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Quarta-feira,
9/5/2007
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Redação
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Roberto Carlos:Detalhes em PDF
Enfim, apareceu o arquivo com a biografia Roberto Carlos em Detalhes, de Paulo César de Araújo. Cortesia do Projeto de Democratização da Leitura (...). É um arquivo ".doc", completo (em tempo: fiz um PDF pra nenhum engraçadinho editar o texto e jogar de volta na Rede...). Desta vez não tem erro. Mete bronca: baixe, leia, compartilhe. Antes que a mão do Grande Irmão nos alcance e tire do ar o arquivo...
Jorge Cordeiro, no seu blog (dica da DaniCast...).
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Julio Daio Borges
9/5/2007 às 15h21
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Mergulho em Aristóteles
"Concordo e discordo". Com essa posição, Aristóteles - o discípulo mais conhecido de Platão - tornou-se um dos maiores sábios do ocidente. "Assim como Platão, ele acreditava que o conhecimento era imutável. Mas não podia aceitar a tese platônica de que o pensamento (ou o saber) estava separado do mundo sensível", explica o filósofo Roberto Bolzani Filho, no curso Os Pensadores, ministrado pela Casa do Saber.
Para Platão, a sensibilidade humana está em constante mudança. Já o conhecimento (ou a "Verdade") é necessariamente imutável. Bolzani mostra um novo argumento. "Aristóteles dirá, contudo, que o que faz com que uma coisa seja o que é (matéria) não pode se separar de sua essência (forma). Destruiu, assim, a noção de que forma e matéria são separáveis".
"Por que toda semente vira árvore? Porque a semente nada mais é que uma árvore em potência", explica Aristóteles. Isto é, traz em si uma atualização da matéria. Por isso, nenhum embrião humano vira árvore. Porque já é homem em potencial.
Bolzani diz que ler Aristóteles não é fácil. Os textos que nos chegam sobre o mestre são, em sua maioria, anotações de seus alunos na escola fundada por ele, o Liceu. "Alguns textos são bem acabados, outros, bastante sintéticos, o que torna a sua leitura particularmente complicada", conta. Os Pensadores ainda segue com Santo Agostinho, Maquiavel, Descartes, Espinosa, Hobbes, entre outros. Volto com eles em breve.
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Tais Laporta
9/5/2007 às 12h11
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Frases de Nelson Rodrigues
A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem.
* * *
O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras passam por ele.
* * *
Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca.
* * *
Nélson Rodrigues, no O natural de Barrô, que linca pra nós (porque o Nélson é o nosso Shakespeare...)
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Julio Daio Borges
9/5/2007 à 00h20
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Amaranto
Para quem lamenta o fato de que os grandes grupos vocais sumiram do mapa (desde Os Cariocas até o Boca Livre, por exemplo), acho bom dar uma olhada, uma "ouvida", uma navegada, no site do Amaranto. São três vozes femininas de primeira grandeza.
No site delas tem tudo para um primeiro contato com esse trio fantástico. É voz, timbre, harmonia, arranjo e música de primeiríssima. Além disso, o site é uma graça, você fica lá um tempão. Lá você encontra canções, vê a agenda das moças, os prêmios que já ganharam, os CDs, o fã-clube e alguns vídeos, pra conferir.
Em Belo Horizonte as meninas já têm um público fiel, eu inclusive. E excursionam por aí e esse público só aumenta.
E ainda: sou amigo delas. Sorry, periferia...
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Guga Schultze
8/5/2007 às 16h34
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o trompetista gago
Há vários anos tenho aprendido a praticar o abandono através dos livros. A livrar-me dos contornos das épocas de que fui contemporâneo, lavada a poeira do passado grudada nas minhas chinelas e nos meus olhos. Porque existem livros que permanecem abertos durante muitos séculos dentro de nós, ecoando através de nossos gestos, da maneira que gritamos, ocorrendo no entanto que outros se apaguem de nosso espírito, de modo a olharmos para eles sem lembrarmos o motivo. Todos os dias quando volto para casa vou até os livros e os respiro. Só os que me observam de volta e lembram o que há escrito em mim são meus iguais, e permanecem na estante, como eu.
reuben wolfwitz, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
8/5/2007 à 00h37
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Sobre a Virada Cultural
Sim, a idéia é necessária. E os artistas foram, em sua maioria, muito bem escolhidos. Parabéns pela iniciativa, São Paulo!
