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Quinta-feira,
3/5/2007
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Redação
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Na trilha de Morricone
Um dos gênios da música de cinema, Ennio Morricone (1928-) nunca saiu de moda, mas está experimentando em 2007 uma popularidade especialmente notável. O Oscar honorário na cerimônia deste ano, concertos em Nova York e Rio de Janeiro, um CD retrospectivo com participação de artistas tão díspares quanto Celine Dion, Metallica e Daniela Mercury, e a edição nacional do DVD com sua apresentação em Munique, tornaram o compositor italiano assunto recorrente nas páginas culturais de jornais e revistas do Brasil e do mundo.
Por aqui, a maioria dos textos em sua homenagem confirmou duas antigas suspeitas: os principais veículos da imprensa brasileira carecem de especialistas em trilhas sonoras, e os críticos de música "clássica", geralmente responsáveis por essas matérias, continuam preconceituosos contra o gênero. Morricone merece cada elogio que tem recebido, mas não é somente graças a ele, seu compatriota Nino Rota ou Bernard Herrmann, o eterno parceiro de Hitchcock, que o cinema merece ser ouvido. Max Steiner, Alfred Newman e John Williams, para ficarmos apenas nas três mais flagrantes omissões de nossos jornalistas, têm uma obra orquestral digna de presença em qualquer sala de concerto do planeta.
De qualquer maneira, "Il Maestro" realmente é responsável por algumas das melodias mais lindas escritas no século XX, como os invariavelmente citados temas de Era uma vez no oeste (1968), Era uma vez na América (1984), A Missão (1986) e Cinema Paradiso (1988). Nem tudo em sua gigantesca filmografia é bom - algumas de suas ousadias sonoras devem ter feito Bach, um de seus ídolos, se revirar no túmulo - mas aqueles que não se intimidarem com a quantidade ou qualidade média dos títulos, terão surpresas musicais agradabilíssimas. É o caso, por exemplo, de trabalhos bem menos exaltados, mas muito interessantes, como Uma noite um jantar (1969), com sabor de bossa-nova, Orca, a baleia assassina (1977), uma trilha comovente, A gaiola das loucas (1978), cujo tema é irresistível, e O enigma do outro mundo (1982), uma de suas mais bem-sucedidas experiências no cinema de terror.
Que a vinda de Ennio Morricone, os recentes concertos dedicados a Miklos Rozsa e Erich Korngold pela Orquestra Experimental de Repertório no Teatro Municipal de São Paulo, e o sucesso de Antonio Pinto e Marcelo Zarvos no difícil mercado internacional de compositores de cinema, coloquem o maravilhoso mundo das trilhas sonoras definitivamente em pauta no país.
Para ir além
Ennio Morricone e Orquestra Petrobrás Sinfônica - Theatro Municipal do Rio de Janeiro - Sábado, 5 de maio, às 21h - Tel. (21) 2262-3935.
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Fábio Scrivano
3/5/2007 às 12h03
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Sem ressentimentos
Acontece mais ou menos assim: o inconseqüente do seu ex-namorado não leva em conta o ambiente e decide esfregar outra na sua cara. Na frente dos seus amigos. Você aceita, às vezes chora. Pede pra morrer e jura que vai matar - ele e ela.
Ai o tempo passa e na primeira oportunidade que tem, você decide que, se ele jogou a cautela pelos ares, você pode muito bem fazer o mesmo. E então é a sua vez de esfregar outro na cara dele.
Na versão romântica - e mexicana - da história, os dois se magoam, se machucam, passam a novela inteira brigando. E só no final descobrem que foram feitos um pro outro e vivem felizes pra sempre.
Mas na realidade, todas essas coisas só adicionam sofrimento e más lembranças à relação. E parece pura infantilidade - de ambas as partes.
O que fazer, então, em um caso desses? Vocês terminaram! Ele terminou, você terminou. Tanto faz. Por que um não pode seguir em frente sem o outro?
Parece simples, não é? Então ensina pra elas como faz. Ensina pra todo mundo que um dia levou um pé na bunda como seguir em frente sem ressentimentos. Vamos lá, você consegue.
Karina Sabbag, no i'd like to say good-bye to a complicated mind (uma dica da Adri Baggio, que obviamente linca pra cá...)
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Julio Daio Borges
3/5/2007 à 00h03
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Linha Mestra e etc.
Para quem não conhece, a Associação de Leitura do Brasil existe desde os anos 70 do século XX e foi constituída para reforçar a luta pela redemocratização do país. Inclui-se nisso, certamente, a promoção e o estímulo à leitura. É a ALB que promove o Congresso de Leitura, em Campinas, e publica uma revista impressa (Leitura: teoria e prática) e uma eletrônica (Linha Mestra). Atualmente, a Associação é presidida pelo prof. Ezequiel Theodoro da Silva, da Faculdade de Educação da Unicamp.
