus revisores.
Depois me veio à idéia de que a Wiki poderia ser uma boa primeira fonte de pesquisa. Nela qualquer estudante ou curioso poderia ter a oportunidade de saber as primeiras linhas da matéria desconhecida.
Se a informação era 100% confiável não importa. Em questão de segundos, você pode saber a definição de qualquer coisa, a história dos países, ou mais de três milhões de outras informações.
Ora, um mundo dinâmico como o nosso não pode querer outra coisa.
O problema começa a aparecer quando nos questionamos se as pessoas que acessam a maior enciclopédia do mundo têm senso crítico e cultura para avaliar e utilizar as informações absorvidas.
No Brasil, por exemplo, a questão é complicada. O IBGE informa que em 2002 o país tinha 32,1 milhões de analfabetos funcionais, ou seja, 26% da população de 15 anos ou mais de idade. Mas o que isso significa?
Segundo a UNESCO, analfabetos funcionais são as pessoas com menos de quatro anos de estudo. Para a organização, mesmo que essas pessoas saibam ler e escrever frases simples, elas não possuem as habilidades necessárias para satisfazer as demandas do seu dia-a-dia e se desenvolver pessoal e profissionalmente.
Imaginem estas pessoas lendo uma informação errada. Como checariam a informação? Pior, na certa a transmitiriam como uma verdade indiscutível e absoluta, com o argumento que haviam lido em uma enciclopédia!
Estaríamos gerando uma pseudocultura, um falso conhecimento, modificando, assim, conceitos muitas vezes importantes para o desenvolvimento do ser humano e da sociedade.
Caro leitor, desculpe a interrupção na leitura do texto, mas quero fazer duas ressalvas, a primeira para o senhor não me taxar de ingênuo e a segunda para ver minha preocupação com a cultura no Brasil.
Coloco os dados do IBGE sobre analfabetismo funcional não porque considero que os leitores da Internet são, em geral, estes. Pelo contrário, até imagino que o analfabeto funcional pouco ou nunca acesse a rede mundial, mas se 26% da população pouco entende o que lê, imagino que, infelizmente, boa parte do restante da população não seja muito diferente.
A segunda justificativa é que o dado trazido pelo IBGE é muito triste. Analfabetos funcionais decaem o nível da mão-de-obra do Brasil, não vão ao cinema e ao teatro e, pior, mal conseguem pegar o ônibus certo para irem para casa.
Por outro lado, continuando o texto, poderíamos colocar uma dose de otimismo nisso tudo. Quem sabe estaríamos gerando uma sociedade crítica, capaz de analisar um texto e interpretá-lo. O que fosse ruim seria automaticamente descartado pelo nosso imenso e perspicaz cérebro.
Outro problema se instala: quantos sabem que as informações colocadas na Wiki não são 100% confiáveis? Em conversas informais com amigos, alguns universitários, outros até já formados, muitos não sabiam desta característica da enciclopédia, confiando irrestritamente nas informações provindas do site.
Talvez a solução para este problema fosse a obrigatoriedade de na tela deste monstruoso acervo humanista haver em letras garrafais "Cuidado, nem toda informação aqui é confiável - antes de utilizá-la, pense bem".
Bem que esta máxima deveria estar colada em outros lugares também, você não acha?
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Daniel Bushatsky
27/4/2007 às 11h14
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Mais um blog?!?!
Resolvi começar um blog. Sem grandes justificativas. Vou evitar aquela coisa boba de "hoje meu dia foi..." que prejudicou a credibilidade dos blogs no início. Os assuntos? Basicamente música. Mas também futebol, cultura em geral e o que mais der na telha. Bem vindo. Ou não.
Rafael Fernandes, que você conhece daqui, estreando seu Aratunga.
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Julio Daio Borges
27/4/2007 à 00h03
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Mestres do blablablá
Muita gente já ouviu falar em "sofisma". O termo entrou em desuso há milênios, mas foi uma das artes mais admiráveis no mundo grego: persuadir pelo discurso. Os sofistas, portanto, convenciam multidões com um papo bem elaborado. Seu discurso nem precisava ser tão verdadeiro. Nem um pouco, na verdade.
Sócrates viveu quando os sofistas faziam grande fama. Ele soltava a língua - como aponta Os Pensadores, curso iniciado esse semestre na Casa do Saber - para desbancar a astúcia dos sofistas. "Como Sócrates não deixou escritos", lembra Roberto Bolzani Filho, "temos três fontes confiáveis: Platão, Xenofonte e Aristófanes".