Porém, como sou a feliz proprietária de um egoísmo de primeira grandeza, sinto-me obrigada a narrar as minhas impressões:
1. Organização burra, já que as pessoas ficaram concentradas entre o Vale do Anhangabaú e a Praça da Sé.
2. O Tim Maia teria deixado o palco. Eco, eco, eco. Cadê a qualidade do som, meu bom Deus?
3. Vocês se lembram de quando São Paulo era segura e bem-freqüentada? Pois eu não. Nasci depois, e tenho certeza de que vocês também. Então, que tal deixar as crianças com os avós, os amigos, os vizinhos, os desconhecidos...?
4. Oi? Limpeza?
5. A campanha "Desodorante, nem Pensar" realmente é um sucesso. Todos aderiram!
Mas adorei, viu? Supimpa. Só não publicarei as fotos porque, além de terem roubado os remédios (m-e-d-o) da minha amiga, também levaram meu celular.
Juliana Biscardi, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
7/5/2007 às 18h51
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Otelo da Mangueira
Uma das características próprias de grandes obras é a universalidade. É ela que faz com que obras como Antígona ou Medéia sejam absolutamente atuais mesmo milhares de anos depois de escritas. Daí nasce, no entanto, a discussão entre a forma dessa atualidade.
Há os mais, digamos, puristas, que defendem que as obras devem ser apresentadas tal qual foram concebidas. E há aqueles que defendem a necessidade de uma atualização, em maior ou menor grau - o tal do aggiornamento. Argumentos, mais ou menos justos, sobram para os dois lados. Debate à parte, a verdade é que espetáculos bem feitos são sempre algo a ser festejado.
A montagem carioca Otelo da Mangueira filia-se à tradição das livres adaptações. É um musical que veste a tragédia de William Shakespeare de verde e rosa e sobe o morro. Otelo é o presidente da escola, Desdemona (aqui chamada Lucíola) uma porta-bandeira e Iago (Dirceu) um compositor que tem seu samba recusado para o carnaval.
O ator e dramaturgo Gustavo Gasparian acertou em cheio na adaptação. O espetáculo consegue, ao mesmo tempo, dar uma nova roupagem à obra do bardo, mergulhar no universo do Rio de Janeiro dos anos 1940 e prestar uma belíssima homenagem à Estação Primeira de Mangueira, berço de alguns dos maiores nomes do samba, como Cartola e Nelson Cavaquinho. E cumpre muito bem estes três papéis.
De início, a faceta musical da montagem, sob a direção de Josimar Carneiro, é primorosa. Um repertório de 17 canções de primeira linha, com sambas como "Alvorada", "As rosas não falam", "Capital do Samba" e "Chega de demanda", é executado por um competente conjunto musical. Os atores, por sua vez, mostram-se grandes cantores.
Otelo da Mangueira tem a feliz - e um tanto quanto rara - qualidade de não restringir-se somente a bons números musicais unidos por uma dramaturgia frágil, paupérrima, por vezes: um mal que atingiu espetáculos recentes, como Cauby, Cauby e Rádio Nacional. Há um equilíbrio, tanto dramático como de qualidade, entre o enredo e as canções.
Esse equilíbrio ganha forma na competente e minuciosa direção de Daniel Herz. O elenco, talentoso e coeso, faz uso de uma multiplicidade de recursos cênicos, que vão desde diálogos com a dança até expedientes notadamente épicos, que garante uma conjunção de poesia visual e agilidade ao espetáculo. Densidade emocional aliada a um frescor que remete ao próprio samba que emerge da quadra verde e rosa.
A leitura de Gasparian alça Iago/Dirceu (interpretado com maestria por ele mesmo) ao centro da trama, potencializando seu ressentimento e seus sortilégios. As outras personagens tornam-se quase títeres em seus estratagemas. Otelo, em sua "falha trágica", cai em suas armadilhas e se volta contra a esposa que nunca lhe foi infiel. É uma interpretação consagrada em nossa literatura cênica.
Lamentavelmente o grupo esteve em São Paulo para apenas seis apresentações. Fica a expectativa em relação ao seu retorno, para que os paulistanos possam desfrutar de um espetáculo tão encantador. Um musical dos bons, coisa que não se vê todo dia.
