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Sexta-feira,
11/5/2007
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Redação
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Viagem rumo ao nada
André "Malvados" Dahmer, via Arquivo da Sambu, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
11/5/2007 à 00h37
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Santaolalla em São Paulo
Foram muito poucos os artistas que conseguiram ganhar dois Oscars consecutivos. E nem o mais otimista crítico de cinema do hemisfério sul poderia imaginar que um latino-americano conseguiria fazer parte desse grupo seletíssimo. Mas o argentino Gustavo Santaolalla, com suas trilhas sonoras para O Segredo de Brokeback Mountain (2005) e Babel (2006), realizou a proeza.
Ele estará em São Paulo nesta segunda-feira, 14 de maio, para dois compromissos bem distintos. À tarde, na PUC, num dos destaques da programação do evento Música em Cena, participa de um debate ao lado de Rubens Ewald Filho sobre seu trabalho de compositor de filmes. À noite, no Via Funchal, Santaolalla se apresenta com sua banda de tango eletrônico Bajofondo, que tempera o tradicional gênero portenho com doses generosas de elementos do mundo pop.
Desde os tempos do também argentino Lalo Schifrin, responsável pelo famoso tema da série de televisão Missão Impossível (1966) e trilhas jazzísticas como Bullitt (1968), que um compositor da América do Sul não obtinha tanto destaque em Hollywood. E, melhor ainda, os brasileiros Antonio Pinto e Marcelo Zarvos devem seguir o mesmo caminho, acumulando nos últimos anos importantes títulos americanos às suas filmografias.
O cinema, no entanto, pode ser considerado a segunda carreira de Santaolalla. Nascido em Buenos Aires em 1952, ele dedicou a maior parte das quatro décadas seguintes ao rock, como músico (foi um dos fundadores do grupo Arco Íris) e produtor (o cantor colombiano Juanes, por exemplo). Foi somente a partir de 2000, quando começou a colaborar com o diretor mexicano Alejandro Gonzáles Iñarritu (Amores Brutos, 21 Gramas e Babel), que a sétima arte entrou pra valer em sua vida - em 2004, musicou Diários de Motocicleta, do brasileiro Walter Salles.
Ainda que sua mais recente vitória no Oscar tenha sido bastante contestada pelos fãs de trilhas - Babel tem pouquíssima música original - a vinda de Gustavo Santaolalla é uma ótima oportunidade para conhecer o trabalho de um dos músicos mais bem-sucedidos da atualidade.
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Fábio Scrivano
10/5/2007 às 20h06
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Permitir-se
No cruzamento tinha um sinal, mas, como de costume na grande cidade, os pedestres circulavam da maneira como bem entendiam. A obediência requerida ao vermelho não é seguida, a máquina que funciona é a da percepção espacial: o carro longe do alcance do corpo. O livre-arbítrio permite que nem sempre se atravesse na faixa de segurança. Na confusão do trânsito, casais se separam, às vezes voltam a se encontrar em meio às buzinas, crianças se perdem. Quem sabe um motorista desavisado da pureza não tenha tempo de parar. Outro, alucinado, apesar do amarelo piscando a todo instante, mantenha sua trajetória. Alguém já pensou que, quando o amarelo pisca, seus olhos podem estar se fechando no exato momento? Ou então, é a alta velocidade que o cega, seu destino invisível.
A cidade em força esplendorosa nas ruas e pontes e avenidas - mundo moderno de sempre, que não espera para acontecer. A vibração urbana arrastando os sentimentos. Flecha em chamas. Corpos sombreando estreitas calçadas plenas de segredos. Os conflitos e dúvidas pisaram-nas, inculcando pedaços de loucura e sujeira. A escuridão só não é total por causa das inúmeras luzes vermelhas tremulando inconscientes. Vertiginosa velocidade, perpassar por ela com os olhos fechados causa intenso prazer. Poucos são os que se lançam ao mar vermelho de carros.