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Ana Elisa Ribeiro
2/5/2007 às 22h59
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Mito da caverna
Há textos que morrem da noite para o dia, tão logo perdem o sentido. Os noticiosos e os cotidianos têm esse perfil. Mas há escritos que, mesmo concebidos em um passado remoto, podem ser aplicados a qualquer tempo e, assim, se tornam universais. A famosíssima alegoria da caverna - presente nos livros centrais da República, o diálogo mais conhecido de Platão - é uma metáfora expressiva da sociedade contemporânea.
Nela, homens vivem acorrentados dentro de uma caverna, voltados para seu interior, sem nunca terem conhecido o mundo externo. "Nem sequer podiam mover a cabeça. Só viam as sombras projetadas na parede através dos objetos que passavam por trás deles", conta Roberto Bolzani Filho, especializado em filosofia antiga, no curso Os Pensadores, um dos mais tradicionais da Casa do Saber.
Para aqueles homens, a realidade não passava de um grupo de sombras. Mas se um deles se libertasse e saísse da caverna, se defrontaria com a ofuscante luz do sol, até conhecer um mundo infinitamente lúcido e rico. Haveria, então, dois mundos. O "visível" - dentro do qual a maior parte da humanidade está presa, condenada ao império dos sentidos. E o "inteligível", pertencente aos que superam a ignorância do nascimento e encontram a luz, no reino da inteligência, dominado pela razão.
Este suposto "mundo superior" ao qual Platão se referia seria a esfera do homem sábio, capaz de desvendar um universo diante de si, invisível aos olhos dos aprisionados. "Esse homem é o filósofo, que deve agora voltar à caverna para instruir seus companheiros, governando-os", complementa Bolzani.
O mito da caverna em muito lembra os tempos atuais. Diante de tudo o que a humanidade já descobriu, do conhecimento humanístico às invenções tecnológicas, é hábito corriqueiro, senão vício, que o homem se enfurne diante da televisão para espionar pessoas dentro de uma casa. Numa alusão: a caverna de Platão seria o Big Brother de hoje? As novelas? A própria televisão? Um verdadeiro mundo de sombras, diria o pensador.
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Tais Laporta
2/5/2007 às 15h09
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Sobre os blogs de jornalistas
A blogosfera já disse a que veio, derrubando senadores nos EUA, atrapalhando campanhas políticas, levando âncoras de jornais à demissão, detalhando escândalos no Brasil, cobrindo toda a imensa variedade dos fazeres humanos, ventilando os discursos, trocando experiências pessoais ou coletivas, dando ao indivíduo o mesmo poder potencial de influência que só os grandes meios têm.
Por aqui, blogs vêm se tornando cada vez mais comuns na Web nacional nos últimos anos, mas foi só recentemente que a grande mídia abraçou essa plataforma de distribuição de conteúdos, encampando vários blogs de jornalistas. Só que por conta das idiossincrasias do ofício e da falta de compreensão sobre blogar, os jornalistas estão falhando em fornecer as contribuições positivas que podem trazer à blogosfera.(...)
Alexandre Barbosa, no Blog da Yara, traduzindo aquele meu texto, que continua repercutindo mais de seis meses depois...
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Julio Daio Borges
2/5/2007 à 00h13
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Um post vazio
Há um post no meio do caminho
No meio do caminho há um post
vazio.
Há um post vazio no meio do caminho.
Preenchê-lo com o quê, afinal?
Piadinhas? Trocadilhos infames? Um desabafo indignado com a situação caótica do nosso país? Falar de um livro recém-lançado? Contar a todos meus conflitos existenciais?
Pelo visto, há muito mais coisas no meio do caminho do que um post vazio.
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Rafael Rodrigues
1/5/2007 às 11h55
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mare
Raindogs, cujo blog linca pra nós.
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Julio Daio Borges
1/5/2007 à 00h34
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Terças Poéticas 2007
Em 7 de maio recomeçam as Terças Poéticas, evento que oferece ao público belo-horizontino leituras de escritores contemporâneos e homenagens a autores consagrados. O curador e poeta Wilmar Silva volta à carga com a energia de quem é apaixonado pelas letras. O Terças Poéticas é apoiado pela Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais, pela Fundação Clóvis Salgado e pelo Suplemento Literário. A festa acontece às terças-feiras, o ano inteiro, a partir de 18h30, nos jardins internos do Palácio das Artes, na região central da capital mineira. Não há desculpa para não ir. Na edição 2007, o evento conta com um conselho curador, que ajudará a tornar mais amplas as possibilidades das discussões e das trocas poéticas que vêm acontecendo desde 2005.