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Guilherme Conte
7/5/2007 às 15h57
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Ratzinger, sexo e católicos
(...)Entende de mulher quem as conhece. Entende de sexualidade quem a vive. Que pode entender de sexo [o papa] Ratzinger, que em função de seu sacerdócio está submetido a um voto de castidade? Que autoridade tem para falar em sexo quem optou, por vocação, por ser eunuco? Sexo sempre me aguçou a sensibilidade. Entendo que obnubile a dos católicos. São crentes de uma crença que cultua a dor e o sofrimento, tanto que o símbolo maior do cristianismo é um instrumento de tortura. Quanto a mim, prefiro o prazer. Melhor cultuar Príapo que o velho Deus castrado do Antigo Testamento.(...)
Janer Cristaldo, cada vez melhor, em seu blog
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Julio Daio Borges
7/5/2007 à 00h04
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Textos, contextos e pretextos
Como bom introspectivo que sou, sempre escrevi pra mim mesmo. Pelo puro tesão de escrever. Um dia, resolvi que queria dividir minhas bobagens com os outros, dar a mim mesmo a chance de ser lido. Este blog é meu laboratório, é onde eu exercito a minha escrita. Sem grandes pretensões. Simples assim.
Introspective, no seu blog, que linca pra nós.
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Julio Daio Borges
4/5/2007 à 00h17
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Na trilha de Morricone
Um dos gênios da música de cinema, Ennio Morricone (1928-) nunca saiu de moda, mas está experimentando em 2007 uma popularidade especialmente notável. O Oscar honorário na cerimônia deste ano, concertos em Nova York e Rio de Janeiro, um CD retrospectivo com participação de artistas tão díspares quanto Celine Dion, Metallica e Daniela Mercury, e a edição nacional do DVD com sua apresentação em Munique, tornaram o compositor italiano assunto recorrente nas páginas culturais de jornais e revistas do Brasil e do mundo.
Por aqui, a maioria dos textos em sua homenagem confirmou duas antigas suspeitas: os principais veículos da imprensa brasileira carecem de especialistas em trilhas sonoras, e os críticos de música "clássica", geralmente responsáveis por essas matérias, continuam preconceituosos contra o gênero. Morricone merece cada elogio que tem recebido, mas não é somente graças a ele, seu compatriota Nino Rota ou Bernard Herrmann, o eterno parceiro de Hitchcock, que o cinema merece ser ouvido. Max Steiner, Alfred Newman e John Williams, para ficarmos apenas nas três mais flagrantes omissões de nossos jornalistas, têm uma obra orquestral digna de presença em qualquer sala de concerto do planeta.
De qualquer maneira, "Il Maestro" realmente é responsável por algumas das melodias mais lindas escritas no século XX, como os invariavelmente citados temas de Era uma vez no oeste (1968), Era uma vez na América (1984), A Missão (1986) e Cinema Paradiso (1988). Nem tudo em sua gigantesca filmografia é bom - algumas de suas ousadias sonoras devem ter feito Bach, um de seus ídolos, se revirar no túmulo - mas aqueles que não se intimidarem com a quantidade ou qualidade média dos títulos, terão surpresas musicais agradabilíssimas. É o caso, por exemplo, de trabalhos bem menos exaltados, mas muito interessantes, como Uma noite um jantar (1969), com sabor de bossa-nova, Orca, a baleia assassina (1977), uma trilha comovente, A gaiola das loucas (1978), cujo tema é irresistível, e O enigma do outro mundo (1982), uma de suas mais bem-sucedidas experiências no cinema de terror.
Que a vinda de Ennio Morricone, os recentes concertos dedicados a Miklos Rozsa e Erich Korngold pela Orquestra Experimental de Repertório no Teatro Municipal de São Paulo, e o sucesso de Antonio Pinto e Marcelo Zarvos no difícil mercado internacional de compositores de cinema, coloquem o maravilhoso mundo das trilhas sonoras definitivamente em pauta no país.
Para ir além
Ennio Morricone e Orquestra Petrobrás Sinfônica - Theatro Municipal do Rio de Janeiro - Sábado, 5 de maio, às 21h - Tel. (21) 2262-3935.
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Fábio Scrivano
3/5/2007 às 12h03
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