Imunes ao barulho, dois pontos permanecem, cada um dentro de si num turbilhão de pensamentos. A visão da cidade exaltando os sentidos: algo nela se alinha com parte de nós. Atravessamos sempre no caminho livre.
As ruas, estas, lançam sinais de desconforto, despedida e alívio.
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Elisa Andrade Buzzo
10/5/2007 às 12h49
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Remix Narrativo
Partindo do pressuposto que a partir do início do século XXI, o leitor anônimo ganhou força e passou a desenvolver e tabular suas próprias escolhas e ainda levando em conta o avanço da Internet, consagrada como mídia de massa nestes dez anos de existência, começamos perceber o surgimento - pelas bordas, quase imperceptível - de ambientes de compartilhamento de experiências e informações como, por exemplo, os blogs, fotologs, música on demand (MP3), Orkut, listas e fóruns de discussão.
Estamos presenciando uma revolução silenciosa capaz de, aos poucos, gerar um falecimento da intermediação da imprensa e questionamentos sobre a inexistência da autoria a partir do século atual, o fim do copyright, ou melhor, a substituição pelo copyleft. Neste cenário de liquidificador cultural, queremos propor um ambiente multi-usuário participativo de troca de narrativas, sejam elas em formato texto (poesias, contos, folhetins, histórias cotidianas, urbanidades), formato imagético (fotografias, ilustrações, vídeos, recortes), formato sonoro ou formato comunitário como listas de discussão, comunidades no Orkut, newsletters por e-mails etc.
O participante poderá alterar uma narrativa textual existente a partir do desenrolar da trama; alterar os personagens ou mudar de formato, ou seja, continuar o conto com inserção de uma imagem, áudio ou vídeo. A cada bloco temático será possível espiar, participar, modificar ou iniciar uma nova narrativa - apropriando-se do formato existente ou escolhendo outro numa lúdica brincadeira entre formatos multimidiáticos...
Remix Narrativo, mais uma dica da incansável navegadora Gabi Klein.
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Julio Daio Borges
10/5/2007 à 00h53
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O Barril
Um bom texto, em teatro, só se completa nas mãos de atores talentosos. E vice-versa. O Barril, monólogo da atriz Ângela Dip, é um dos casos de comunhão bem sucedida destes dois elementos. Estreado em 1998 sob o título Por água abaixo, ele agora está em cartaz em um dos novos palcos da cidade, a Sala Teatrix.
A bela Ângela - que também assina o texto - já é bem conhecida do público paulistano. Aqui, sob a direção de Vivien Buckup, ela dá mostras de seu carisma, talento e multiplicidade de recursos. Em cena somente com um barril e um longuíssimo e reluzente vestido preto, a atriz parece engrandecer-se e dominar cada centímetro do palco.
Fisicamente, a montagem é uma proeza. Ângela faz dezenas de posições, muitas delas inusitadas e inimagináveis (ao menos para nós). Está pronto o terreno para que escorra o texto, inteligente, engraçado e recheado de ironias, que por vezes flerta com o desabafo e um obstinado idealismo. Uma torrente de palavras que nos atinge de maneira dúbia, conjugando ferocidade e candura.
O Barril segue em cartaz até o fim do mês na Sala Teatrix, no mezanino do bar homônimo. O palco diminuto situa-se em uma sala de tamanho adequado, com 66 lugares, que tem tudo para funcionar muito bem para espetáculos de stand-up comedy. Se o lugar ainda carece de alguns ajustes, como uma vedação sonora adequada, a iniciativa é algo a ser festejado. E a programação promete, com espetáculos de Clarisse Abujamra, Renata Jesion e Vida Vlatt. A conferir.
Para ir além
O Barril - Sala Teatrix - Rua Peixoto Gomide, 1.066 - Tel. (11) 3285-0939 - Jardins - Quartas, às 21h30 - R$ 20 - 50 min. - Até 30/05.