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Ana Elisa Ribeiro
30/4/2007 às 22h28
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Letra Viva no Letras e Ponto
No dia 5 de maio, sábado, às 11h da manhã, tem início o projeto Letra Viva, no espaço cultural Letras e Ponto, em Belo Horizonte. A curadora e poeta Mônica de Aquino explica que se trata da tentativa de reunir escritores e todos os interessados em trocar textos, leituras e idéias sobre a produção literária de todos os tempos, especialmente a contemporânea. No dia da abertura, estarão em pauta Elisa Andrade Buzzo, Andréa Catrópa e Eduardo Lacerda, que vêm a BH lançar edição do jornal O Casulo. A atriz Ana Gusmão interpretará textos da escritora mineira Maria Esther Maciel. O evento é aberto ao público.
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Ana Elisa Ribeiro
30/4/2007 às 22h24
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Primeira sobre (o) Podcast
1. Como você vê o podcast no Brasil?
Vejo como uma midia em expansão. Ainda não passou pelo boom por que os blogs passaram, mas vai demorar menos, acho, porque a midia estabelecida já está adotando. Eu descobri os blogs em 2001-2002, mas eles so' foram estourar no ano passado, cinco anos depois, quando a grande midia encampou. Ainda existe muito amadorismo nos podcasts brasileiros, mas eu acredito no formato. No Digestivo, percebemos que abre uma nova dimensão, além do texto.
2. Por que as rádios não personalizam seus podcastings, ou até mesmo por que elas não investem nisso?
Porque - como os jornalistas de papel achavam em relação aos blogs - os radialistas da midia convencional acham que o podcast é uma moda passageira... Tem também a questão do dinheiro: por enquanto, podcast e' investimento, não existe um modelo consolidado para gerar receitas. Mas o podcast vai chegar la'; como os blogs chegaram. E eu acredito que em menos tempo. As rádios estão bobeando - como os jornais e as revistas bobearam -, porque eles têm um acervo imenso e poderiam, se quisessem, tomar a internet de assalto...
3. Por que não vemos investimentos publicitários em podcast, desde patrocínios de programas ou mesmo como uma mídia única, quero dizer, empresas fazendo programas, ou "anúncios", marketing usando os podcastings?
Porque o formato não é suficientemente conhecido. Eu vejo que as pessoas ainda têm dificuldade para ouvir, para "baixar", para acompanhar um podcast. É novidade ainda: tem de ir além do dia-a-dia do e-mail, Orkut, MSN etc., e muita gente simplesmente tem preguiça... O problema da publicidade é que, no Brasil, ela não processou nem a internet direito - quanto mais os blogs e, agora, os podcasts! Eu ja' ouvi falar de portais que estão agregando podcasts, para buscar patrocínios/ anúncios em conjunto. E ja' ouvi de podcasters que vão propor, às empresas, o uso como ferramenta de marketing. Foi mais ou menos o que fizemos, aqui, com a Livraria Cultura.
4. Como vê o podcast daqui alguns anos, o que ele pode virar?
No Brasil, ele pode virar o que virou nos Estados Unidos e na Europa. Muitas rádios soltam seus programas simultaneamente em formato podcast, como a KCRW e até a BBC (de Londres). Várias revistas eletrônicas, como a Slate e a Salon, têm seus próprios podcasts. Sem falar, claro, em bloggers, como Michael Arrington, Jason Calacanis e Steve Gillmor. Até musicos, como Pat Metheny, já adotaram o formato. E gente comum, claro, está aparecendo, com entrevistas, com música, com debates...
5. Qual a influência dos podcastings nas rádios? Na sua programação? Para os ouvintes?
De novo, como no caso dos bloggers e dos jornalistas, acredito que o rádio vai ficar menos sisudo, vai apostar mais em novos nomes e vai ter mais programas de nicho. E, num futuro próximo, vamos assistir às rádios convencionais contratando podcasters, como hoje revistas e jornais contratam bloggers, para voltar a falar com um público que perderam para a internet. Quanto aos ouvintes, penso que, com a possibilidade de cada um criar seu próprio programa, eles tendem a se tornar mais críticos e mais exigentes em relação às opções hoje disponíveis...
Para ir além
"Melhores Podcasts"
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Ao André Bushatsky, irmão do Daniel, cujo grupo de trabalho, na faculdade de comunicação social da Faap, se inscreveu no Prêmio de Mídia Estadão, escolhendo o tema "Podcasting e o futuro da rádio"...
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Postado por
Julio Daio Borges
30/4/2007 às 13h50
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