Enquanto os dois primeiros fizeram as famosas apologias ao pensador, Aristófanes ridicularizou Sócrates em uma de suas comédias, As Nuvens. Na peça, o acusava de ser apenas mais um sofista. Essa fama teria prevalecido se os diálogos de Platão não repercutissem tanto no pensamento ocidental.
Neles, Sócrates desafia seus interlocutores, supostos sábios, com questões espinhosas. Por ironia, perguntava apenas o que não podia ser respondido. No diálogo com Hípias "O que é o belo?", Hípias responde: "O belo é uma bela moça". Mas Sócrates não quer exemplos de coisas belas. Quer saber "o que deve estar em todas as coisas belas, para torná-las belas". Na ótica de Platão, Sócrates os ajudaria a sair do erro para chegar, assim, à verdade.
Obviamente, foi mal interpretado e conquistou desafetos. Em Apologia de Sócrates, o pensador é acusado de corromper a verdade. No tribunal, prefere a morte a reconhecer seu erro. A postura relutante de Sócrates acaba por obrigar os juízes a condená-lo à morte.
"Sócrates é um divisor de águas na filosofia antiga", acrescenta Bolzani. Foi o primeiro a propor que o conhecimento nasce totalmente da razão. Esses valores vão influenciar Platão e Aristóteles, bem como o pensamento ocidental posterior. Estas e outras reflexões ganham fôlego nos cursos semestrais oferecidos pela Casa.
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Tais Laporta
26/4/2007 às 18h46
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Violência, violência
O assunto é velho, mas sempre volta à tona. O massacre de estudantes na Virginia reabriu a discussão sobre a influência do cinema sobre o comportamento dos cidadãos na vida real. O assassino sul-coreano era aparentemente fã de Oldboy (2003), uma violenta história de vingança dirigida por um compatriota. Anteriormente, especulou-se sobre a associação entre o tiroteio do Shopping Morumbi e Clube da luta (1999).
Não sou psicólogo e não tenho, portanto, o menor embasamento teórico ou prático para discorrer sobre os malefícios da indústria do "entretenimento", sobre a real influência de um filme, música ou vídeo-game nas atitudes de uma pessoa. Eu mesmo, quando adolescente, adorava filmes de terror, mas não me tornei psicopata e hoje em dia sou incapaz de suportar cinco minutos das matanças de Jason e similares. Mesmo o celebrado Psicose (1960), de Hitchcock, com suas facadas pioneiras, não me atrai tanto quanto outros títulos do Mestre do Suspense.
Por outro lado, é impossível não se surpreender com o sucesso de produções que exploram o pior do ser humano e buscar explicações para o inabalável fascínio do espectador por esse tipo de espetáculo. Por que alguém, acossado diariamente por notícias terríveis, paga quinze reais por um ingresso de Jogos mortais ou O Albergue, duas horas de tortura, na tela e na poltrona? É o mesmo mecanismo psicológico que nos leva a andar de montanha-russa?
Cinema é diversão e também reflexão. A violência é fato inescapável da vida e é extremamente importante que artistas também discutam os aspectos menos agradáveis da existência.
Os dois melhores filmes de 2005 na minha opinião (Munique, de Spielberg, e Crash, de Paul Haggis) são exemplos de como é possível transformar a dura realidade em arte, contextualizando e expondo com inteligência o momento conturbado que o mundo atravessa. É uma pena que um ano depois de premiar Crash, a Academia de Hollywood, aplicando mais uma vez sua notória política de "Oscar por compensação", tenha dado a principal estatueta da cerimônia para o repulsivo Os Infiltrados, enésima demonstração do prazer mórbido de Martin Scorsese, um cineasta tecnicamente brilhante e um admirável preservacionista, com a violência.
E o círculo vicioso continua em 2007. Enquanto as bilheterias forem positivas, os estúdios vão investir no filão sanguinolento. Atualmente, o filme mais visto nos Estados Unidos é Disturbia, que segundo um crítico de lá, começa como Janela Indiscreta e termina como Sexta-Feira 13. O mais elogiado, no entanto, é Zodiac, mais uma incursão de David Fincher (Seven, Clube da luta), ao mundo dos serial killers. E por falar em assassinos em série, está estreando no Brasil Hannibal - Origem do Mal, sobre a juventude do personagem de O silêncio dos inocentes.
Responsabilidade social é algo muito bonito, mas não tanto quanto o tilintar contínuo das caixas registradoras. E a onda de pacifismo e sentimentos nobres que tomou conta do cinema americano imediatamente após o 11 de setembro? Desapareceu, junto com Bin Laden.
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Postado por
Fábio Scrivano
26/4/2007 às 15h55
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