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Guilherme Conte
9/5/2007 às 17h42
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Roberto Carlos:Detalhes em PDF
Enfim, apareceu o arquivo com a biografia Roberto Carlos em Detalhes, de Paulo César de Araújo. Cortesia do Projeto de Democratização da Leitura (...). É um arquivo ".doc", completo (em tempo: fiz um PDF pra nenhum engraçadinho editar o texto e jogar de volta na Rede...). Desta vez não tem erro. Mete bronca: baixe, leia, compartilhe. Antes que a mão do Grande Irmão nos alcance e tire do ar o arquivo...
Jorge Cordeiro, no seu blog (dica da DaniCast...).
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Julio Daio Borges
9/5/2007 às 15h21
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Mergulho em Aristóteles
"Concordo e discordo". Com essa posição, Aristóteles - o discípulo mais conhecido de Platão - tornou-se um dos maiores sábios do ocidente. "Assim como Platão, ele acreditava que o conhecimento era imutável. Mas não podia aceitar a tese platônica de que o pensamento (ou o saber) estava separado do mundo sensível", explica o filósofo Roberto Bolzani Filho, no curso Os Pensadores, ministrado pela Casa do Saber.
Para Platão, a sensibilidade humana está em constante mudança. Já o conhecimento (ou a "Verdade") é necessariamente imutável. Bolzani mostra um novo argumento. "Aristóteles dirá, contudo, que o que faz com que uma coisa seja o que é (matéria) não pode se separar de sua essência (forma). Destruiu, assim, a noção de que forma e matéria são separáveis".
"Por que toda semente vira árvore? Porque a semente nada mais é que uma árvore em potência", explica Aristóteles. Isto é, traz em si uma atualização da matéria. Por isso, nenhum embrião humano vira árvore. Porque já é homem em potencial.
Bolzani diz que ler Aristóteles não é fácil. Os textos que nos chegam sobre o mestre são, em sua maioria, anotações de seus alunos na escola fundada por ele, o Liceu. "Alguns textos são bem acabados, outros, bastante sintéticos, o que torna a sua leitura particularmente complicada", conta. Os Pensadores ainda segue com Santo Agostinho, Maquiavel, Descartes, Espinosa, Hobbes, entre outros. Volto com eles em breve.
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Tais Laporta
9/5/2007 às 12h11
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Frases de Nelson Rodrigues
A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem.
* * *
O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras passam por ele.
* * *
Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca.
* * *
Nélson Rodrigues, no O natural de Barrô, que linca pra nós (porque o Nélson é o nosso Shakespeare...)
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Julio Daio Borges
9/5/2007 à 00h20
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Amaranto
Para quem lamenta o fato de que os grandes grupos vocais sumiram do mapa (desde Os Cariocas até o Boca Livre, por exemplo), acho bom dar uma olhada, uma "ouvida", uma navegada, no site do Amaranto. São três vozes femininas de primeira grandeza.
No site delas tem tudo para um primeiro contato com esse trio fantástico. É voz, timbre, harmonia, arranjo e música de primeiríssima. Além disso, o site é uma graça, você fica lá um tempão. Lá você encontra canções, vê a agenda das moças, os prêmios que já ganharam, os CDs, o fã-clube e alguns vídeos, pra conferir.
Em Belo Horizonte as meninas já têm um público fiel, eu inclusive. E excursionam por aí e esse público só aumenta.
E ainda: sou amigo delas. Sorry, periferia...
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Guga Schultze
8/5/2007 às 16h34
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o trompetista gago
Há vários anos tenho aprendido a praticar o abandono através dos livros. A livrar-me dos contornos das épocas de que fui contemporâneo, lavada a poeira do passado grudada nas minhas chinelas e nos meus olhos. Porque existem livros que permanecem abertos durante muitos séculos dentro de nós, ecoando através de nossos gestos, da maneira que gritamos, ocorrendo no entanto que outros se apaguem de nosso espírito, de modo a olharmos para eles sem lembrarmos o motivo. Todos os dias quando volto para casa vou até os livros e os respiro. Só os que me observam de volta e lembram o que há escrito em mim são meus iguais, e permanecem na estante, como eu.
reuben wolfwitz, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
8/5/2007 à 00h37
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